Cassandra demite-se da presidência do governo regional de Príncipe
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O sucessor de José Cardoso Cassandra, que se demitiu da presidência do governo regional do Príncipe, será conhecido nos próximos dias, indicou o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, após auscultar as duas maiores forças políticas da região, soube-se de fonte oficial, em São Tomé.
Após 12 anos à frente do governo regional do Príncipe, mandato conquistado pelo partido da União Movimento e Progresso do Príncipe (UMPP), José Cardoso Cassandra demitiu-se das suas funções.
O primeiro-ministro disse ter orientado a UMPP, partido vencedor das últimas eleições na região, a indicar o seu sucessor, para que nas próximas 72 horas ele se possa pronunciar.
O atual presidente da UMPP, o jovem jurista Felipe Nascimento, recém-chegado de Portugal, é o virtual candidato à sucessão de José Cardoso Cassandra mas é chumbado pelo movimento verde do Príncipe de Nestor Umbelina.
Felipe Nascimento, segundo Nestor Umbelina, não tem residência fixa na região, não conquistou o mandato legítimo nas urnas e deve fazer essa trajetória, antes de ascender ao poder.
Umbelina disse que, caso a nomeação de Filipe Santos venha a efetivar-se, este ato terá consequência políticas e sociais para a democracia são-tomense.
“Estamos completamente em desacordo. Achamos que é ilegal, inconstitucional, etica e politicamente reprovável. Nada nossa opinião, Filipe Nascimento não pode ser nomeado", indicou
Recordou que” terão que recorrer à lei para indicar um candidato que preencha os requisitos legais", insistindo que Filipe Nascimentos "é presidente legítimo da UMPP, e deve fazer o percurso de residência agora e nas próximas eleições recensear-se aqui no Príncipe e concorrer”.
Mas Filipe Nascimento diz que, no seu entender, a indigitação tem força legal, por ser uma deliberação da estrutura máxima do seu partido.
“Demos ao senhor primeiro-ministro toda a garantia para a estabilidade política e governativa na região, tendo em conta que a UMPP é a força que tem a maioria absoluta no parlamento regional”, argumentou.
Disse por isso acreditar que o bom senso prevalecerá para que haja uma transição pacifica.
No entanto, Jorge Bom Jesus considerou que o atual momento político no Príncipe é sui géneris pelo facto de, na história política e da democracia são-tomense, um presidente regional não ter chegado ao fim do seu mandato.
-0- PANA RMG/IZ 08ago2020