Agência Panafricana de Notícias

Capital líbia paralisada por movimento de desobediência civil

Tripoli, Líbia (PANA) – Depois de Benghazi, que entrou segunda-feira no seu segundo dia de um movimento de desobediência civil, a capital líbia, Tripoli, registou o bloqueio de alguns eixos rodoviários no mesmo dia, provocando enormes congestionamentos, constatou a PANA no local.

Em solidariedade com o movimento da desobediência civil lançado domingo em Benghazi por ativistas da sociedade civil para protestar contra a insegurança na cidade, vários jovens habitantes de Tripoli ergueram barricadas segunda-feira à tarde em algumas artérias da cidade.

Queimando pneus e impedindo a circulação dos vehículos, os aderentes ao movimento de desobediência civil provocaram enormes congestionamentos nas horas de ponta.

O diretor de Segurança de Tripoli, coronel Mohamed al-Souissi, reconheceu que o movimento perturbou gravemente a circulação rodoviária em Tripoli, chamando os jovens à razão para não prejudicarem os interesses dos demais cidadãos.

Acrescentou que esforços estão a ser envidados para convencer estes jovens a levantarem o bloqueio das ruas para permitir o restabelecimento da circulação, prometendo que serão desdobrados polícias a partir de amanhã em número suficiente para conter qualquer eventualidade.

Segundo Selma al-Chaab, uma ativista da sociedade civil e membro do movimento "Tamarrod" (rebelião), à semelhança do iniciado no Egito que culminou na destituição pelo Exército do Presidente Mohamed Morsi, a desobediência civil é o último recurso para fazer ouvir às autoridades a voz da rua.

Segundo ela, os cidadãos manifestaram-se contra a prorrogação do mandato do Congresso Geral Nacional (CGN, Parlamento), mas não foram ouvidos pelas autoridades que "permaneceram surdas às reivindicações".

As reivindicações do movimento de desobediência civil não se limitam apenas ao apelo para a dissolução do CGN, como também incidem sobre a adoção das recomendações da Comissão "Fevereiro" encarregada da emenda constitucional e da elaboração de uma nova lei eleitoral.

O congelamento das atividades do Congresso, a limitação das competências do Governo aos assuntos correntes e a organização de eleições legislativas sob o modo de escrutínio em que foi eleito o CGN, em julho de 2012, figuram entre as reivindicações do movimento.

Em Benghazi, o segundo dia da desobediência civil teve uma ampla aderência. As lojas, a Administração Pública, os bancos e os estabelecimentos escolares permaneceram fechados segunda-feira, segundo fontes locais.

Os voos internacionais retomaram-se no aeroporto da cidade com a reabertura segunda-feira de voos para Cairo, no Egito, depois de mais de 24 horas de interrupção.

Cidades como Tobrouk e M'Saad, no leste do país, observaram também o movimento de desobediência civil.

-0- PANA BY/AAS/CJB/IZ 07abril2014