PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Candidata cabo-verdiana ao BAD propõe agenda de transformação estrutural em África
Praia, Cabo Verde (PANA) – A ministra cabo-verdiana das Finanças e Planeamento e candidata à presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), disse segunda-feira que, se eleita, a sua agenda será impulsionada pela "necessidade de garantir a transformação estrutural em África”.
Numa conferência de imprensa para falar da “candidatura cabo-verdiana”, Cristina Duarte sublinhou que está a candidatar-se na profunda convicção de que “África pode muito mais”.
A candidata reconheceu que o BAD já atingiu um patamar de referência a nível internacional e que tem vindo paulatinamente a trabalhar para que o progresso seja possível em África.
No entanto, Cristina Duarte considera que se impõe consolidar os ganhos alcançados até agora e edificar uma base sólida para enfrentar os desafios do futuro.
“Temos de levar o Banco para o próximo nível, a fim de satisfazer as aspirações dos seus clientes e, mais importante, ajudar África a realizar o seu objetivo mais difícil de atingir, que é o da sua transformação estrutural”, precisou.
Para ela, o desafio do momento é quebrar o círculo vicioso da luta contra a pobreza e ambicionar uma agenda de transformação estrutural das economias e sociedades por forma a tornar África num continente competitivo a nível mundial.
“O desafio que temos pela frente é enorme”, disse Cristina Duarte reconhecendo, entretanto, que "hoje também temos oportunidades que aqueles que nos antecederam nunca tiveram, pelo que temos que ter capacidade de reorganizar e focalizar nas questões centrais para o continente”.
“Eu acredito que o BAD, ao afirmar-se como um dos obreiros das agendas africanas, deve ser percebido como parceiro natural e preferido dos países e governos, particularmente, quando se trata de inércias e mecanismos reprodutores que sistematicamente têm impedido a nossa transformação económica”, acrescentou.
A candidata cabo-verdiana propõe-se ainda tornar o banco num verdadeiro parceiro de desenvolvimento”, através de “uma relação mais estreita com os clientes e da descentralização”.
Densificar o setor privado africano com a criação de mecanismos e potenciação da capacidade de empreendedorismo existente na cultura africana, desenvolver as infraestruturas tanto físicas como institucionais e construir uma economia verde como imperativo ambiental e económico, são outras das propostas da Cristina Duarte.
Caso for eleita, ela promete ainda servir de catalisador para inovação e criatividade, trabalhar para vencer as disparidades do género, e garantir o financiamento do desenvolvimento e eficiência organizativa.
“As necessidades de financiamento em todo continente são enormes e crescentes. Não podemos aceitar que a mobilização desses financiamentos e realização dos respetivos investimentos imponham um cenário de muito longo prazo. Nós não temos tempo ”, sublinhou.
Frisou, por outro lado, que é necessário tomar a consciência de que também África tem recursos endógenos que necessitam de ser mobilizados para o efeito.
Questionada se não se sente em situação de desvantagem pelo facto de ser a primeira mulher a candidatar-se a um cargo que habitualmente é concorrido por homens, Cristina Duarte respondeu que não, argumentando que, a nível internacional, muitas mulheres têm vindo a competir para cargos de liderança de instituições internacionais.
“Vezes há que vencem e outras não. Os critérios são objetivos e eu acredito que o facto de ser a primeira mulher a competir para esse posto pode funcionar mais do lado da vantagem do que do lado da desvantagem”, perspetivou.
A ministra acredita que Cabo Verde e a sua pessoa (Cristina Duarte) têm todas as condições para vencer as eleições para o cargo e apoia-se na credibilidade do país para justificar o seu otimismo.
“Um dos pilares determinantes desta credibilidade está agora patente na última avaliação feita pelo Mo Ibraim Foundation, que é a gestão macroeconómica do país”, anotou.
Antes de entrar para o Governo de José Maria Neves, em 2005, como ministra das Finanças e Planeamento, Cristina Duarte trabalhou no Citibank, uma instituição financeira internacional, tendo desempenhado funções no Quénia e Angola.
A candidata, que iniciou a sua carreira profissional na Administração Pública cabo-verdiana, prestou também serviços de consultoria em vários organismos de renome internacional.
As eleições para a presidência do BAD estão marcadas para 28 de maio de 2015, em Abidjan (Côte d'Ivoire), e para além da candidatura cabo-verdiana, a Tunísia também já tornou pública a candidatura através do ex-diretor das Finanças, Jelloul Ayyad.
