PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo-verdianos insatisfeitos com funcionamento de democracia em Cabo Verde, diz estudo
Praia, Cabo Verde (PANA) – Três em cada quatro habitantes de Cabo Verde, ou seja mais de 75 porcento dos Cabo-verdianos “estão insatisfeitos” com o funcionamento da democracia no país, considerando que o país está a ser levado “na direção errada”, soube-se de fonte oficial na cidade da Praia.
A informação consta dos resultados dum estudo da Afrosondagem sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde, divulgados quarta-feira última na cidade da Praia.
Segundo o diretor-geral da Afrosondagem, José Semedo, o estudo, realizado em 2017 por esta empresa de estudo de opinião, mostram que 76 porcento dos inquiridos estão “nada ou pouco satisfeitos” com o funcionamento da democracia, o que, na sua perspetiva, aponta que os Cabo-verdianos estão cada vez mais críticos ao funcionamento das instituições do país.
“Aqui falamos do Governo, do Parlamento, da Presidência da Republica e da Justiça de uma forma geral”, disse Semedo, indicando que, apesar das criticas, ainda mais de 70 porcento dos inquiridos preferem a democracia a qualquer outra forma do Governo.
Entretanto, há ainda 22 porcento da população que preferem que o Exército governe, ou seja, um governo militar. Por outro lado, apenas 16 porcento se mostram favoráveis ao monopartidarismo e nove porcento optariam pela extinção das eleições e da Assembleia Nacional com o poder exercido apenas pelo Primeiro-Ministro.
Quando questionado sobre atitudes dos políticos, 82 porcento dos inquiridos consideraram que os políticos “nunca ou poucas vezes” fazem o melhor para ouvir aquilo que o povo tem para lhes dizer.
No que refere à liberdade, os entrevistados afirmaram que a maioria dos Cabo-verdianos são livres de dizer o que pensam sobre a política e seis em cada dez consideraram que a imprensa está livre de investigar e documentar erros do Governo ou criticar as suas atividades, ao passo que dois terços afirmam que os cidadãos têm a liberdade de se filiar em qualquer organização partidária.
No tocante à governação do país, os dados mostram que a perceção negativa aumentou em 12 porcento face ao ano de 2014, quando foi realizado o último estudo, tendo a percentagem passado de 46 porcento para 58 porcento em 2017.
Outra questão analisada no estudo tem a ver com as condições de vida das pessoas e as condições económicas do país.
Neste particular, os resultados apontam também que quase a metade da população cabo-verdiana entende que as condições atuais do país são “más ou muito más” contra apenas 13 porcento que consideram que as condições são “boas ou muito boas”.
Apesar da avaliação negativa das condições do país, o estudo mostra que 1/5 dos Cabo-verdianos qualificam as suas condições de boas, tendo-se, no ano 2017, registado um aumento de cinco pontos percentuais face a 2014 em o mesmo passou de 16 porcento para 21 porcento.
“Isto mostra que os Cabo-verdianos tendem a considerar as suas condições de vida melhores do que as condições económicas do país de uma forma geral. Do lado contrário, isto é, aqueles que avaliam negativamente as suas condições de vida, houve uma diminuição da percentagem passando de 37 porcento para 31 porcento”, precisou José Semedo.
Relativamente à comparação das condições de vida dos inquiridos com as dos demais Cabo-verdianos, os resultados apontam que a maioria (49 porcento) considera que tem condições de vida iguais às dos demais Cabo-verdianos.
Em relação ao futuro, os Cabo-verdianos demonstram-se “esperançosos” com 72 porcento dos inquiridos a esperarem que as suas condições de vida melhorem nos próximos 12 meses.
O estudo analisou outros temas relacionados com a insegurança e a agenda política nacional, nomeadamente a regionalização e a possibilidade de isenção de vistos aos portadores do passaporte da União Europeia.
No que se refere à perceção de insegurança, o estudo concluiu que esta sensação “vem diminuindo ao longo dos anos, mas, mesmo assim, continua num grau elevado”.
Em relação à regionalização do país, um tema que está a marcar o debate político em Cabo Verde, o documento apurou que existe um grande desconhecimento sobre o mesmo, uma vez que “quatro em cada 10 Cabo-verdianos afirmam não estar informados sobre o assunto".
Entre aqueles que têm opinião formulada, as opiniões dividem-se quanto aos efeitos potenciais que se espera após a implementação da proposta da regionalização, com 35 porceno que concordam e 24 porcento que discordam.
Outro tema na mesa foi a medida aprovada pelo Governo de “isentar o pagamento de visto aos indivíduos portadores do passaporte da UE, para impulsionar o turismo em Cabo Verde”, sendo que mais da metade dos Cabo-verdianos (55 porcento) desaprovam esta intenção.
O principal motivo para esta reprovação tem a ver como o medo de um aumento da taxa de criminalidade (motivo apresentado por 33 porcento dos inquiridos), sendo que a perda de receitas é apenas apontada por 16 porcento da população.
Por outro lado, cerca de um quarto (1/4) considera que essa isenção poderá aumentar o fluxo turístico.
Neste inquérito, realizado pela Afrosondagem que entrevistou mil e 200 indivíduos adultos (com 18 anos de idade e mais) entre 20 de novembro e 5 de dezembro de 2017, a amostra é representativa a nível nacional e por meio da residência.
O estudo foi feito nas ilhas de Santiago, Santo Antão, São Vicente e Fogo, sendo a margem de erro de mais ou menos três porcento e o intervalo de confiança de 95 porcento.
