PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo-verdianos despedem-se de antigo Presidente Mascarenhas Monteiro
Praia, Cabo Verde (PANA) – Milhares de Cabo-verdianos dissseram, domingo, o último adeus ao antigo Presidente da República, António Mascarenhas Monteiro, falecido sexta-feira, 16, na sua residência na cidade da Praia, na sequência de doença prolongada, apurou a PANA.
Os restos mortais daquele que foi o primeiro chefe de Estado cabo-verdiano eleito democraticamente, foram sepultados na tarde de domingo, no cemitério de Nhagar, em Santa Catarina, no interior a ilha de Santiago, de onde era natural.
O ato realizou-se na presença de largas centenas de passoas anónimas que se juntaram às altas individualidades do país, a representantes do corpo diplomático e das organizações internacionais e a familiares e amigos.
As homenagens fúnebres a António Mascarenhas Monteiro, 72, começaram na capital, Praia, com a realização da cerimónia de Estado, no Palácio da Presidência da República, tendo sido marcada por discursos de diversas personalidades que enalteceram as qualidades humanas e de estadista do falecido, considerado por todos como uma das figuras “mais ilustres” da história de Cabo Verde.
Coube a Jorge Carlos Fonseca, atual chefe de Estado, que está com o mandato suspenso uma vez que se recandidata às eleições presidenciais de 02 de outubro, iniciar a série na qualidade de amigo e em cumprimento do último desejo de Mascarenhas Monteiro.
Ao proferior o elogio fúnebre, Jorge Carlos Fonseca disse que deixava de lado a faceta de Presidente e "respeitado estadista" do falecido para falar diretamente para e sobre o amigo "Tony", destacando o seu papel de "construtor de pontes" e "mediador", a sua frontalidade, convicções fortes, autonomia de pensamento e ação e atenção aos amigos.
Na qualidade de Presidente interino, durante o impedimento do atual chefe de Estado, o presidente da Assmebleia Nacional (Parlamento), Jorge Santos, defendeu ser "impensável" a existência da segunda república em Cabo Verde sem Mascarenhas Monteiro.
Considerou que ele foi um "homem quase talhado pelo destino para servir naquela hora exata o povo de Cabo Verde na busca de mais uma etapa fundamental do seu percurso histórico e de fundação de um novo regime político".
Jorge Santos destacou ainda o espírito nacionalista de António Mascarenhas Monteiro, que, conforme disse, ainda jovem estudante universitário em Portugal, aderiu à luta pela independência do país.
Segundo ele, o falecido Presidente da República foi considerado uma “referência pelos contemporâneos”, que, não obstante as condições repressivas existentes na época, assumiu-se como um “defensor da causa da independência de Cabo Verde”.
Jorge Santos recordou também as “destacadas funções” que Mascarenhas Monteiro exerceu na Administração Pública após a independência de Cabo Verde, a 5 de julho de 1975, entre as quais a de secretário-geral da então Assembleia Nacional Popular (Parlamento) e de presidente do Supremo Tribunal da Justiça.
“António Mascarenhas Monteiro fica, seguramente, na história não especialmente por ter sido Presidente da República de Cabo Verde, mas porque soube presidir com uma atitude exemplar aos primeiros anos da II República e ter sido o garante de uma transição democrática, pacífica, num contexto de grande complexidade e num quadro de estrito respeito pelas regras de um Estado de Direito Democrático”, precisou o chefe de Estado interino.
Depois da cerimónia na Praia, o cortejo fúnebre com os restos mortais do antigo chefe de Estado percorreu algumas artérias da capital cabo-verdiana, seguindo depois para ser sepultado no cemitério de Assomada, cidade do interior da ilha de Santiago, capital do município de Santa Catarina, de onde Mascarenhas Monteiro era natural.
Ao longo do percurso Praia/Assomada, a população das diversas locais por onde passou a longa comitiva que acompanhava o corpo rendeu, das mais diversas formas, a sua derradeira homengem ao também jurista e magistrado, António Mascarenhas Monteiro, que foi o primeiro presidente da República de Cabo Verde eleito por voto direto e universal, em fevereiro de 1991, com o apoio do Movimento para a Democracia (MpD), tendo sido reeleito em 1996.
