Chuvas provocam estragos avaliados em €2,345 milhões na capital cabo-verdiana
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde vai disponibilizar o dinheiro necessário para reparar os estragos causados pelas chuvas torrenciais do último fim de semana, na cidade da Praia, a capital, avaliados em 258 mil contos (cerca de 2,345 milhões de euros), apurou a PANA de fonte oficial.
Em conferência de imprensa, segunda-feira, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, assegurou que, tendo em conta a dimensão dos estragos, o Governo irá atuar “imediatamente”, para repor a normalidade, na capital cabo-verdiana.
Nesse sentido, prosseguiu, o Governo irá recorrer ao Orçamento do Estado e contando também com uma parte que virá de parcerias internacionais, "a seu ritmo e com a sua forma própria de atuar".
Elísio Freire frisou ainda que, neste momento, a prioridade é salvar vidas, não deixar que ninguém fique fora da sua morada ou, se ficar, que fique em condições dignas, e repor a normalidade de circulação de pessoas e bens, na capital e nos municípios.
Para o realojamento daqueles que foram afetados pelas chuvas, o governante assegurou que serão utilizados todos os edifícios que estão à disposição do Estado ou da Câmara Municipal.
“Por exemplo, o Estádio Nacional está ao serviço da Proteção Civil e há várias famílias que estão a ser ali realojadas", disse o porta-voz do Governo, precisando que, só na cidade da Praia, cerca de 60 famílias já foram realojadas.
No entanto, ele reconheceu que há ainda famílias que precisam de ser realojadas um pouco por todo Cabo Verde, nomeadamente nos municípios com quem o Governo já se reuniu esta segunda-feira.
Segundo o ministro, os Cabo-verdianos, de Santo Antão a Brava, “estão contentes” porque a terra foi bafejada pelas chuvas que, entretanto, provocaram alguns estragos em vários pontos do país.
Para Fernando Elísio Freire, devido ao Programa de Reabilitação, Requalificação e Acessibilidades (PRRA), quase todos os municípios do país, incluindo a maior parte da cidade da Praia, “aguentaram bem as últimas chuvas”.
“As requalificações de Fundo de Cobom, Achadinha, Fonton e de Fundo de Calabaceira provaram bem que este é que é o caminho, o caminho da requalificação e da drenagem para que o nosso país possa estar cada vez mais resiliente”, indicou o governante.
Nos próximos tempos, prosseguiu o ministro, o Governo vai fazer um trabalho de “investimentos estruturantes” para a drenagem da água na capital do país.
Sublinhou que se não fossem as obras de drenagens feitas, na cidade da Praia, a situação seria “muito pior”, acrescentando que as últimas chuvas provocariam estragos em qualquer país do Mundo, mormente na capital, devido à própria orografia da cidade e sua estrutura de ordenamento.
O ministro afirmou ainda que, devido ao PRRA, quase todos os municípios do país, incluindo a maior parte da cidade da Praia, “aguentaram bem” as últimas chuvas.
“A situação seria muito pior se não fossem as obras de drenagem que se fez na cidade da Praia nos últimos anos. E isso demonstra que quando fazemos o apelo para a não construção clandestina, para se cumprir os planos de ordenamento territorial, estamos a salvar vidas.
"É nesse quadro que iremos atuar, reforçando a autoridade do Estado nestas localidades, reforçando a autoridade municipal que depende dos municípios para que todos possam cumprir e continuarmos o caminho de sermos um país mais resiliente, principalmente quando chove”, apontou.
A cidade da Praia foi muito afetada com as chuvas torrenciais caídas na madrugada de sábado, provocando a perda de uma vida humana (uma bebé), queda de pontes, alagamentos de ruas, casas destruídas e várias viaturas arrastadas pelas cheias.
As fortes precipitações, resultantes da passagem pelo arquipélago de uma depressão tropical, provocaram igualmente estragos importantes nos municípios do interior de Santiago e em outras ilhas bafejadas pelas chuvas no sábado e domingo.
-0- PANA CS/IZ 14set2020