PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde revela vencedores do Prémio Nacional do Jornalismo
Praia, Cabo Verde (PANA) – Os nomes dos vencedores da terceira edição do Prémio Nacional de Jornalismo (PNJ) 2016, em Cabo Verde, foram revelados, terça-feira, na cidade da Praia, pelo júri que avaliou os 31 trabalhos concorrentes, sendo 11 de imprensa escrita, 11 de televisão e nove de rádio.
Os vencedores do PNJ, criado pelo Governo em 2014, no valor de 500 mil escudos cabo-verdianos (cerca de 4.545 mil euros), por cada categoria, são as jornalistas Hulda Moreira da RTP África (televisão) e Constança de Pina, do Jornal “A Semana” (imprensa escrita), e o jornalista Carlos Santos, da Rádio de Cabo Verde (rádio).
O júri, chefiado pela presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), Carla Lima, decidiu atribuir a Hulda Moreira o prémio para Melhor Trabalho Televisão com a grande reportagem denominada “Viver nas Lavas”, sobre a erupção do vulcão do Fogo e as suas consequências na vida das pessoas.
“A escolha do júri foi feita tendo em conta a pertinência do tema, a profundidade da abordagem, a qualidade técnica do trabalho, o facto de o trabalho estar bem estruturado, procurando abarcar as várias histórias que giram em torno do desastre natural, que mudou a configuração de Chã das Caldeiras”, esclareceu Carla Lima, indicando que a reportagem mereceu três votos a favor e um contra dos membros do júri.
“Casa de France - O investimento estrangeiro clandestino”, de Constança de Pina, com quatro votos a favor e um contra, recebeu o prémio do Melhor Trabalho da Imprensa Escrita.
Segundo a presidente do júri, a jornalista abordou, de forma “profunda mas concisa”, um tema de interesse, quer a nível municipal quer nacional, já que ao “tocar o dedo num assunto tão sensível”, expôs a fragilidade das instituições e o desrespeito pelas regras elementares do funcionamento da coisa pública.
Além disso, continuou, a jornalista expôs-se, “de forma corajosa”, ao abordar questões, indicando nomes de pessoas, colocando em risco a sua própria segurança, ou seja, fez um jornalismo de investigação seguindo, “de forma cuidada um princípio básico do jornalismo, cada vez mais deixado de lado: dar a todos os intervenientes o direito de dizer a sua verdade e deixar a cada leitor a sua conclusão”.
O prémio para Melhor Trabalho da Rádio, de Carlos Santos, foi para a reportagem sobre o “Alcoolismo em Cabo Verde”, que, na opinião do júri, traz uma “abordagem ampla” sobre um dos principais problemas de saúde pública de Cabo Verde, levando ao público, através dos entrevistados, questionamentos que normalmente não se faz de um “problema tão enraizado na cultura cabo-verdiana”.
“Os membros do júri destacam, igualmente, a qualidade técnica do trabalho do jornalista e o excelente nível da sua narrativa, sendo que essa reportagem de Carlos Santos foi o único trabalho que mereceu a unanimidade dos votos do júri”, frisou Carla Lima.
O júri distingui também com menções honrosas os trabalhos dos jornalistas da TCV (Televisão de Cabo Verde) Jefferson Gomes, sobre o Centro de Saúde de Idosos e Anabela Varela sobre a erupção vulcânica, e da RCV, Gisela Barros, sobre o parto humanizado.
Igual distinção foi feita a nível da imprensa escrita ao trabalho da jornalista Sanny Fonseca, do jornal “A Semana”, sobre o negócio da excursão às tartarugas.
Entretanto, o júri propõs a reformulação do galardão para as próximas edições, e recomendou a criação de categorias diferenciadas para cada meio de comunicação social.
“Há que pensar, no futuro, com o crescimento das candidaturas e consequente aumento do trabalho dos membros do júri, numa forma de pagamento mais consistente com a realidade do trabalho. Este é um assunto sensível, reconheço que ninguém gosta de falar com os responsáveis do setor que organiza o prémio, mas que considero importante, já que deve funcionar a lógica de que por todo o trabalho deve haver um pagamento justo”, sugeriu.
Por outro lado, o júri recomenda aos profissionais que concorram com trabalhos que sejam coletivos que tenham em conta esta questão, nomeadamente em televisão e muitas vezes na rádio, onde o trabalho não é individual, já que para a qualidade global do trabalho, contribui a qualidade da imagem que o repórter de imagem traz e a qualidade da edição, ainda que a responsabilidade primeira seja do jornalista.
“Há que criar categorias diferenciadas para cada meio de comunicação, isso porque não achamos justo avaliar uma notícia e uma reportagem sob os mesmos parâmetros. À partida, só pela questão tempo, uma reportagem de 20, 30 ou 50 minutos, ou de quatro páginas, tem mais tempo para convencer o público ou o júri do que uma notícia de 2/3 minutos ou de uma página”, frisou.
O PNJ foi criado pelo Governo em 2014 para galardoar os melhores trabalhos jornalísticos publicados nos órgãos de comunicação nacionais, regionais e locais, os quais são avaliados segundo os critérios de qualidade técnica, originalidade, criatividade e profundidade do tema abordado, adaptação da narrativa ao meio escolhido, pertinência e atualidade, assim como potenciais impactos.