-0- PANA CS/IZ 19set2016
Os restos mortais daquele que foi o primeiro chefe de Estado cabo-verdiano eleito democraticamente, foram sepultados na tarde de domingo, no cemitério de Nhagar, em Santa Catarina, no interior a ilha de Santiago, de onde era natural.
O ato realizou-se na presença de largas centenas de passoas anónimas que se juntaram às altas individualidades do país, a representantes do corpo diplomático e das organizações internacionais e a familiares e amigos.
As homenagens fúnebres a António Mascarenhas Monteiro, 72, começaram na capital, Praia, com a realização da cerimónia de Estado, no Palácio da Presidência da República, tendo sido marcada por discursos de diversas personalidades que enalteceram as qualidades humanas e de estadista do falecido, considerado por todos como uma das figuras “mais ilustres” da história de Cabo Verde.
Coube a Jorge Carlos Fonseca, atual chefe de Estado, que está com o mandato suspenso uma vez que se recandidata às eleições presidenciais de 02 de outubro, iniciar a série na qualidade de amigo e em cumprimento do último desejo de Mascarenhas Monteiro.
Ao proferior o elogio fúnebre, Jorge Carlos Fonseca disse que deixava de lado a faceta de Presidente e "respeitado estadista" do falecido para falar diretamente para e sobre o amigo "Tony", destacando o seu papel de "construtor de pontes" e "mediador", a sua frontalidade, convicções fortes, autonomia de pensamento e ação e atenção aos amigos.
Na qualidade de Presidente interino, durante o impedimento do atual chefe de Estado, o presidente da Assmebleia Nacional (Parlamento), Jorge Santos, defendeu ser "impensável" a existência da segunda república em Cabo Verde sem Mascarenhas Monteiro.
Considerou que ele foi um "homem quase talhado pelo destino para servir naquela hora exata o povo de Cabo Verde na busca de mais uma etapa fundamental do seu percurso histórico e de fundação de um novo regime político".
Jorge Santos destacou ainda o espírito nacionalista de António Mascarenhas Monteiro, que, conforme disse, ainda jovem estudante universitário em Portugal, aderiu à luta pela independência do país.
Segundo ele, o falecido Presidente da República foi considerado uma “referência pelos contemporâneos”, que, não obstante as condições repressivas existentes na época, assumiu-se como um “defensor da causa da independência de Cabo Verde”.
Jorge Santos recordou também as “destacadas funções” que Mascarenhas Monteiro exerceu na Administração Pública após a independência de Cabo Verde, a 5 de julho de 1975, entre as quais a de secretário-geral da então Assembleia Nacional Popular (Parlamento) e de presidente do Supremo Tribunal da Justiça.
“António Mascarenhas Monteiro fica, seguramente, na história não especialmente por ter sido Presidente da República de Cabo Verde, mas porque soube presidir com uma atitude exemplar aos primeiros anos da II República e ter sido o garante de uma transição democrática, pacífica, num contexto de grande complexidade e num quadro de estrito respeito pelas regras de um Estado de Direito Democrático”, precisou o chefe de Estado interino.
Depois da cerimónia na Praia, o cortejo fúnebre com os restos mortais do antigo chefe de Estado percorreu algumas artérias da capital cabo-verdiana, seguindo depois para ser sepultado no cemitério de Assomada, cidade do interior da ilha de Santiago, capital do município de Santa Catarina, de onde Mascarenhas Monteiro era natural.
Ao longo do percurso Praia/Assomada, a população das diversas locais por onde passou a longa comitiva que acompanhava o corpo rendeu, das mais diversas formas, a sua derradeira homengem ao também jurista e magistrado, António Mascarenhas Monteiro, que foi o primeiro presidente da República de Cabo Verde eleito por voto direto e universal, em fevereiro de 1991, com o apoio do Movimento para a Democracia (MpD), tendo sido reeleito em 1996.
-0- PANA CS/IZ 19set2016