Agência Panafricana de Notícias

China apoia aproveitamento de algas marinhas na alimentação em Cabo Verde

 

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde vai contar com a experiência da China no domínio da produção de algas marinhas para reforçar a segurança alimentar e nutricional no arquipélago, apurou a PANA de fonte segura.

Esta é uma iniciativa a ser desenvolvida no âmbito  de um acordo para o financiamento por parte da China de quase 1,5 milhão de dólares em assistência técnica, a implementar pela FAO na atividade agrícola e segurança alimentar no arquipélago, anunciou o ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, quinta-feira, na cidade da Praia.

Trata-se de um projeto de assistência técnica a Cabo Verde, a três anos (2021 a 2024), que surge no âmbito do Programa de Cooperação Sul-Sul entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a China, segundo o governante que falando à imprensa após a assinatura do protocolo de colaboração tripartido.

 Gilberto Silva explicou que se trata de um empreendimento complementar, tendo em conta que, frisou, o Governo, a nível do Ministério da Economia Marítima, vai trabalhar para o aproveitamento das algas no país.

Segundo o governante, o arquipélago não poderia deixar passar a possibilidade de receber conhecimentos da China nesta matéria, visto que, disse, as algas servirão como “um complemento do reforço nutricional” para Cabo Verde.  

“Esperamos que, nos próximos três anos do projeto, tenhamos resultados concretos na disseminação de algumas técnicas, mas, acima de tudo, no traçar de um caminho para o desenvolvimento deste sub-setor que julgamos importante, mas que precisamos introduzir no desenvolvimento agrário do país”, realçou .

Em relação a esta matéria, Gilberto Silva sublinhou que, desde a formulação do projeto, foi entendido que Cabo Verde, por estar “circundado por uma imensidão de mar”, deveria tirar “melhor proveito” para a produção de algas e a sua introdução como alimento, mas também para fins cosméticos e farmacêuticos.

Acrescentou que, apesar de o país não ter tradição neste domínio, entendeu-se que era bom começar-se com um estudo e uma partilha de conhecimentos, o que, prosseguiu, levaria à definição de um “melhor caminho” para a utilização da alga.

Segundo o governante, a intenção é empregar “uma boa franja da população”, sobretudo os que se dedicam a subtrair areia das praias.

A seu ver, com a produção de algas, eles poderão encontrar “um caminho mais sustentável” para assegurar o emprego, o rendimento familiar e proteger o ambiente.

As algas são plantas que crescem no mar, especialmente ricas em minerais, como cálcio, ferro e iodo, mas podem também ser consideradas boas fontes de proteína, carbo-hidratos e vitamina A.

O projeto financiado pela China, com a presença de sete peritos chineses, vai fornecer ainda a Cabo Verde, nos próximos três anos, assistência técnica na promoção da horticultura, com apoio à gestão dos solos, da água e de fertilizantes.

Assistência chinesa també, servirá para promover a proteção das plantas, através da introdução de métodos e da organização de formações de campo para a gestão integrada de pragas do milho e métodos de controlo biológicos sobre pragas de solo.

Envolve ainda a "promoção do pequeno produtor pecuário", através da melhoria da produção animal e da melhoria da genética animal, do reforço da vigilância epidemiológica e da valorização dos produtos animais.

As ações a serem implementadas deverão abranger quatro mil 500 agricultores das ilhas de Santo Antão e de Santiago, além de 100 investigadores, estudantes e técnicos, no reforço das capacidades, segundo a mesma fonte.

-0- PANA CS/DD 05fev2021