Cerca de 50 mortos em manifestações no Tchad, diz Governo
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – Cerca de 50 pessoas morreram e mais de 300 outras ficaram feridas em manifestações ocorridas quinta-feira em N’Djamena, a capital tchadiana, e em outras cidades do país, anunciou o primeiro-ministro de transição no Tchad, Saleh Kebzabo.
"Estes insurretos são responsáveis por cerca de 50 mortos e mais de 300 feridos, sobretudo em N’Djamena e Moundou. Demasiadas mortes para saciar a sede de poder e de Sucesso Masra, presidente dos Transformadores”, indignou-se Kebzabo em conferência de imprensa transmitida online pela imprensa local.
Anunciou a instauração de um recolher obrigatório das 18 às seis horas da madrugada, até ao restabelecimento total da ordem em N’Djamena e em três outras cidades.
Também anunciou a suspensão de qualquer atividade pública dos partidos políticos e das organizações da sociedade civil, nomeadamente os Transformadores e Wakit Tama, ambas a contas com a justiça.
Porém, o presidente da Comissão da União Africana (CUA), Moussa Faki Mahamat, condenou a repressão das manifestações.
"Eu condeno com firmeza a repressão das manifestações que provocou a morte de várias pessoas no Tchad. Apelo às partes para respeitarem as vidas e bens e privilegiarem vias pacíficas a fim de ultrapassarem a crise”, escreveu Faki Mahamt na sua conta twitter.
Por sua vez, a Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH) e as suas ligas no Tchad apelaram igualmente a uma cessação imediata da repressão violenta das manifestações em curso em N’Djamena, Sarh, Doba , Koumra, Abeche e Moundou pelas forças da ordem e segurança.
Violentas manifestações eclodiram quinta-feira em vários bairros de N’Djamena contra a transição, apesar de uma proibição anunciada um dia antes pelas autoridades tchadianas, noticiou a imprensa local.
Segundo esta fonte, várias pessoas já foram mortas durante a repressão destas manifestações.
Vários manifestantes saíram à rua quinta-feira de manhã cedinho em vários bairros da cidade capital do país, a pedido de várias organizações para exigirem a transferência do poder para civis, no termo do fim do período inicial de 18 meses de transição.
Atos de violência ocorreram quinta-feira de manhã no Tchad, com nomeadamente a utilização de armas letais contra manifestantes, o que a França condena, escreveu a Embaixada da França no Tchad.
"A França não desempenha nenhum papel nestes acontecimentos que dependem estritamente da política do Tchad. As informações falsas sobre uma pretensa implicação da França são infundadas”, de acordo com a mesma fonte.
-0- PANA TNDD/IS/FK/DD 20out2022