PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Campeonato nacional de futebol de Cabo Verde no impasse
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde corre o risco de ficar sem conhecer esta ano a equipa vencedora do campeonato nacional de futebol sénior feminino devido a um impasse que marca o desfecho da eliminatória das meias-finais entre a Ultramarina de São Nicolau e o Mindelense de São Vicente, apurou a PANA de fonte desportiva.
A polémica em torno dos jogos das meias-finais da prova máxima de futebol de clubes em Cabo Verde arrasta-se há mais de um mês, devido ao adiamento, de 1 de maio para 24 de junho últimos, do jogo da primeira mão entre as duas equipas.
O adiamento deveu-se a um atraso na chegada dos jogadores do Mindelense a São Nicolau, o que levou a um novo adiamento da partida para o dia seguinte, 25. Os Mindelenses alegam ter encontrado dificuldades de transporte aéreo para São Nicolau.
Esta situação levou a Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) a adiar novamente o desafio, para terça-feira, 27.
Só que na terceira tentativa da realização do jogo, um responsável das instalações do estádio Municipal Orlando Rodrigues, que devia ser o palco do jogo, não compareceu para proceder à abertura das portas do recinto, o que fez com que as duas equipas não pudessem entrar para jogar.
O caso chegou ao Conselho de Disciplina da FCF que, primeiro, sancionou, a 30 de junho, a equipa anfitriã, a Ultramarina, com uma derrota no jogo não disputado, bem como uma multa de 15 mil escudos, e um ano de suspensão e pagamento de uma indemnização à Federação.
A Ultramarina interpôs recurso da decisão, mas enquanto se aguardava pela decisão, a equipa viajou para São Vicente a fim de disputar o jogo que, neste caso, seria referente à segunda mão das meias-finais e que se saldou na vitória campeã de São Nicolau por 2-0.
Entretanto, a 14 julho último, o Conselho de Disciplina da FCF pronunciou-se, finalmente, sobre o recurso apresentado pela equipa de São Nicolau, ditando uma nova reviravolta no caso, ao decidir pelo arquivamento do processo contra a Ultramarina, ficando sem efeito o castigo aplicado semanas antes.
O Mindelense ainda apelou para o Conselho de Justiça da FCF mas sem sucesso, uma vez que o pedido não teve provimento.
Finalmente, a FCF decidiu, quarta-feira, tendo em conta as decisões dos seus órgãos, repetir os dois jogos das meias-finais, mas as duas equipas manifestaram-se contra a decisão ameaçando não jogar.
Em nota de imprensa, a FCF informou ter decidido não só anular o jogo já realizado da segunda mão como também "mandar repetir a eliminatória das meias-finais entre essas duas equipas".
"Esta decisão assenta nos princípios da verdade e da ética desportiva, sanando assim todas as incidências desportivas que determinaram o não apuramento do finalista dessa meias-finais", explicou a FCF num comunicado.
O órgão que rege o futebol cabo-verdiano informou ainda que o adiamento dos jogos vai consequentemente prorrogar a época desportiva, que deveria terminar a 31 de julho último.
Entretanto, tanto o Mindelense, tetracampeão nacional, como a Ultramarina discordam da decisão da federação e ameaçam não jogar, pelo menos por agora.
O presidente do Mindelense, Daniel Jesus, disse que a decisão foi tomada após a FCF ter ouvido apenas o Sporting da Praia, equipa que se apurou para a final ao eliminar a Académica do Porto Novo.
Daniel Jesus acrescentou que o clube já dispensou os seus jogadores, mostrando-se, no entanto, disponível para procurar uma solução para o caso.
Porém, ele garantiu que o seu clube só estará disponível para jogar a final com o Sporting da Praia, no inicio da próxima época desportiva.
O clube de São Vicente disse que os sucessivos adiamentos para o desfecho do caso têm causado prejuízos ao clube e que quer ser indemnizado pela FCF, com cerca de nove mil euros.
Por sua vez, a Ultramarina discordou também da decisão da FCF de realizar os dois jogos, lembrando que vencera o primeiro jogo das meias-finais disputado em São Vicente.
Também o Sporting da Praia, que já está há algum tempo à espera de conhecer o clube que deve defrontar na final, declarou-se indisponível para jogar depois de 31 de julho último.
Frisou que, em setembro próximo, vai dar entrada de um processo na Procuradoria-Geral da República para ser ressarcido dos prejuízos de cerca de um milhão e 500 mil de escudos (cerca de 13 mil euros), por considerar que tudo aconteceu por "erros e falhas graves" da FCF.
