Candidata diz ser vez de mulher guiar destinos de São Tomé e Príncipe
São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - A candidata presidencial Maria das Neves declarou estar a crescer o sentimento popular de que “chegou a vez” de ter uma mulher à frente dos destinos de São Tomé e Príncipe.
Maria das Neves iniciou a sua campanha, na Região Autónoma do Príncipe, e já percorreu os distritos de Lobata e Lembá, na caça ao voto para a Presidência da República, quando já são decorridos seis dias da campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 18 de julho corrente, no arquipélago.
Micolo, uma comunidade piscatória do distrito de Lobata, parou para receber Maria das Neves, que chegou à chefia do Governo, em 2003, e conhecida como “filha da praia” porquanto o pai era pescador e a mãe vendedora de peixe em “Praia Gamboa”.
Entre abraços e carinhos, Maria das Neves recebeu o calor da multidão à quem transmitiu a mensagem de que o “País precisa de avançar”.
“Estou nesta corrida porque sinto que sou capaz de mudar São Tomé e Príncipe. O país tem condições para proporcionar uma vida melhor a cada um dos são-tomenses.
“O que nos de falta é emprego. Homens e mulheres precisam de trabalhar para terem uma vida com dignidade, darem uma boa educação aos filhos”, sustentou a candidata que apela para o voto em massa dos eleitores na matriz “sete” no boletim de voto.
Entre discursos e músicas gravadas, ouvia-se mensagens ruidosas da multidão eufórica de que “é a vez da mulher guiar os destinos de São Tomé e Príncipe”.
“Maria das Neves, chegou a hora de a mulher mandar. Depois de 45 anos, queremos agora uma mulher no poder”, persistiam os populares nesse slogan da candidata de 63 anos de idade, casada e mãe de dois filhos que diz sentir-se confortada, embora ressalvando que a decisão final é do eleitorado, no dia 18 de julho.
Na contagem decrescente para a data das eleições, Maria das Neves, doutorada em economia, recordou a população de que foi autora do projeto de construção do Porto em Águas Profundas que deveria ser erguido naquela região costeira do país.
“Quando estive no poder, tudo foi feito para que a ‘Terminal Link’ pudesse construir essa infraestrutura cá. Infelizmente, deixaram cair o meu governo, e agora isto está como está, é triste”, desabafou.
A candidata sustenta que, caso seja eleita, usará a sua magistratura de influência para que, uma vez por todas, “esse projeto possa ser concluído e devolver uma vida melhor” à população.
“A tese do meu doutoramento tem esta fórmula. Nada é impossível, eu acredito é necessário que vocês depositem confiança em mim. Eu conto convosco e vocês podem contar comigo”, afirmou.
É pela terçeira vez que Maria das Neves concorre às presidenciais (depois de 2011 e 2016), sem o apoio do seu partido, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD).
A candidata reuniu em torno da sua candidatura figuras influentes da sociedade, e a juventude acredita ser possível, com ela, transformar o seu projeto de sociedade.
Maria das Neves, conhecida no mundo rural como mulher “determinada e guerreira” pelo seu legado enquanto ministra da Economia e primeira-ministra, e que, até aos dias de hoje, tem impacto na vida socioeconómica das populações, desdobra-se no terreno no distrito de Lobata e Lembá para depois atacar o centro sul, em Me-Zochi, Água Grande, Cantagalo e Caue
-0- PANA RMG/IZ 08julho2021