Agência Panafricana de Notícias

Cabo-verdianos escolhem novo Presidente da República

Praia, Cabo Verde (PANA) – Mais de 305 mil eleitores em Cabo Verde e na diáspora são chamados às urnas domingo para eleger, entre quatro candidatos, o sucessor de Pedro Pires no cargo de Presidente da República.

Pedro Pires, eleito em 2001 e reeleito em 2006, está impossibilitado constitucionalmente de concorrer a um terceiro mandato.

Na corrida à sucessão de Pedro Pires estão Manuel Inocêncio Sousa, apoiado pelo PAICV (partido no poder), Jorge Carlos Fonseca, que tem o apoio do MPD (maior partido da oposição), Aristides Lima, deputado do PAICV e candidato independente sustentado pelos partidos UCID (2 assentos parlamentares) e PTS (sem assento parlamentar), bem como Joaquim Jaime Monteiro, que se apresenta como “candidato do povo” sem apoio de nenhuma formação política.

Apenas três dos candidatos (Manuel Inocêncio Sousa, Aristides Lima e Jorge Carlos Fonseca) realizaram na Praia os comícios de encerramento dos 16 dias de campanha, que antecede ao dia de reflexão (sábado) em que ações de propaganda política são proibidas por lei.

Nesses atos políticos, que decorrem a poucas distâncias uns dos outros e contaram com a presença de milhares de pessoas, os três candidatos apelaram ao voto e esgrimiram os argumentos finais de uma votação cujo desfecho deverá ser conhecido na noite de domingo, cerca de duas horas depois do encerramento das urnas.

O candidato Joaquim Jaime Monteiro encerrou a campanha sem qualquer ação de massas, tal como já vinha acontecendo ao longo da campanha eleitoral em que privilegiou o contacto porta-a-porta com os eleitores.

No comício realizado junto ao mercado de Sucupira, o candidato Manuel Inocêncio Sousa, ladeado pelo líder do PAICV e primeiro-ministro José Maria Neves e por outras importantes figuras do partido governamental, garantiu que, se for eleito, continuará a contribuir para a mobilização de recursos para os importantes projetos de desenvolvimento do país.

O candidato do PAICV prometeu também trabalhar para que a oposição possa fiscalizar a governação, num ambiente de cooperação e solidariedade e numa relação “real e leal” entre os diversos órgãos de soberania.

Por sua vez, Aristides Lima promete que, se vencer a votação, vai garantir a estabilidade governativa e as condições para que o Executivo continue a governar, assegurando que não existe crise política em Cabo Verde, uma vez que, segundo ele, a maioria ganha pelo PAICV nas legislativas de 6 fevereiro último ”continua e continuará a funcionar”.

Para os analistas, o candidato, que é acusado pela cúpula do PAICV de protagonizar uma luta pelo poder no seio do partido maioritário em Cabo Verde, quis, mais uma vez, afastar qualquer cenário de rotura com o Governo de José Maria Neves, caso for ele o próximo Presidente da República.

O candidato Jorge Carlos Fonseca, no discurso final da campanha, em que esteve ladeado pelo presidente do MpD, Carlos Veiga, e por outros dirigentes do maior partido da oposição, apostou em palavras como cooperação, equilíbrio, estabilidade e otimismo para apelar ao voto na sua candidatura.

Jorge Carlos Fonseca prometeu que, na sua “magistratura de influência” irá também privilegiar questões cruciais da vida do país, como o combate à insegurança, ao tráfico de droga e de armas, à criminalidade organizada, ao desemprego e apostar na juventude.

Para a votação de domingo estão inscritos 305 mil e 349 eleitores, que irão eleger o quarto Presidente de Cabo Verde, depois de Aristides Pereira (1975/1991), António Mascarenhas Monteiro (1991/2001) e Pedro Pires (no poder desde 2001).

Um total de 112 observadores internacionais estão em Cabo Verde para fiscalizar o ato eleitoral de domingo, dos quais 16 da União Africana (UA), 82 dos 15 países-membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), 11 dos Estados Unidos e três do Instituto de Tecnologias de Comunicação (ITC) de Moçambique.

-0- PANA CS/TON 6ago2011