PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cientistas descobrem potencial tratamento de Alzheimer a partir de espécie da flora santomense
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Uma investigação conjunta de cientistas americanos e portugueses resultou na descoberta de um composto que poderá ser importante para o tratamento da doença de Alzheimer, o alcaloide Vocamina, isolado da Voacanga africana, uma espécie da flora santomense, soube-se de fonte oficial em São Tomé.
O alcaloide Voacamina foi identificado e isolado a partir das cascas da árvore “Cata-quiô” ou “Cata-manginga”, nomes locais para a Voacanga africana, uma das cinco espécies selecionadas pela investigadora portuguesa Maria do Céu Madureira, num trabalho conjunto com terapeutas tradicionais santomenses.
Segundo a investigadora e farmacêutica Maria do Céu Madureira, trata-se duma espécie já bastante estudada, mas para outro tipo de patologias.
“Identificamos e isolámos a vocamina, que é um dos compostos ativos maioritários das cascas desta espécie, e verificamos que a molécula, mesmo em quantidades muito pequenas, apresentava resultados muito potentes em todos os ensaios realizados", indicou a cientista.
Estas potencialidades, explicou, levaram a que "os nossos parceiros do Salk Institute da Califórnia estejam interessados por dar continuidade aos estudos para vermos se essa molécula poderá ser utilizada como uma potencial pró-droga na doença de Alzheimer”.
A cientista disse tratar-se de um medicamento novo que poderá ser utilizado não só em Sao Tomé e Príncipe, mas para doentes de Alzheimer em todo o mundo.
Alzheimer é uma doença neurodegenerativa do cérebro que conduz progressivamente à destruição total da memória e das faculdades mentais dos doentes, e não existem até ao momento alternativas terapêuticas que garantam a sua cura.
Na primeira fase desta investigação foram selecionadas cinco plantas que já eram usadas pelos santomenses, e cujos usos tradicionais podem estar ligados aos mecanismos do aparecimento da doença de Alzheimer, nomeadamente, problemas inflamatórios, dores de dente, problemas mentais e problemas cardiovasculares, entre outros.
“Fizemos os primeiros ensaios in vitro, usando diversas linhas celulares que mimetizam em laboratório alguns dos principais mecanismos que se sabe que estão ligados ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, para sabermos quais são as potencialidades dos extratos e dos compostos isolados", esclareceu.
Após estes primeiros resultados tão promissores, prosseguiu, "será necessário dar continuidade aos estudos, quer com os compostos isolados, como o alcaloide Vocamina, que era um alcaloide já conhecido, quer com outros dos compostos minoritários presentes, mas que também podem contribuir para a ação farmacológica dos extratos”.
Investigadora doutorada do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Maria do Céu Madureira, participou na investigação na qualidade de farmacêutica e etnofarmacologista.
Os outros parceiros deste estudo foram a Faculdade de Farmácia da mesma universidade, onde foram preparados os extratos, e o Salk Institute dos Estados Unidos, onde os biólogos António Currais e Pamela Maher conduzem os ensaios da atividade farmacológica.
A residir há já 20 anos em São Tomé e Príncipe, arquipélago lusófono situado no Golfo da Guiné, a investigadora portuguesa estuda as propriedades curativas de cerca de 350 espécies medicinais que já foram identificadas nos estudos realizados em parceria com o Ministério da Saúde e com terapeutas tradicionais locais (curandeiros).
Ela alertou do desaparecimento de muitas espécies medicinais, que, tal como a Voacanga africana, são recolhidas nas florestas, por vezes sem os devidos cuidados, o que, aliado ao desmatamento crescente das florestas do arquipélago, pode, segundo ela, tornar crítica a conservação destas centenas de espécies de plantas medicinais.
-0- PANA RMG/IZ 17ago2014
O alcaloide Voacamina foi identificado e isolado a partir das cascas da árvore “Cata-quiô” ou “Cata-manginga”, nomes locais para a Voacanga africana, uma das cinco espécies selecionadas pela investigadora portuguesa Maria do Céu Madureira, num trabalho conjunto com terapeutas tradicionais santomenses.
Segundo a investigadora e farmacêutica Maria do Céu Madureira, trata-se duma espécie já bastante estudada, mas para outro tipo de patologias.
“Identificamos e isolámos a vocamina, que é um dos compostos ativos maioritários das cascas desta espécie, e verificamos que a molécula, mesmo em quantidades muito pequenas, apresentava resultados muito potentes em todos os ensaios realizados", indicou a cientista.
Estas potencialidades, explicou, levaram a que "os nossos parceiros do Salk Institute da Califórnia estejam interessados por dar continuidade aos estudos para vermos se essa molécula poderá ser utilizada como uma potencial pró-droga na doença de Alzheimer”.
A cientista disse tratar-se de um medicamento novo que poderá ser utilizado não só em Sao Tomé e Príncipe, mas para doentes de Alzheimer em todo o mundo.
Alzheimer é uma doença neurodegenerativa do cérebro que conduz progressivamente à destruição total da memória e das faculdades mentais dos doentes, e não existem até ao momento alternativas terapêuticas que garantam a sua cura.
Na primeira fase desta investigação foram selecionadas cinco plantas que já eram usadas pelos santomenses, e cujos usos tradicionais podem estar ligados aos mecanismos do aparecimento da doença de Alzheimer, nomeadamente, problemas inflamatórios, dores de dente, problemas mentais e problemas cardiovasculares, entre outros.
“Fizemos os primeiros ensaios in vitro, usando diversas linhas celulares que mimetizam em laboratório alguns dos principais mecanismos que se sabe que estão ligados ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, para sabermos quais são as potencialidades dos extratos e dos compostos isolados", esclareceu.
Após estes primeiros resultados tão promissores, prosseguiu, "será necessário dar continuidade aos estudos, quer com os compostos isolados, como o alcaloide Vocamina, que era um alcaloide já conhecido, quer com outros dos compostos minoritários presentes, mas que também podem contribuir para a ação farmacológica dos extratos”.
Investigadora doutorada do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Maria do Céu Madureira, participou na investigação na qualidade de farmacêutica e etnofarmacologista.
Os outros parceiros deste estudo foram a Faculdade de Farmácia da mesma universidade, onde foram preparados os extratos, e o Salk Institute dos Estados Unidos, onde os biólogos António Currais e Pamela Maher conduzem os ensaios da atividade farmacológica.
A residir há já 20 anos em São Tomé e Príncipe, arquipélago lusófono situado no Golfo da Guiné, a investigadora portuguesa estuda as propriedades curativas de cerca de 350 espécies medicinais que já foram identificadas nos estudos realizados em parceria com o Ministério da Saúde e com terapeutas tradicionais locais (curandeiros).
Ela alertou do desaparecimento de muitas espécies medicinais, que, tal como a Voacanga africana, são recolhidas nas florestas, por vezes sem os devidos cuidados, o que, aliado ao desmatamento crescente das florestas do arquipélago, pode, segundo ela, tornar crítica a conservação destas centenas de espécies de plantas medicinais.
-0- PANA RMG/IZ 17ago2014