-0- PANA CS/DD 03ago2017
A polémica em torno dos jogos das meias-finais da prova máxima de futebol de clubes em Cabo Verde arrasta-se há mais de um mês, devido ao adiamento, de 1 de maio para 24 de junho últimos, do jogo da primeira mão entre as duas equipas.
O adiamento deveu-se a um atraso na chegada dos jogadores do Mindelense a São Nicolau, o que levou a um novo adiamento da partida para o dia seguinte, 25. Os Mindelenses alegam ter encontrado dificuldades de transporte aéreo para São Nicolau.
Esta situação levou a Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) a adiar novamente o desafio, para terça-feira, 27.
Só que na terceira tentativa da realização do jogo, um responsável das instalações do estádio Municipal Orlando Rodrigues, que devia ser o palco do jogo, não compareceu para proceder à abertura das portas do recinto, o que fez com que as duas equipas não pudessem entrar para jogar.
O caso chegou ao Conselho de Disciplina da FCF que, primeiro, sancionou, a 30 de junho, a equipa anfitriã, a Ultramarina, com uma derrota no jogo não disputado, bem como uma multa de 15 mil escudos, e um ano de suspensão e pagamento de uma indemnização à Federação.
A Ultramarina interpôs recurso da decisão, mas enquanto se aguardava pela decisão, a equipa viajou para São Vicente a fim de disputar o jogo que, neste caso, seria referente à segunda mão das meias-finais e que se saldou na vitória campeã de São Nicolau por 2-0.
Entretanto, a 14 julho último, o Conselho de Disciplina da FCF pronunciou-se, finalmente, sobre o recurso apresentado pela equipa de São Nicolau, ditando uma nova reviravolta no caso, ao decidir pelo arquivamento do processo contra a Ultramarina, ficando sem efeito o castigo aplicado semanas antes.
O Mindelense ainda apelou para o Conselho de Justiça da FCF mas sem sucesso, uma vez que o pedido não teve provimento.
Finalmente, a FCF decidiu, quarta-feira, tendo em conta as decisões dos seus órgãos, repetir os dois jogos das meias-finais, mas as duas equipas manifestaram-se contra a decisão ameaçando não jogar.
Em nota de imprensa, a FCF informou ter decidido não só anular o jogo já realizado da segunda mão como também "mandar repetir a eliminatória das meias-finais entre essas duas equipas".
"Esta decisão assenta nos princípios da verdade e da ética desportiva, sanando assim todas as incidências desportivas que determinaram o não apuramento do finalista dessa meias-finais", explicou a FCF num comunicado.
O órgão que rege o futebol cabo-verdiano informou ainda que o adiamento dos jogos vai consequentemente prorrogar a época desportiva, que deveria terminar a 31 de julho último.
Entretanto, tanto o Mindelense, tetracampeão nacional, como a Ultramarina discordam da decisão da federação e ameaçam não jogar, pelo menos por agora.
O presidente do Mindelense, Daniel Jesus, disse que a decisão foi tomada após a FCF ter ouvido apenas o Sporting da Praia, equipa que se apurou para a final ao eliminar a Académica do Porto Novo.
Daniel Jesus acrescentou que o clube já dispensou os seus jogadores, mostrando-se, no entanto, disponível para procurar uma solução para o caso.
Porém, ele garantiu que o seu clube só estará disponível para jogar a final com o Sporting da Praia, no inicio da próxima época desportiva.
O clube de São Vicente disse que os sucessivos adiamentos para o desfecho do caso têm causado prejuízos ao clube e que quer ser indemnizado pela FCF, com cerca de nove mil euros.
Por sua vez, a Ultramarina discordou também da decisão da FCF de realizar os dois jogos, lembrando que vencera o primeiro jogo das meias-finais disputado em São Vicente.
Também o Sporting da Praia, que já está há algum tempo à espera de conhecer o clube que deve defrontar na final, declarou-se indisponível para jogar depois de 31 de julho último.
Frisou que, em setembro próximo, vai dar entrada de um processo na Procuradoria-Geral da República para ser ressarcido dos prejuízos de cerca de um milhão e 500 mil de escudos (cerca de 13 mil euros), por considerar que tudo aconteceu por "erros e falhas graves" da FCF.
-0- PANA CS/DD 03ago2017