-0- PANA CS/IZ 07out2014
Numa conferência de imprensa para falar da “candidatura cabo-verdiana”, Cristina Duarte sublinhou que está a candidatar-se na profunda convicção de que “África pode muito mais”.
A candidata reconheceu que o BAD já atingiu um patamar de referência a nível internacional e que tem vindo paulatinamente a trabalhar para que o progresso seja possível em África.
No entanto, Cristina Duarte considera que se impõe consolidar os ganhos alcançados até agora e edificar uma base sólida para enfrentar os desafios do futuro.
“Temos de levar o Banco para o próximo nível, a fim de satisfazer as aspirações dos seus clientes e, mais importante, ajudar África a realizar o seu objetivo mais difícil de atingir, que é o da sua transformação estrutural”, precisou.
Para ela, o desafio do momento é quebrar o círculo vicioso da luta contra a pobreza e ambicionar uma agenda de transformação estrutural das economias e sociedades por forma a tornar África num continente competitivo a nível mundial.
“O desafio que temos pela frente é enorme”, disse Cristina Duarte reconhecendo, entretanto, que "hoje também temos oportunidades que aqueles que nos antecederam nunca tiveram, pelo que temos que ter capacidade de reorganizar e focalizar nas questões centrais para o continente”.
“Eu acredito que o BAD, ao afirmar-se como um dos obreiros das agendas africanas, deve ser percebido como parceiro natural e preferido dos países e governos, particularmente, quando se trata de inércias e mecanismos reprodutores que sistematicamente têm impedido a nossa transformação económica”, acrescentou.
A candidata cabo-verdiana propõe-se ainda tornar o banco num verdadeiro parceiro de desenvolvimento”, através de “uma relação mais estreita com os clientes e da descentralização”.
Densificar o setor privado africano com a criação de mecanismos e potenciação da capacidade de empreendedorismo existente na cultura africana, desenvolver as infraestruturas tanto físicas como institucionais e construir uma economia verde como imperativo ambiental e económico, são outras das propostas da Cristina Duarte.
Caso for eleita, ela promete ainda servir de catalisador para inovação e criatividade, trabalhar para vencer as disparidades do género, e garantir o financiamento do desenvolvimento e eficiência organizativa.
“As necessidades de financiamento em todo continente são enormes e crescentes. Não podemos aceitar que a mobilização desses financiamentos e realização dos respetivos investimentos imponham um cenário de muito longo prazo. Nós não temos tempo ”, sublinhou.
Frisou, por outro lado, que é necessário tomar a consciência de que também África tem recursos endógenos que necessitam de ser mobilizados para o efeito.
Questionada se não se sente em situação de desvantagem pelo facto de ser a primeira mulher a candidatar-se a um cargo que habitualmente é concorrido por homens, Cristina Duarte respondeu que não, argumentando que, a nível internacional, muitas mulheres têm vindo a competir para cargos de liderança de instituições internacionais.
“Vezes há que vencem e outras não. Os critérios são objetivos e eu acredito que o facto de ser a primeira mulher a competir para esse posto pode funcionar mais do lado da vantagem do que do lado da desvantagem”, perspetivou.
A ministra acredita que Cabo Verde e a sua pessoa (Cristina Duarte) têm todas as condições para vencer as eleições para o cargo e apoia-se na credibilidade do país para justificar o seu otimismo.
“Um dos pilares determinantes desta credibilidade está agora patente na última avaliação feita pelo Mo Ibraim Foundation, que é a gestão macroeconómica do país”, anotou.
Antes de entrar para o Governo de José Maria Neves, em 2005, como ministra das Finanças e Planeamento, Cristina Duarte trabalhou no Citibank, uma instituição financeira internacional, tendo desempenhado funções no Quénia e Angola.
A candidata, que iniciou a sua carreira profissional na Administração Pública cabo-verdiana, prestou também serviços de consultoria em vários organismos de renome internacional.
As eleições para a presidência do BAD estão marcadas para 28 de maio de 2015, em Abidjan (Côte d'Ivoire), e para além da candidatura cabo-verdiana, a Tunísia também já tornou pública a candidatura através do ex-diretor das Finanças, Jelloul Ayyad.
-0- PANA CS/IZ 07out2014