Calma volta a quartel de Ouagadougou após tiros de advertência
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) – A calma voltou, esta sexta-feira, ao quartel Guillaume Ouédraogo, em Ouagadougou (capital burkinabe), onde militares descontentes pelo ataque mortífero de segunda-feira fizeram disparos de adevertência, indicou o Governo.
À noite de quinta-feira, foram ouvidos disparos no quartel Guillaume Ouédraogo, confirmou o porta-voz do Governo, Rémis Dandjinou, num comunicado, precisando que “chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Nacionais (FAN) se deslocou ao quartel e obteve o regresso à calma e à serenidade”.
Também nas primeiras horas desta sexta-feira, foram ouvidos novos disparos no mesmo local, situado no centro da capital burkinabe e, segundo uma fonte militar, os tiros foram obra de soldados que protestam contra a hierarquia.
"Eles (soldados) exigem melhores condições e meios de trabalho", acrescentou a mesma fonte.
Já na quarta-feira, os soldados da mesma unidade tinham recusado o acesso ao quartel de alguns superiores hierárquicos seus, como expressão da sua fúria em relação à gestão da situação após o ataque.
Mas Dandjinou minimizou o drama, sublinhando que esta situação representa “a expressão de um ressentimento” em relação ao ataque de segunda-feira contra o destacamento militar de Koutougou que deixou 24 soldados mortos.
O Governo tranquiliza as populações sobre o caráter republicano das FAN e exorta-as a cuidar dos seus afazeres diários, indicou.
Por seu turno, o Estado-Maior das FAN desmentiu qualquer movimento de protestos no seio da tropa, preferindo falar em "viva emoção sentida no seio das unidades chocadas” com o ataque.
Os 24 militares mortos foram inumados quinta-feira, enquanto os cinco inicialmente dados como desaparecidos foram encontrados vivos, segundo o Exército.
O Presidente burkinabe, Roch Marc Christian Kaboré, decretou três dias de luto nacional, a partir desta sexta-feira.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou este ataque e apresentou as suas condolências ao povo burkinabe.
Os ataques terroristas fizeram, até ao presente, mais de 500 mortos e 280 mil deslocados internos, no Burkina Faso, onde várias províncias vivem sob Estado de emergência, desde janeiro de 2019.
-0- PANA NTDD/IS/FK/IZ 23ago2019