Central sindical exige formação de novo Governo na Tunísia
Túnis, Tunísia (PANA) – O secretário-geral da União Geral Tunisina do Trabalho (UGTT), Noureddine Taboubi, apelou para que se acelere a formação de um novo Governo na Tunísia capaz de compreender a situação atual do país, nomeadamente quanto ao endividamento e à parceria aprofundada com a União Europeia.
"A Tunísia está à deriva, o que necessita da formação de um governo capaz de enfrentar todos os desafios”, afirmou Taboubi numa declaração emitida domingo pela rádio, indicando que a UGTT poderá trabalhar com a nova equipa no futuro se for capaz de tratar as questões fundamentais da Tunísia.
A formação do novo governo saído das eleições legislativas de 6 de outubro último está bloqueada devido a um Parlamento espalhado e a divergências entre os partidos vitoriosos.
A presidente do Partido Destoriano Livre, Abir Moussi, disse acreditar a cena política, na Tunísia, será brevemente "prisioneira de combinas e entendimentos que não servem os interesses do povo tunisino e similar à cena política que prevalece atualmente no país, devido à confusão e divergências que a caraterizam”.
Segundo ela, o seu partido "não está interessado pelas negociações para a formação do governo e pelo voto de confiança a seu favor, mas ficará na oposição”.
Moussi, que falava durante uma cerimónia organizada sábado à noite para festejar o sucesso do seu partido nas legislativas, acrescentou que a sua formação política tem “à sua disposição iniciativas legislativas que vai propor em domínios económicos e políticos no Parlamento e será também uma força de proposição”, sem “entrar num governo que compreende a fraternidade (muçulmana) ou os seus derivados ou ainda os seus amigos”.
Por seu turno, um dirigente do partido Qalb Tounés (no coração da Tunísia) cujo chefe, Nabil Karoui, foi batido na segunda volta das presidenciais pelo atual Presidente, Kais Saied, indicou que a sua formação “não participará num governo dirigido pelo movimento Ennahda, mas está pronta para discutir com todos os outros partidos para a formação de um Governo de União Nacional liderado por uma personalidade independente”.
"O Qalb Tounes não ambiciona dirigir o próximo Governo e a questão não foi colocada de uma maneira ou doutra”, declarou Hatem Mleki, considerando que “um governo de quotas partidárias não é do interesse dos Tunisinos".
-0- PANA YY/IN/JSG/MAR/IZ 04nov2019