PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde surpreso com resignação mas compreende atitude de Papa Bento XVI
Praia, Cabo Verde (PANA) – Os Cabo-verdianos acolheram com surpresa mas dizem compreender e aceitar os motivos que levaram o Papa Bento XVI a anunciar, segunda-feira, a sua resignação a partir dia 28 de fevereiro corrente devido à idade avançada (85 anos) e debilidade física, constatou a PANA junto de várias fontes.
Em nota de imprensa, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, sublinha que “foi com surpresa" que tomou conhecimento da decisão do Papa Bento XVI de renunciar ao Pontificado, por razões de saúde e de idade relativamente avançada.
Mas Jorge Fonseca considera que, com a sua resignação, o Papa deu uma prova da sua “clarividência” e “profunda responsabilidade” na condução da Igreja Católica.
O chefe de Estado cabo-verdiano recorda que o Sumo Pontífice invocou também “as mudanças muito intensas que ocorrem no mundo atual e que exigem condições físicas e anímicas ao sucessor de Pedro que o Santo Padre entende já não possuir”.
Apesar da laicidade do Estado cabo-verdiano, disse, o Presidente da República não pode ignorar a importância da hierarquia católica no mundo e no país maioritariamente cristão e católico.
Neste sentido, manifestou o seu empenho para, enquanto chefe da Nação, continuar a contribuir para o melhor relacionamento possível com a Igreja Católica, bem como com as demais confissões religiosas que desenvolvem as suas atividades espirituais e sociais no país.
Também o bispo do Mindelo, Ildo Fortes, afirmou que a resignação de Bento XVI constitui um gesto "surpreendente" mas que revela uma "grande liberdade de espírito" da parte do Sumo Pontífice.
"Nos dias de hoje, há um perigo enorme de as pessoas se agarrarem aos postos e ao poder. E esta iniciativa é sinal de facto de um homem de grande liberdade de espírito", sublinhou.
Contudo, o prelado, que foi nomeado precisamente por Bento XVI, em janeiro de 2011, para o cargo de bispo do Mindelo, a segunda diocese do arquipélago, admite que os católicos receberam a notícia com surpresa já que Bento XVI "tinha muito ainda para dar à Igreja, apesar da idade".
"Apesar da sua idade avançada, da sua saúde que inspira cuidados, [Bento XVI] é um homem que conduz a Igreja com uma lucidez tremenda e uma inteligência surpreendente. Por isso é uma surpresa para nós, mas aceitamos", acrescentou.
A renúncia do Papa Bento XVI coincidiu com o anúncio da conclusão das negociações entre Cabo Verde, país maioritariamente católico, e a Santa Sé para a assinatura da Concordata com o Vaticano.
Trata-se, segundo o primeiro-ministro José Maria Neves, de um intrumento que irá definir um novo quadro das relações entre a Igreja Católica e o Estado cabo-verdiano, quanto a questões materiais e ao papel da Igreja na formação espiritual e social do Homem.
Por sua vez, o bispo de Santiago, D. Arlindo Furtado, disse que, além de proporcionar respeito mútuo entre as partes, a Concordata assegura autonomia, que é "muito importante", já que a Igreja tem a garantia de que o Estado não vai “deitar a mão” nas suas instituições, património e estilo de trabalho.
-0- PANA CS/IZ 12fev2013
Em nota de imprensa, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, sublinha que “foi com surpresa" que tomou conhecimento da decisão do Papa Bento XVI de renunciar ao Pontificado, por razões de saúde e de idade relativamente avançada.
Mas Jorge Fonseca considera que, com a sua resignação, o Papa deu uma prova da sua “clarividência” e “profunda responsabilidade” na condução da Igreja Católica.
O chefe de Estado cabo-verdiano recorda que o Sumo Pontífice invocou também “as mudanças muito intensas que ocorrem no mundo atual e que exigem condições físicas e anímicas ao sucessor de Pedro que o Santo Padre entende já não possuir”.
Apesar da laicidade do Estado cabo-verdiano, disse, o Presidente da República não pode ignorar a importância da hierarquia católica no mundo e no país maioritariamente cristão e católico.
Neste sentido, manifestou o seu empenho para, enquanto chefe da Nação, continuar a contribuir para o melhor relacionamento possível com a Igreja Católica, bem como com as demais confissões religiosas que desenvolvem as suas atividades espirituais e sociais no país.
Também o bispo do Mindelo, Ildo Fortes, afirmou que a resignação de Bento XVI constitui um gesto "surpreendente" mas que revela uma "grande liberdade de espírito" da parte do Sumo Pontífice.
"Nos dias de hoje, há um perigo enorme de as pessoas se agarrarem aos postos e ao poder. E esta iniciativa é sinal de facto de um homem de grande liberdade de espírito", sublinhou.
Contudo, o prelado, que foi nomeado precisamente por Bento XVI, em janeiro de 2011, para o cargo de bispo do Mindelo, a segunda diocese do arquipélago, admite que os católicos receberam a notícia com surpresa já que Bento XVI "tinha muito ainda para dar à Igreja, apesar da idade".
"Apesar da sua idade avançada, da sua saúde que inspira cuidados, [Bento XVI] é um homem que conduz a Igreja com uma lucidez tremenda e uma inteligência surpreendente. Por isso é uma surpresa para nós, mas aceitamos", acrescentou.
A renúncia do Papa Bento XVI coincidiu com o anúncio da conclusão das negociações entre Cabo Verde, país maioritariamente católico, e a Santa Sé para a assinatura da Concordata com o Vaticano.
Trata-se, segundo o primeiro-ministro José Maria Neves, de um intrumento que irá definir um novo quadro das relações entre a Igreja Católica e o Estado cabo-verdiano, quanto a questões materiais e ao papel da Igreja na formação espiritual e social do Homem.
Por sua vez, o bispo de Santiago, D. Arlindo Furtado, disse que, além de proporcionar respeito mútuo entre as partes, a Concordata assegura autonomia, que é "muito importante", já que a Igreja tem a garantia de que o Estado não vai “deitar a mão” nas suas instituições, património e estilo de trabalho.
-0- PANA CS/IZ 12fev2013