PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Captura do tunídeo melva bate todos recordes em Cabo Verde
Praia, Cabo Verde (PANA) – A pesca do tunídeo melva, conhecido em Cabo Verde como catxorrinha, registou este ano os “maiores números de sempre”, com cerca de duas mil e 500 toneladas de janeiro a julho deste ano, apurou a PANA segunda-feira na cidade da Praia.
Citado pela agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), na cidade do Mindelo, o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP) do arquipélago prevê, em relação ao ano de 2013, a duplicação da captura desta espécie de tunídeo, principal matéria-prima da fábrica de conserva e transformação do pescado, a Frescomar, situada na ilha de São Vicente.
Fonte desta unidade fabril indicou que, no período entre 26 junho passado a 08 de agosto corrente, a Frecomar comprou mil e 500 toneladas deste peixe (1.057 só em julho), altura em que pagou 64 milhões de escudos (cerca de 582 mil euros) aos armadores e pescadores locais que forneceram o pescado.
Isto significa que, em 45 dias, a Frescomar “colocou” nas contas dos armadores e pescadores cerca de 90 milhões de escudos (quase 818 mil euros) pela compra de mil e 500 toneladas de catxorinha, ao preço de 60 escudos (0.54 euros) o quilograma.
“Isto é extraordinariamente positivo para um tunídeo e um recurso que antigamente não tinha muito valor comercial em Cabo Verde, por várias razões”, disse o presidente do INDP, Óscar Melício, sublinhando que “tudo mudou depois do início das operações da fábrica de conservas Frescomar”.
Para além do tratamento da espécie, que é enlatada para exportação, o responsável destaca outros “fatores positivos” dessa abundância da melva, nomeadamente a entrada de divisas no país decorrente da exportação do produto transformado.
Óscar Melício destacou também o volume do dinheiro que circula entre os armadores e os pescadores derivado das compras efetuadas pela Frescomar.
“Tudo isto é muito bom para um peixe que não tinha muito valor no país”, sintetizou.
Questionado sobre as razões dessa entrada considerada inusitada da catxorrinha nos mares de Cabo Verde, o responsável máximo do INDP explicou que nos oceanos acontecem “oscilações imprevisíveis” na disponibilidade de recursos.
Segundo ele, basta haver uma variação de temperatura anormal, “mais abaixo ou mais acima”, para que haja mais ou menos peixe.
Exemplificou que, em 2008 e 2009, houve abundância de atum, mas em 2012 uma abundância de gaiado de forma extraordinária, ao passo que 2013 foi o pior ano que se conhece na pesca dos grandes e médios atuns.
"Catxorrinha é um tunídeo que oscila e este ano temos tido a felicidade de constatar uma abundância”, acrescentou.
Entretanto, a empresa de conserva de pescado Frescomar espera concluir, até finais deste, ano investimentos a rondar os quatro milhões de euros, mais de 400 mil contos, e contratar mais gente para a linha de produção e receção de pescado, numa altura em que a empresa se vira para os mercados de Angola e dos Estados Unidos.
Uma fonte da Frescomar garante que os investimentos a serem feitos vão levar a empresa a admitir mais colaboradores nas diversas áreas, desde a recepção do pescado à parte comercial.
“O processo será feito de forma faseada mas irá certamente ainda acontecer no corrente ano”, disse, lembrando que se trata de investimentos pensados para um momento de exportação para novos mercados como Angola.
Em julho passado, a Frescomar enviou, pela primeira vez, conservas para aquele país e agora o departamento comercial espera desenvolver os contactos nesse “mercado com elevado potencial” para, até ao final do ano, fazer mais um ou dois embarques para as terras angolanas.
Por outro lado, a empresa está a aproveitar as vantagens do programa AGOA, que garante o acesso preferencial ao mercado estadunidense de produtos de países da África Subsariana, para ampliar o seu espaço de vendas nos Estados Unidos, onde já coloca toda a gama dos seus produtos disponíveis em diversos formatos, nomeadamente atum, cavala e melva.