-0- PANA CS/IZ 20abril2016
Os vencedores do PNJ, criado pelo Governo em 2014, no valor de 500 mil escudos cabo-verdianos (cerca de 4.545 mil euros), por cada categoria, são as jornalistas Hulda Moreira da RTP África (televisão) e Constança de Pina, do Jornal “A Semana” (imprensa escrita), e o jornalista Carlos Santos, da Rádio de Cabo Verde (rádio).
O júri, chefiado pela presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), Carla Lima, decidiu atribuir a Hulda Moreira o prémio para Melhor Trabalho Televisão com a grande reportagem denominada “Viver nas Lavas”, sobre a erupção do vulcão do Fogo e as suas consequências na vida das pessoas.
“A escolha do júri foi feita tendo em conta a pertinência do tema, a profundidade da abordagem, a qualidade técnica do trabalho, o facto de o trabalho estar bem estruturado, procurando abarcar as várias histórias que giram em torno do desastre natural, que mudou a configuração de Chã das Caldeiras”, esclareceu Carla Lima, indicando que a reportagem mereceu três votos a favor e um contra dos membros do júri.
“Casa de France - O investimento estrangeiro clandestino”, de Constança de Pina, com quatro votos a favor e um contra, recebeu o prémio do Melhor Trabalho da Imprensa Escrita.
Segundo a presidente do júri, a jornalista abordou, de forma “profunda mas concisa”, um tema de interesse, quer a nível municipal quer nacional, já que ao “tocar o dedo num assunto tão sensível”, expôs a fragilidade das instituições e o desrespeito pelas regras elementares do funcionamento da coisa pública.
Além disso, continuou, a jornalista expôs-se, “de forma corajosa”, ao abordar questões, indicando nomes de pessoas, colocando em risco a sua própria segurança, ou seja, fez um jornalismo de investigação seguindo, “de forma cuidada um princípio básico do jornalismo, cada vez mais deixado de lado: dar a todos os intervenientes o direito de dizer a sua verdade e deixar a cada leitor a sua conclusão”.
O prémio para Melhor Trabalho da Rádio, de Carlos Santos, foi para a reportagem sobre o “Alcoolismo em Cabo Verde”, que, na opinião do júri, traz uma “abordagem ampla” sobre um dos principais problemas de saúde pública de Cabo Verde, levando ao público, através dos entrevistados, questionamentos que normalmente não se faz de um “problema tão enraizado na cultura cabo-verdiana”.
“Os membros do júri destacam, igualmente, a qualidade técnica do trabalho do jornalista e o excelente nível da sua narrativa, sendo que essa reportagem de Carlos Santos foi o único trabalho que mereceu a unanimidade dos votos do júri”, frisou Carla Lima.
O júri distingui também com menções honrosas os trabalhos dos jornalistas da TCV (Televisão de Cabo Verde) Jefferson Gomes, sobre o Centro de Saúde de Idosos e Anabela Varela sobre a erupção vulcânica, e da RCV, Gisela Barros, sobre o parto humanizado.
Igual distinção foi feita a nível da imprensa escrita ao trabalho da jornalista Sanny Fonseca, do jornal “A Semana”, sobre o negócio da excursão às tartarugas.
Entretanto, o júri propõs a reformulação do galardão para as próximas edições, e recomendou a criação de categorias diferenciadas para cada meio de comunicação social.
“Há que pensar, no futuro, com o crescimento das candidaturas e consequente aumento do trabalho dos membros do júri, numa forma de pagamento mais consistente com a realidade do trabalho. Este é um assunto sensível, reconheço que ninguém gosta de falar com os responsáveis do setor que organiza o prémio, mas que considero importante, já que deve funcionar a lógica de que por todo o trabalho deve haver um pagamento justo”, sugeriu.
Por outro lado, o júri recomenda aos profissionais que concorram com trabalhos que sejam coletivos que tenham em conta esta questão, nomeadamente em televisão e muitas vezes na rádio, onde o trabalho não é individual, já que para a qualidade global do trabalho, contribui a qualidade da imagem que o repórter de imagem traz e a qualidade da edição, ainda que a responsabilidade primeira seja do jornalista.
“Há que criar categorias diferenciadas para cada meio de comunicação, isso porque não achamos justo avaliar uma notícia e uma reportagem sob os mesmos parâmetros. À partida, só pela questão tempo, uma reportagem de 20, 30 ou 50 minutos, ou de quatro páginas, tem mais tempo para convencer o público ou o júri do que uma notícia de 2/3 minutos ou de uma página”, frisou.
O PNJ foi criado pelo Governo em 2014 para galardoar os melhores trabalhos jornalísticos publicados nos órgãos de comunicação nacionais, regionais e locais, os quais são avaliados segundo os critérios de qualidade técnica, originalidade, criatividade e profundidade do tema abordado, adaptação da narrativa ao meio escolhido, pertinência e atualidade, assim como potenciais impactos.
-0- PANA CS/IZ 20abril2016