Agência Panafricana de Notícias

Cada decisão esquisita relativa à polícia implica Presidente Zuma, diz oposição

Cidade de Cabo, África do Sul (PANA) - Cada incidente esquisito de tomada de decisão relativamente à polícia implica o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, declarou terça-feira na cidade do Cabo, a líder da Aliança Democrática (DA, principal partido da oposição), Helen Zille.

Esta declaração suscita protestos no tocante à suspensão do diretor da Hawks (principal unidade de elite da polícia nacional de luta contra o crime), Anwa Dramat, enquanto se aguara pelos resultados dum inquérito sobre a sua suposta implicação na facilitação da cessão ilegal de Zimbabweanos às autoridades do seu país em novembro de 2010.

Também é acusado de ter a ver com a detenção e expulsão de criminosos zimbabweanos mais procurados em violação da lei sul-africana.

A DA frisou que a suspensão de Dramat acontece depois da descoberta de assuntos ligados à remodelação, avaliada em 20 milhões de dólares americanos, duma residência privada de Zuma em Nkandla, assunto suscetível de desembocar em perseguições judiciais contra o proprietário.

"Já que a decisão da sua suspensão ocorreu depois do dossiê Nkandla ter sido transmitido à seção de inquérito criado para grandes assuntos, esta ordem só pode vir do próprio Zuma", declarou a porta-voz da DA, Dianne Kholer Barnard.

Em entrevista radiodifundida terça-feira de manhã, o advogado de Dramat, Johann Nortje, declarou que o seu cliente foi completamente ilibado pela Direção dos Inquéritos Independentes da Polícia (IPID).

Mesmo ciente disto, o ministro da Polícia, Nkosinathi Nhleko, suspendeu-o há um mês, contrariando assim o Tribunal Constitucional.

Reagindo, uma analista política, Max Du Preez, advertiu que a suspensão de Dramat se enquadra na "demolição da democracia" por Zuma.

"Os danos causados por este destruidor, Jacob Zuma, vão levar anos para ser reparados, mesmo se ele deixar o poder amanhã. A sua deputação de seis anos e caraterizada pela sua determinação a não ser julgado (e não ir para a cadeia) apesar de 700 acusações de corrupção, fraude e roubo que pesam sobre si", declarou DuPreez.

-0- PANA CU/SEG/FJG/BEH/IBA/MAR/DD 31dez2014