-0- PANA CS/IZ 25ago2014
Citado pela agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), na cidade do Mindelo, o Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (INDP) do arquipélago prevê, em relação ao ano de 2013, a duplicação da captura desta espécie de tunídeo, principal matéria-prima da fábrica de conserva e transformação do pescado, a Frescomar, situada na ilha de São Vicente.
Fonte desta unidade fabril indicou que, no período entre 26 junho passado a 08 de agosto corrente, a Frecomar comprou mil e 500 toneladas deste peixe (1.057 só em julho), altura em que pagou 64 milhões de escudos (cerca de 582 mil euros) aos armadores e pescadores locais que forneceram o pescado.
Isto significa que, em 45 dias, a Frescomar “colocou” nas contas dos armadores e pescadores cerca de 90 milhões de escudos (quase 818 mil euros) pela compra de mil e 500 toneladas de catxorinha, ao preço de 60 escudos (0.54 euros) o quilograma.
“Isto é extraordinariamente positivo para um tunídeo e um recurso que antigamente não tinha muito valor comercial em Cabo Verde, por várias razões”, disse o presidente do INDP, Óscar Melício, sublinhando que “tudo mudou depois do início das operações da fábrica de conservas Frescomar”.
Para além do tratamento da espécie, que é enlatada para exportação, o responsável destaca outros “fatores positivos” dessa abundância da melva, nomeadamente a entrada de divisas no país decorrente da exportação do produto transformado.
Óscar Melício destacou também o volume do dinheiro que circula entre os armadores e os pescadores derivado das compras efetuadas pela Frescomar.
“Tudo isto é muito bom para um peixe que não tinha muito valor no país”, sintetizou.
Questionado sobre as razões dessa entrada considerada inusitada da catxorrinha nos mares de Cabo Verde, o responsável máximo do INDP explicou que nos oceanos acontecem “oscilações imprevisíveis” na disponibilidade de recursos.
Segundo ele, basta haver uma variação de temperatura anormal, “mais abaixo ou mais acima”, para que haja mais ou menos peixe.
Exemplificou que, em 2008 e 2009, houve abundância de atum, mas em 2012 uma abundância de gaiado de forma extraordinária, ao passo que 2013 foi o pior ano que se conhece na pesca dos grandes e médios atuns.
"Catxorrinha é um tunídeo que oscila e este ano temos tido a felicidade de constatar uma abundância”, acrescentou.
Entretanto, a empresa de conserva de pescado Frescomar espera concluir, até finais deste, ano investimentos a rondar os quatro milhões de euros, mais de 400 mil contos, e contratar mais gente para a linha de produção e receção de pescado, numa altura em que a empresa se vira para os mercados de Angola e dos Estados Unidos.
Uma fonte da Frescomar garante que os investimentos a serem feitos vão levar a empresa a admitir mais colaboradores nas diversas áreas, desde a recepção do pescado à parte comercial.
“O processo será feito de forma faseada mas irá certamente ainda acontecer no corrente ano”, disse, lembrando que se trata de investimentos pensados para um momento de exportação para novos mercados como Angola.
Em julho passado, a Frescomar enviou, pela primeira vez, conservas para aquele país e agora o departamento comercial espera desenvolver os contactos nesse “mercado com elevado potencial” para, até ao final do ano, fazer mais um ou dois embarques para as terras angolanas.
Por outro lado, a empresa está a aproveitar as vantagens do programa AGOA, que garante o acesso preferencial ao mercado estadunidense de produtos de países da África Subsariana, para ampliar o seu espaço de vendas nos Estados Unidos, onde já coloca toda a gama dos seus produtos disponíveis em diversos formatos, nomeadamente atum, cavala e melva.
-0- PANA CS/IZ 25ago2014