Agência Panafricana de Notícias

Camarões preocupados com regresso da insegurança costeira

Doualá- Camarões (PANA) -- Os últimos ataques perpetrados contra dois barcos ao largo das costas camaronesas, entre quarta e quinta-feiras, preocupam ao mais alto nível as autoridades do país, soube a PANA sexta-feira de fonte militar.
"Não podemos ficar tranquilos ou cruzar os braços quando tais actos são perpetrados no nosso território numa altura em que o Presidente da República, Paul Biya, está fora do país", confiou à PANA um alto responsável do Exército camaronês em Doualá.
Ele afirma todavia que a situação está sob o controlo das forças de defesa camaronesas, compostas pelo Exército, pela Gendarmaria, pela Marinha e pelo Batalhão de Intervenção Rápida (BIR).
"São organizadas patrulhas nesta zona de dia e noite para controlar esta costa que esteve durante muito tempo sob o controlo dos Nigerianos", indicou o responsável militar que falava sob anonimato.
Segundo comandante da Brigada de Idenau (sudoeste), Elie Mbape um dos dois navios era um barco de pesca e foi atacado quarta-feira última na zona de Bakassi (sudoeste) por "bandidos que se fazem passar por piratas do grupo rebelde dos Bakassi Freedom Fighters (BFF)" conhecido na região pelos seus sequestros de reféns.
"O outro barco, de pavilhão ganense, pegou fogo quinta-feira última perto de Limbe (sudoeste), sem que se saiba até agora as causas reais deste incêndio", indicou Mbape.
Segundo o balanço oficial, uma pessoa morreu e duas outras ficaram feridas das quais o capitão do barco, durante o ataque quarta-feira, da traineira camaronesa em Bakassi.
Quanto ao petroleiro ganense, nenhum corpo foi encontrado ao largo de Debunscha, a cerca de 30 quilómetros de Limbe, onde o navio pegou fogo depois de se ter afundado com a sua carga de 14 mil litros de petróleo, embora as autoridades não excluam "a pista dos piratas".
Os ataques no mar multiplicaram-se no sudoeste dos Camarões, nomeadamente na península de Bakassi (rica em petróleo e gás) desde a retrocessão desta localidade aos Camarões pela Nigéria há mais de um ano, após um litígio fronteiriço de 15 anos.