Cabo Verde renegoceia vantagens de integração na CEDEAO
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo cabo-verdiano está a preparar um documento que prevê a renegociação com a CEDEAO sobre as vantagens mútuas da sua integração na sub-região africana, apurou a PANA de fonte oficial.
A informação foi prestada quarta-feira pelo ministro adjunto do primeiro-ministro e da Integração Regional de Cabo Verde, Rui Figueiredo Soares.
O governante falava à imprensa, depois de visitar as instalações da Câmara de Comércio, Indústrias e Serviços de Sotavento (CCISS), na capital cabo-verdiana, Praia.
Ele assinalou que, estando geograficamente localizado na costa ocidental africana, Cabo Verde tem todo interesse em tornar essa integração “efetiva”, mostrando aos países da CEDEAO e aos próprios Cabo-verdianos a sua importância.
“Estamos a preparar um documento que tem a ver com a utilização daquilo que é previsto no artigo 108 do tratado, um tratamento diferenciado, tendo em conta o facto de sermos um pequeno estado insular com as vulnerabilidades que são conhecidas no país.
"Esta negociação vai passar essencialmente por renegociarmos um quadro desta negociação de Cabo Verde na CEDEAO”, indicou.
Rui Soares esteve reunido com os representantes da classe empresarial, para analisar as estratégias para uma melhor integração dos empresários cabo-verdianos no mercado da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental).
Defendeu uma “integração regional inteligente”, que requer um engajamento do setor público, da Administração Pública, do Governo e do setor privado na concretização desses objetivos.
“Acreditamos que só é possível esta integração inteligente se Cabo Verde demonstrar aos restantes países da CEDEAO que tem utilidade na sua integração (...), isto é, que os restantes países, pelo fato de terem Cabo Verde nessa sub-região especial, tem vantagem”, declarou.
Segundo ele, a decisão do Governo em criar o Ministério da Integração Regional é um “sinal claro” da sua intenção em consumar esse propósito.
Destacou, por outro lado, os avanços registados a nível dos transportes aéreos, reforçando que a situação está estabilizada, apesar de o preço não ser ainda mais convidativo, apontando, contudo, a falta dos transportes marítimos como “um grande desafio” ainda a ser ultrapassado.
Segundo ele, o Governo vai, em parceria com todos os estados membros da CEDEAO, analisar os projetos existentes e dar os primeiros passos para a resolução da questão das ligações marítimas, visando garantir o estabelecimento das relações comerciais entre as partes.
-0- PANA CS/IZ 05março2020