Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde regozija-se com restabelecimento das relações diplomáticas entre EUA e Cuba

Praia, Cabo Verde (PANA) - O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, afirmou esta terça-feira ter recebido a notícia do restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos da América e Cuba "com grande regozijo", apurou a PANA, na cidade da Praia de fonte oficial.

Numa primeira reação ao anuncio feito, a 17 do corrente, pelos
Presidentes americano, Barack Obama, e de Cuba, Raul Castro, do restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, o chefe do Governo cabo-verdiano assinalou que esta é "uma das principais notícias do ano de 2014".

Em outubro último, José Maria Neves, havia considerado como um “sinal positivo” a votação na Assembleia Geral das Nações Unidas, por 188 países, do fim do embargo imposto pelos Estados Unidos a Cuba há mais de 50 anos.

Na altura, o governante explicou a jornalistas que Cabo Verde apoia a ideia do levantamento do embargo por considerar que devem ser criadas “as condições para melhorar o diálogo entre as diferentes nações”.

José Maria Neves recordou que já houve várias votações anteriores favoráveis a esta recomendação, esperando, no entanto que, desta vez, os Estados Unidos evoluam no sentido de levantar o embargo e procurar condições negociadas para os seus diferendos com Cuba.

Na passada quarta-feira, os Estados Unidos da América e Cuba decidiram restabelecer as relações diplomáticas e económicas entre os dois países, que tinham sido cortadas em 1961, pouco depois da chegada ao poder de Fidel Castro.

Segundo o Presidente norte-americano, Barack Obama, o Vaticano e o próprio Papa Francisco intervieram diretamente neste processo, pedindo às duas partes que restabelecessem o diálogo e promovessem mudanças.

“Sua Santidade, o Papa Francisco, dirigiu-me um apelo pessoal, bem como ao presidente de Cuba, Raúl Castro, pedindo-nos que resolvêssemos o caso de Alan [Gross, preso há cinco anos em Cuba] e que tivéssemos em consideração os interesses de Cuba na libertação de três agentes cubanos que estão presos nos Estados Unidos há mais de 15 anos”, revelou Obama, em conferência de imprensa.

A Santa Sé revela que “vai continuar a apoiar as iniciativas” que os Estados Unidos e Cuba levarem a cabo para promover “as suas relações bilaterais e favorecer o bem-estar dos respetivos cidadãos”.

A troca de prisioneiros marcou uma “mudança histórica” nas relações diplomáticas e económicas entre as duas nações, segundo a Casa Branca, que passa ainda pelo alívio das sanções impostas unilateralmente pelos Estados Unidos da América.

Raúl Castro, por sua vez, elogiou o papel do Papa Francisco e do Vaticano, que acolheram o encontro conclusivo de 18 meses de conversações decorridas em segredo.


0 – PANA – CS – 25 dez 2014