Agência Panafricana de Notícias

Capitalização bolsista representa 41 porcento do PIB em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - A Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC) atingiu atualmente uma capitalização bolsista estimada em 70 mil milhões de escudos (cerca de 636,3 milhões de euros), o que representa 41 porcento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, acaba de anunciar o administrador executivo da referida entidade, Isidoro Gomes.

O crescimento da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC), Isidoro Gomes, considera que o dessa instituição, tem sido “notável”, atingindo atualmente uma capitalização bolsista que ronda cerca de , apurou a PANA, terça-feira,na cidade da Praia, de fonte segura.

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Em entrevista à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), Isidoro Gomes faz um balanço positivo das atividades realizadas pelo BVC que, nos últimos 19 anos, vem contribuindo para a dinamização da economia cabo-verdiana, possibilitando às empresas o acesso a um vasto leque de mecanismos alternativos de financiamento e em condições mais favoráveis do que o financiamento tradicional bancário.

Assinalou que a BVC, que faz 20 anos em 2018, vem promovendo igualmente mecanismos internos de poupança, o que se traduz em vantagens substanciais para os que detêm excedentes de capital.

“As poupanças individuais e das empresas (neste último caso, o lucro) constituem a principal fonte de financiamento dos investimentos de um país. A redução dos custos de intermediação potenciados pelo financiamento direto é não só um fator de competitividade como também um contributo para o incremento da taxa de crescimento económico", sublinhou Isidoro Gomes.


O administrador executivo da BVC disse que a sua instituição, enquanto mercado regulamentado, monta e executa, através das suas plataformas, toda a operação que permita as empresas, ao Governo e às câmaras municipais acederem a financiamentos via mercado de capitais.

Explicou que as operações são efetuadas através de emissões de títulos, principalmente obrigações, ações e leilões dos títulos de tesouro, no caso do Estado.

Recordou que a instituição retomou em pleno a sua atividade em dezembro de 2005 após uma forma financeira profunda em termos de legislação financeira, visando transformar Cabo Verde numa atrativa e competitiva plataforma financeira.

Nesse ano, a capitalização bolsista da BVC rondava os nove mil milhões de escudos (cerca de 81,8 milhões de euros), informou Isidoro Gomes.

Revelou que, em 2016, o resultado líquido da BVC foi de 25 milhões de escudos (cerca de 227,2 mil euros) e o seu capital próprio atingiu pela primeira vez os 100 milhões de escudos (cerca de 909 mil euros), o que, a seu ver, mostra a “vertiginosa evolução da BVC”, fruto de um “trabalho coletivo”.

Isidoro Gomes revelou que, neste preciso momento, a BVC tem “208 títulos vivos e cotados” no mercado de cotação oficiais, sendo a maioria desses títulos do tesouro.

Segundo ele, “a rentabilidade financeira institucional da BVC em termos de resultados líquidos, positivos pelo sexto ano consecutivo, parece ser visível, não obstante o cenário macroeconómico atual do nosso país”.

A entidade foi criada com o propósito de proporcionar a todos os agentes económicos alternativas de investimento e de financiamento, através da realização e intermediação de operações sobre valores mobiliários, indicou

Também é sua meta "ser uma praça financeira internacional, forte e credível, atrativa e competitiva” e ter destaque entre os países da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) e na região oeste-africana a nível da qualidade, da segurança e rda apidez na prestação de serviços financeiros.

O administrador executivo anunciou que o BCV vai promover um conjunto de atividades em 2018, visando a dinamização do mercado secundário em Cabo Verde no âmbito da comemoração do seu vigésimo aniversário.

Afirmou que esta vai igualmente promover várias atividades de “cariz refletiva, académica, social, formativa e educativa com o objetivo de repensar os desafios presentes e futuros” do mercado de capitais cabo-verdiano.

Para o efeito, anunciou a mesma fonte, a BVC vai realizar, uma vez por mês, de janeiro a dezembro de 2018, uma rúbrica designada “Fórum 20 Anos da Bolsa” subordinado a um tema específico e de interesse para o mercado financeiro e de capitais.

“Estes encontros vão reunir protagonistas que influenciem decisões do mercado financeiro e de capitais, promovendo a análise, a partilha de casos de sucesso e o conhecimento técnico e científico”, sublinhou Isidoro Gomes.

Segundo a mesma fonte, estes encontros vão também servir permitir uma reflexão sobre o papel e perspetivas dos mercados de capitais e financeiros no desenvolvimento da economia cabo-verdiana, contextualizadas na Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e CPLP.

-0- PANA CS/DD 04jan2018