Agência Panafricana de Notícias

Charles Taylor condenado a 50 anos de prisão

Haia, Países Baixos (PANA) - O antigo Presidente liberiano, Charles Taylor, foi condenado a 50 anos de prisão pelo Tribunal Especial da Organização das Nações Unidas para a Serra Leoa.

Taylor foi condenado quarta-feira pelo Tribunal de Haia, nos Países Baixos, por ter planificado, ajudado e encorajado os crimes apresentados nas 11 acusações que o responsabilizam pelos crimes cometidos pelas forças rebeldes na Serra Leoa durante a guerra civil que abalou este país da África Ocidental.

No seu pronunciamento de 26 de abril último, os juízes da Câmara II consideraram que Taylor, que deverá cumprir a sua pena no Reino Unido, participou na planificação dos ataques rebeldes contra as cidades de Kono, Makeni e Freetown entre dezembro de 1998 e fevereiro de 1999.

Os juízes acusaram-no igualmente de ter ajudado e encorajado os rebeldes a cometer crimes de guerra na Serra Leoa, fornecendo-lhes armas e munições, pessoal militar, apoio operacional e moral.

Durante a sua audiência de 16 de maio, Taylor exprimiu a "sua tristeza e a sua compaixão pelas atrocidades e crimes que indivíduos e famílias sofreram na Serra Leoa", mas disse aos juízes que não era responsável por crimes cometidos pelas forças rebeldes e que o seu julgamento por crimes de guerra e crimes contra a humanidade tinha motivações políticas.

Na sua declaração, a procuradora Brenda Hollis disse aos juízes que a pena de 80 anos de prisão "refleteria o papel essencial que Taylor desempenhou em crimes de amplitude e gravidade extremas".

O Tribunal Especial para a Serra Leoa foi conjuntamente criado pelo Governo da Serra Leoa e pelas Nações Unidas.

Ele tem por mandato julgar os responsáveis pelas violações graves do Direito Humanitário Internacional e do Direito serraleonês cometidas no território da Serra Leoa desde 30 de novembro de 1996.

Embora o Tribunal esteja sediado na Serra Leoa, o julgamento decorreu em Haia por razões de segurança.

-0- PANA SEG/NFB/JSG/MAR/IZ 30maio2012