Cabo Verde vacina 96% das meninas com 10 anos contra vírus do papiloma
Praia, Cabo Verde (PANA) - Pelo menos 96 por cento das meninas com 10 anos, em Cabo Verde, já estão vacinadas contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), revelou o ministro cabo-verdiano da Saúde, Arlindo do Rosário.
Arlindo do Rosário falava no ato de apresentação dos resultados da vacinação contra a covid-19, no âmbito da visita de três dias que o Presidente da República (PR), José Maria Neves, está a efetuar ao interior de Santiago.
Na ocasião, assegurou ainda que, além da preocupação com a pandemia da covid-19, o país se preocupou também com as doenças crónicas não transmissíveis, nomeadamente diabetes, hipertensão arterial e cardiovasculares.
“Noventa e seis por cento das meninas com 10 anos, a nível nacional, já estão vacinadas contra o HPV”, disse, considerando tais dados “importantes”, tendo em conta que o cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais comum em mulheres a nível mundial.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação contra o HPV para meninas de 10 anos arrancou, no dia 16 de agosto de 2021, a nível nacional, e é totalmente financiada pelo Governo, através do Orçamento do Estado, e conta com a parceria do Unicef e da OMS.
A vacina é administrada no braço direito e deve ser em duas doses, com intervalo seis meses no mínimo entre a primeira e a segunda.
Prevê-se nesta primeira fase vacinar cerca de 4.900 meninas com 10 anos de idade e, mais tarde, pretende-se alargar a faixa etária para abranger também as meninas até aos 13 anos, precisou.
Apesar do cancro do colo do útero ser atualmente prevenível e tratável, cerca de 300 mil mulheres morrem por ano, e mais de 85 por cento destas mortes ocorreram em países de renda média e baixa, fundamentalmente nas regiões menos desenvolvidas.
O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais comum em mulheres a nível mundial.
Os Vírus do Papiloma Humano, transmitidos por contato sexual, são responsáveis por 70 por cento dos casos de cancro do colo do útero registados no mundo, e para a sua prevenção foram desenvolvidas e homologadas pela OMS três vacinas eficazes.
As três vacinas permitem a prevenção das lesões pré-cancerosas que, caso não forem tratadas, podem progredir para o cancro do colo do útero, vulvovaginal, bem como as verrugas anogenitais nas mulheres e homens.
Com o objetivo de baixar a taxa de morbimortalidade por cancro do colo do útero no país, o Ministério da Saúde decidiu introduzir a vacina contra o HPV, numa primeira fase, para as meninas adolescentes, de 10 anos de idade.
O programa tem abrangência nacional, tendo em conta o custo-efetividade e o custo-benefício, embora os resultados possam ser visíveis a longo prazo após o início da vacinação.
A vacina que está a ser administrada é a Cervarix Bivalente que protege contra os tipos 16 e 18 do HPV, responsável por mais de 70 por cento dos cancros do colo do útero.
Conforme o Ministério da Saúde, trata-se de uma vacina segura que já foi administrada em vários países do mundo e de acordo com estudos científicos, ainda não foram comprovados efeitos secundários graves relacionados.
-0- PANA CS/IZ 15fev2022