Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde regista anualmente 600 casos de doenças oncológicas, diz Governo

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde regista, anualmente, cerca de 600 casos de doenças oncológicas, enquanto mais de 100 pessoas morrem todos os anos vítimas de cancro no arquipélago, anunciou quinta-feira fonte oficial.

De acordo com o secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Evandro Monteiro, as doenças oncológicas se afiguram entre as principais causas de mortalidade e morbilidade em Cabo Verde.

Elas representam igualmente a terceira causa de morte no arquipélago e que "infelizmente continua em progressivo crescimento tanto em números como na diferenciação", disse Monteiro.

Evandro Monteiro falava em declarações à imprensa à margem da cerimónia de inauguração da Sala de Tratamento e lançamento do guia de tratamento de doentes em quimioterapia, no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN).

Ele reconheceu que se trata de números que demonstram que o caminho a ser percorrido neste domínio “ainda é longo” pelo que todos têm de trabalhar nesse processo.

“No HUAN só para se ter uma ideia, houve um aumento de 10 por cento de novos casos em 2021. Em Cabo Verde diagnosticamos cerca de 600 casos anualmente, e ligada a doenças oncológicas direta ou indiretamente morre a cada três dias uma pessoa”, declarou.

Apontou neste quadro a necessidade de se adequar, de uma forma progressiva, o serviço de saúde, isto porque, sustentou, a capacidade de diagnóstico  e as novas tecnologias em saúde sofrem alterações de forma rápida.

No que se refere à inauguração da Sala Tratamento, o governante disse que com este novo espaço está-se a trabalhar na criação de condições para que os tratamentos ligados à quimioterapia sejam feitos com mais qualidade.

O referido espaço, apontou, tem caraterísticas especiais por ser inclusivo, no que tange ao acesso, para que os familiares dos doentes oncológicos possam participar no processo de tratamento, que, por sua vez, acarreta dificuldades do ponto de vista social e familiar.

“Indiretamente, traz uma outra valência que é muito importante que é o de permitir a participação e assegurar a responsabilidade social dos familiares neste processo de cura de uma doença, que é prolongada e que precisa de apoio do ponto de vista psicológico” asseverou, realçando que esta iniciativa traz benefícios enormes para todo o sistema de saúde e principalmente para os doentes oncológicos.

Relativamente ao guia do doente, referiu que o mesmo tem informações importantes ligadas às eventuais complicações e o medicamento utilizado no processo da quimioterapia, acrescentando que este instrumento irá reforçar a literacia em saúde e permitir que o próprio paciente tenha as informações de forma individual.

-0- PANA CS/IZ 25março2022