Casos de covid-19 ultrapassam três milhões em África, diz OMS
Brazzaville, Congo (PANA) – O continente africano enfrenta agora novas variantes do coronavírus (covid-19), enquanto casos acumulados ultrapassam os três milhões e casos diários o pico da primeira vaga, anunciou quinta-feira o Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África.
Medidas revisadas de saúde pública são cada vez mais essenciais para evitar um surto de infeções que possam causar ruturas estabelecimentos de saúde, alertou a OMS.
Precisou que foram notificados em média 25 mil 223 casos por dia, entre 28 de dezembro de 2020 e 10 de janeiro de 2021, em África, ou seja, quase 39 por cento mais que o pico de 18 mil 104 casos diários em média em duas. semanas de julho de 2020, segundo a mesma fonte.
No entanto, os números podem aumentar ainda mais nos próximos dias devido a viagens, agrupamentos e festividades decorridas durante festas de Natal e de Novo Ano de 2021, avisou.
No cômputo geral, o número de casos na região aumentou continuamente desde meados de setembro de 2020, de maneira mais acentuada a partir do final de novembro último.
Além disso, uma nova variante do do coronavírus, chamada 501Y.V2, circula amplamente na África do Sul, o que explica a maioria das novas infeções na segunda vaga.
As mutações no vírus não são surpreendentes porque, quando mais a pandemia se espalha, mais aumenta a probabilidade de mudanças, segundo a OMS.
No entanto, uma análise preliminar mostra que a variante 501Y.V2 é mais transmissível, e o sequenciamento genómico permitiu encontrar a variante presente no Botswana, na Gâmbia e na Zâmbia, informou.
Outras pesquisas estão em curso para compreender completamente as implicações epidemiológicas, mas, por enquanto, não há nada que aponte para o aumento da gravidade da nova variante deste vírus.
"Mesmo que a nova variante não seja mais virulenta, um vírus que pode se espalhar mais facilmente colocará mais pressão em hospitais e nos profissionais de saúde que, em muitos casos, já estão sobrecarregados", tranquilizou Matshidiso Moeti , diretor regional da OMS para África.
"Isso lembra-nos brutalmente que o vírus é implacável, que ainda representa uma ameaça clara e que a nossa guerra está longe de ser ganha", alertou.
A Nigéria efetuou também investigações adicionais sobre uma variante identificada em amostras coletadas em agosto e outubro últimos.
Embora atualmente não haja relatos da presença da variante covid-19 a circular no Reino Unido e na região africana, mais pesquisas são necessárias, considerou.
Com o apoio da OMS, os países africanos estão a intensificar esforços de sequenciamento do genoma viral, essenciais para encontrarem e compreenderem novas variantes à medida que forem aparecendo , a fim de ajudar a mitigar o seu impacto.
A OMS e a rede de laboratórios de sequenciação do genoma dos Centros Africanos para o Controlo e Prevenção de Doenças em África apoiam os Governos com formações e análises de dados sobre a sequenciação do genoma, a bioinformática e perícia técnica, segundo a mesma fonte.
A OMS também elaborou planos para a contenção das novas variantes, ajudando assim os países a administrarem e transportarem com segurança amostras para sequenciamentos e análises.
Embora um progresso considerável tenha sido feito na construção da capacidade de sequenciamento do genoma, mais de cinco mil sequenciamentos realizados até ao momento na região representam apenas dois por cento dos dados globais.
"Exortamos todos os países a intensificarem os testes e o sequenciamento do vírus para localizarem, acompanharem e lidarem rapidamente com as novas variantes da covid-19, desde o seu aparecimento no planeta.
"Para derrotar um inimigo ágil, adaptável e implacável, devemos conhecer e compreender cada movimento seu e redobrar nossos esforços para sabermos o que que é mais eficaz contra todas as variantes do vírus", disse Moeti.
Moeti fez estes comentários numa conferência de imprensa virtual quinta-feira, com a colaboração de Francisca Mutapi, professora de Infeção e Imunidade em Saúde Global da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, e de Chikwe Ihekweazu, diretor-geral do Centro de Controlo de Doenças da Nigéria.
-0- PANA AR/BAI/IS/MAR/DD 14janeiro2021