Em Cabo Verde, já foram realizados estes inquéritos nos anos de 2002, 2005, 2008, 2011 e 2014.
-0- PANA CS/DD 26abril2018
A informação consta dos resultados dum estudo da Afrosondagem sobre a qualidade da democracia e da governação em Cabo Verde, divulgados quarta-feira última na cidade da Praia.
Segundo o diretor-geral da Afrosondagem, José Semedo, o estudo, realizado em 2017 por esta empresa de estudo de opinião, mostram que 76 porcento dos inquiridos estão “nada ou pouco satisfeitos” com o funcionamento da democracia, o que, na sua perspetiva, aponta que os Cabo-verdianos estão cada vez mais críticos ao funcionamento das instituições do país.
“Aqui falamos do Governo, do Parlamento, da Presidência da Republica e da Justiça de uma forma geral”, disse Semedo, indicando que, apesar das criticas, ainda mais de 70 porcento dos inquiridos preferem a democracia a qualquer outra forma do Governo.
Entretanto, há ainda 22 porcento da população que preferem que o Exército governe, ou seja, um governo militar. Por outro lado, apenas 16 porcento se mostram favoráveis ao monopartidarismo e nove porcento optariam pela extinção das eleições e da Assembleia Nacional com o poder exercido apenas pelo Primeiro-Ministro.
Quando questionado sobre atitudes dos políticos, 82 porcento dos inquiridos consideraram que os políticos “nunca ou poucas vezes” fazem o melhor para ouvir aquilo que o povo tem para lhes dizer.
No que refere à liberdade, os entrevistados afirmaram que a maioria dos Cabo-verdianos são livres de dizer o que pensam sobre a política e seis em cada dez consideraram que a imprensa está livre de investigar e documentar erros do Governo ou criticar as suas atividades, ao passo que dois terços afirmam que os cidadãos têm a liberdade de se filiar em qualquer organização partidária.
No tocante à governação do país, os dados mostram que a perceção negativa aumentou em 12 porcento face ao ano de 2014, quando foi realizado o último estudo, tendo a percentagem passado de 46 porcento para 58 porcento em 2017.
Outra questão analisada no estudo tem a ver com as condições de vida das pessoas e as condições económicas do país.
Neste particular, os resultados apontam também que quase a metade da população cabo-verdiana entende que as condições atuais do país são “más ou muito más” contra apenas 13 porcento que consideram que as condições são “boas ou muito boas”.
Apesar da avaliação negativa das condições do país, o estudo mostra que 1/5 dos Cabo-verdianos qualificam as suas condições de boas, tendo-se, no ano 2017, registado um aumento de cinco pontos percentuais face a 2014 em o mesmo passou de 16 porcento para 21 porcento.
“Isto mostra que os Cabo-verdianos tendem a considerar as suas condições de vida melhores do que as condições económicas do país de uma forma geral. Do lado contrário, isto é, aqueles que avaliam negativamente as suas condições de vida, houve uma diminuição da percentagem passando de 37 porcento para 31 porcento”, precisou José Semedo.
Relativamente à comparação das condições de vida dos inquiridos com as dos demais Cabo-verdianos, os resultados apontam que a maioria (49 porcento) considera que tem condições de vida iguais às dos demais Cabo-verdianos.
Em relação ao futuro, os Cabo-verdianos demonstram-se “esperançosos” com 72 porcento dos inquiridos a esperarem que as suas condições de vida melhorem nos próximos 12 meses.
O estudo analisou outros temas relacionados com a insegurança e a agenda política nacional, nomeadamente a regionalização e a possibilidade de isenção de vistos aos portadores do passaporte da União Europeia.
No que se refere à perceção de insegurança, o estudo concluiu que esta sensação “vem diminuindo ao longo dos anos, mas, mesmo assim, continua num grau elevado”.
Em relação à regionalização do país, um tema que está a marcar o debate político em Cabo Verde, o documento apurou que existe um grande desconhecimento sobre o mesmo, uma vez que “quatro em cada 10 Cabo-verdianos afirmam não estar informados sobre o assunto".
Entre aqueles que têm opinião formulada, as opiniões dividem-se quanto aos efeitos potenciais que se espera após a implementação da proposta da regionalização, com 35 porceno que concordam e 24 porcento que discordam.
Outro tema na mesa foi a medida aprovada pelo Governo de “isentar o pagamento de visto aos indivíduos portadores do passaporte da UE, para impulsionar o turismo em Cabo Verde”, sendo que mais da metade dos Cabo-verdianos (55 porcento) desaprovam esta intenção.
O principal motivo para esta reprovação tem a ver como o medo de um aumento da taxa de criminalidade (motivo apresentado por 33 porcento dos inquiridos), sendo que a perda de receitas é apenas apontada por 16 porcento da população.
Por outro lado, cerca de um quarto (1/4) considera que essa isenção poderá aumentar o fluxo turístico.
Neste inquérito, realizado pela Afrosondagem que entrevistou mil e 200 indivíduos adultos (com 18 anos de idade e mais) entre 20 de novembro e 5 de dezembro de 2017, a amostra é representativa a nível nacional e por meio da residência.
O estudo foi feito nas ilhas de Santiago, Santo Antão, São Vicente e Fogo, sendo a margem de erro de mais ou menos três porcento e o intervalo de confiança de 95 porcento.
Em Cabo Verde, já foram realizados estes inquéritos nos anos de 2002, 2005, 2008, 2011 e 2014.
-0- PANA CS/DD 26abril2018