Chefe de Estado tunisino retira passaporte diplomático a ex-Presidente Moncef Marzouki
Túnis, Tunísia (PANA) - O Presidente tunisino, Kaïs Saïed, anunciou quarta-feira a retirada dos passaportes diplomáticos a qualquer personalidade associada a "uma intervenção estrangeira" nos assuntos internos do país, incluindo o ex-chefe de Estado Moncef Marzouki.
"Alguns foram ao exterior para minar os interesses da Tunísia", lamentou, referindo-se particularmente a Moncef Marzouki, que se declarou "orgulhoso" de ter contribuído para abortar a cimeira da Francofonia, durante uma intervenção quarta-feira no canal "França 24".
Esta reunião, que deveria ter lugar em novembro próximo na Tunísia, foi adiada para 2022 por recomendação do Conselho de Representantes Permanentes da Organização Internacional da Francofonia.
Dois dias antes, Marzouki participou numa manifestação, em Paris, durante a qual instou os decisores franceses "a não endossar um sistema totalitário".
Falando na primeira reunião do Conselho de Ministros, desde a formação do novo Governo segunda-feira, Kaïs Saïed pediu ao ministro da Justiça a abertura de um inquérito judicial sobre esses atos, que descreveu como “Conspiração contra a segurança interna e externa do Estado” , nos termos do artigo 23 do Código de Processo Penal.
Ao mesmo tempo, reiterou a sua dedicação à democracia e à liberdade, anunciando a abertura, brevemente, de um diálogo com o povo e a juventude, excluindo “os que conspiram com o estrangeiro”.
O sindicato do corpo diplomático saudou, em nota divulgada quinta-feira, a decisão anunciada pelo Presidente da República de retirar os passaportes diplomáticos a todos os que pediram a "ingerência estrangeira nos assuntos internos do país".
-0- PANA BB/IS/SOC/MAR/IZ 15out2021