Agência Panafricana de Notícias

Chefe da segurança do Estado continua detido na Guiné-Bissau

Bissau- Guiné-Bissau (PANA) -- O director-geral dos Serviços de Informação do Estado (SIE) da Guiné-Bissau, coronel Antero João Correia, continua detido em Bissau depois da sua objecção ao plano para denunciar a alegada intentona golpista de 5 de Junho corrente, confirmaram este fim-de-semana fontes próximas do detido.
Segundo as mesmas fontes, o coronel Antero, antigo comandante-geral da Polícia, teria sido imediatamente detido, naquele mesmo dia, por ordens do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Zamora Induta, depois de se recusar a assinar o comunicado do SIE que anunciava a neutralização da alegada tentativa de golpe de Estado.
Esta recusa de Antero Correia teria obrigado os mentores do plano a confiar a assinatura do documento ao director-geral adjunto dos SIE, coronel Samba Djaló, que é apontado como uma pessoa "muito próxima" de Zamora Induta e seu representante a nível do Ministério do Interior que tutela os SIE.
As mesas fontes indicaram que o coronel Antero Correia teria manifestado a sua recusa por discordar de tais alegações de tentativa de golpe de Estado atribuída a várias figuras políticas e militares, incluindo o ex-ministro da Defesa Hélder Proença e o candidato presidencial Baciro Dabó, que foram mortos na mesma altura.
O comunicado em causa referia que a morte de Hélder Proença e Baciro Dabó teria resultado dum tiroteio que se seguiu à resistência demonstrada por eles quando as forças da ordem alegadamente pretendiam detê-los pela sua suposta implicação na intentona.
Mas as versões apresentadas por familiares e outras testemunhas contrariam a explicação dada no comunicado dos SIE, desmentindo que tivesse havido algum tiroteio antes da morte das duas personalidades.
No seu entender, tratou-se de "puro assassinato" uma vez que Dabó foi encontrado em sua casa e a domir, enquanto Hélder Proença estava de viagem, por estrada, proveniente da capital senegalesa, Dakar.
Alguns observadores comentam que o próprio facto de o comunicado dos SIE ter sido publicado sem o consentimento do Governo é revelador da existência de um "poder paralelo" que teria ordenado as execuções e a divulgação documento.