Cabo Verde retira obrigatoriedade de máscara
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo cabo-verdiano decidiu retirar a obrigatoriedade do uso de máscara em espaços interiores fechados, mais de dois anos depois do registo do primeiro caso da pandemia da covid-19, no arquipélago, apurou a PANA de fonte oficial.
A utilização de máscara na via pública já não era obrigatória no país, mas mantinha-se a sua obrigatoriedade nos espaços fechados de atendimento público, exceto em discotecas.
Em conferência de imprensa realizada no Palácio do Governo, o primeiro-ministro da Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, revelou que também deixou de ser exigida a apresentação de certificado de vacinação ou de teste negativo no acesso a restaurantes e bares.
O governante disse contudo que continua a ser necessária essa apresentação para aceder a discotecas e locais de diversão noturna, bem como nas viagens interilhas e internacionais.
O chefe do Governo cabo-verdiano acrescentou que também continua obrigatória a utilização da máscara em situações específicas como nos estabelecimentos e infraestruturas de saúde, públicas e privadas, hospitais, centros de saúde, farmácias, clínicas e laboratórios, centros de dia e lares de idosos, estabelecimentos prisionais e transportes coletivos de passageiros, terrestres, aéreos e marítimos
Ulissses Correia e Silva justificou o levantamento das restrições agora anunciadas com o sucesso que Cabo Verde teve na gestão da pandemia, face a “respostas assertivas, de resiliência e de superação”, enquanto fator de confiança do país.
Há mais de dois meses que Cabo Verde tem registado uma média de menos de 10 casos positivos por dia e o último óbito provocado pela doença, num total de 401 ocorreu em 22 de fevereiro passado.
O país contabiliza um total de 56.008 casos positivos acumulados desde o início da pandemia, dos quais 55.541 casos recuperados, e tem apenas 14 casos ativos.
Cabo Verde já utilizou 67,8 por cento de doses de vacinas contra a covid-19, o equivalente a 709.321 no universo de 1.045.840 unidades recebidas, dos quais 44 por cento através da Covax, anunciou segunda-feira o director nacional da Saúde.
De acordo com os resultados apresentados esta quarta-feira, no Palácio do Governo, por Jorge Noel Barreto, 318.863 adultos, equivalente a 97.7 por cento, já foram vacinados com a primeira dose, dos quais 274.921 (84,3%) completamente e 64.656 (19.8%) adultos injetados com a dose de reforço.
A nível de adolescentes, as autoridades sanitárias anunciaram que 37.712 pessoas, equivalentes a 70 por cento dos adolescentes, estão completamente vacinados.
Baseado neste quadro, Jorge Barreto classificou de “bastante confortável” a situação epidemiológica da covid-19, em Cabo Verde, salientando que o país se encontra nesta situação, há 11 semanas, com a identificação de menos de 70 casos novos semanais, quando se mantém inalterável a capacidade de análise de testes, reforçada com melhoria das condições laboratoriais.
A média da taxa de positividade, realçou Jorge Barreto, tem sido de 0,9 por cento nos últimos 14 dias, isto é, abaixo de 04 por cento, considerado o desejável, sendo certo que neste período a taxa de incidência acumulada está em sete por 100 mil habitantes e a taxa de letalidade em 0,6 por cento e a de transmissibilidade (RT) em 0,89.
Neste momento, todos os 22 concelhos do país têm uma taxa de incidência acumulada inferior a 25 por 100 mil habitantes, com a particularidade de Cabo Verde deixar de ter doentes internados nos hospitais por covid-19 há já algum tempo.
Há mais de dois meses, o país deixou de ter óbitos relacionados com a covid-19.
Ainda assim, o chefe do Governo cabo-verdiano alertou que a pandemia persiste com riscos advenientes, razão pela qual considerou ser necessário que todos tomem a terceira dose da vacina contra a covid-19, para uma maior proteção, sublinhando que “não custa nada” e que “só tem ganhos para a comunidade, já que as vacinas estão disponíveis”.
Apesar de Cabo Verde estar entre os cinco países africanos com maior taxa de vacinação, Ulisses Correia e Silva assinalou que o país se encontra entre os 15 mais afetados no mundo pela crise económica e social provocada pela pandemia, mas que agora está a iniciar a recuperação económica, ainda que num contexto “extremamente difícil”.
“Estamos novamente a focar prioridades e a afetar recursos para mitigar e aliviar os impactos sobre as famílias e as empresas”, assegurou Correia e Silva, para quem as medidas de restrições impostas nos últimos dois anos evitaram o colapso sanitário, económico e social do país.
-0- PANA CS/IZ 27abril2022