Carlos Veiga declara-se candidato independente a Presidente da República de Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – O ex-primeiro-ministro cabo-verdiano, Carlos Veiga, apresentou publicamente, quinta-feira, na cidade da Praia, a sua disponibilidade para concorrer ao cargo de Presidente da República de Cabo Verde, soube a PANA de fonte oficial.
Afirmou que se apresentará nas eleições presidenciais de 17 de outubro próximo como um "candidato independente, cidadão e apartidário”, segundo a mesma fonte.
Carlos Veiga, o primeiro chefe de Governo escolhido na sequencia das primeiras eleições multipartidárias, realizadas a 13 de janeiro de 1991, prometeu, caso seja eleito, estar "acima dos partidos", embora se tenha declarado aberto, dentro do quadro legal, a apoios institucionais de qualquer partido político ou organização da sociedade civil cabo-verdiana ou de todos os cidadãos que se revejam nele.
Como fundador e antigo presidente do Movimento para a Democracia (MpD, atualmente no poder), Carlos Veiga conta naturalmente com o apoio governamental mas até agora o MpD, liderado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, ainda não se pronunciou formalmente sobre o candidato que vai apoiar na corrida para a sucessão do atual chefe do Estado, Jorge Carlos Fonseca.
"Todos sabem de onde eu venho no espetro político cabo-verdiano. Mas, no cumprimento da letra e do espírito da Constituição, proponho-me ser um candidato apartidário e serei um Presidente da República acima dos partidos. A minha camisola será, como aliás sempre foi, a da seleção nacional", afirmou do ato de apresentação da sua candidatura, no Farol D. Maria Pina, cidade da Praia, na presença de dezenas de familiares e de amigos.
Na sua intervenção, o também ex-embaixador de Cabo Verde nos Estados Unidos, prometeu, caso venha a ser eleito chefe do Estado, influenciar as instituições democráticas e a sociedade para as levarem a fazer "opções claras e sustentadas por uma visão ampla e ambiciosa de um futuro cada vez melhor e mais justo para Cabo Verde e para o seu povo."
O ex-chefe do Governo cabo-verdiano (1991-200)0) também prometeu ser "um fator e garante da estabilidade do país e da consolidação das instituições democráticas e uma ponte de diálogo permanente e construtivo entre todos."
Nesta que vai ser a sua terceira tentativa para se eleger ao mais alto cargo da nação cabo-verdiana, Carlos Veiga garante que, 15 anos depois, está "bem preparado" para o cargo e quer ser "porta-voz" de todos os Cabo-verdianos.
As comunidades emigradas e os jovens são outras camadas da sociedade que fazem parte das principais linhas de atuação com que Carlos Veiga se apresentará ao eleitorado.
Carlos Veiga concorreu pela primeira vez ao cargo de Presidente da República cabo-verdiano em 2001, mas foi derrotado pelo então também primeiro-ministro cabo-verdiano, Pedro Pires, apoiado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), então no poder.
Estas duas personalidades voltaram a defrontar-se novamente nas presidências realizadas em 2006, ganhas de novo por Pedro Pires que, deste modo, cumpriu dois mandatos consecutivos na chefia do Estado cabo-verdiano.
Tudo leva a crer que nas próximas eleições presidenciais, o principal opositor de Carlos Veiga deverá ser o ex-primeiro-ministro e presidente do PAICV, José Maria Neves, que tem vindo a admitir a possibilidade de se apresentar na corrida, mas que ainda não apresentou formalmente a sua candidatura.
Igualmente, outras personalidades, como um deputado do MpD, Hélio Sanches e professores universitários, já anunciaram publicamente a intenção de participara nas eleições presidenciais de 17 de outubro próximo a que já não pode concorre o atual Presidente da República cessante, Jorge Carlos Fonseca, por já ter concluído dois mandatos, à frente do país.
-0- PANA CS/DD 05mar2021