Agência Panafricana de Notícias

Cabo-verdianos preferem modelo de desenvolvimento norte-americano, diz estudo

Praia, Cabo Verde (PANA) – Mais da metade dos Cabo-verdianos (52 porcento) gostaria que o seu país seguisse o modelo de desenvolvimento norte-americano ao passo que quase um terço considera que os Estados Unidos são a potencia com mais influência em Cabo Verde, de acordo com uma sondagem divulgada terça-feira na cidade da Praia.

Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo Afrobarómetro (www.afrobarometer.org), através de entrevistas cara-a-cara junto de mais de 54 mil cidadãos de 36 países africanos, representando opiniões de mais de três quartos da população do continente.

Quando questionados sobre que modelo de desenvolvimento o seu país deveria seguir, a maioria dos Africanos inquiridos escolheu os Estados Unidos, logo seguidos pela China e depois por antigas potências coloniais.

No caso de Cabo Verde, apesar da clara preferência do modelo americano, a grande maioria dos Cabo-verdianos têm uma boa opinião da influência chinesa no seu país, com 21 porcento dos inqueridos a escolherem o modelo chinês, contra apenas sete porcento que optaram pelo modelo da ex-colónia, Portugal.

Somente uma pequena percentagem de Cabo-verdianos (quatro porcento) defendem que o país deveria seguir o seu próprio modelo de desenvolvimento.

Também 31 porcento dos Cabo-verdianos defendem que a potência que mais influência tem no seu país é os Estados Unidos, enquanto 27 porcento escolheram a China, como sendo a mais influente contrariamente a outros 25 porcento que indicaram Portugal.

A nível do continente africano, quando se pergunta aos inquiridos que países têm atualmente a maior influência nos seus países, a maioria dos inquiridos em África (28 porcento) identifica as suas antigas potências coloniais, seguidas pela China (23 porcento) e pelos Estados (22 porcento%).

O nível de influência percebida varia muito entre países, mas as antigas colónias francesas são os países que mais se sentem influenciados pela ex-potência colonial, nomeadamente 89 porcento na Côte d’Ivoire, 80 porcento no Gabão ou 73 porcento no Mali.

O estudo apurou que, apesar das críticas na imprensa aos interesses e operações chineses em África, também a população africana, em geral, vê com bons olhos o papel do investimento estrangeiro e a assistência ao desenvolvimento por parte de entidades chinesas.

Em média, 63 porcento dos inquiridos vêem a influência da China no seu país como "positiva" ou "muito positiva", perceção que se deve em grande parte ao setor das infraestruturas/desenvolvimento e aos investimentos empresariais da China.

No entanto, a opinião varia muito consoante o país, com 92 porcento dos inquiridos no Mali a considerarem a influência chinesa como positiva, contra apenas 33 porcento dos Argelinos questionados.

Cabo Verde surge entre os que têm melhor opinião, com 78 porcento dos inquiridos a defenderem que a influência política e económica da China é boa ou muito boa para o país, contra cinco porcento que defendem que a mesma é negativa.

No que se refere à assistência ao desenvolvimento prestada pela China, 63 porcento dos Cabo-verdianos consideram os resultados positivos, enquanto 13 porcento afirmaram que é negativa.

-0- PANA CS/DD 26out2016