PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde regista aceleração do ritmo de crescimento económico
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde registou um ritmo de crescimento económico mais acelerado nos dois primeiros meses deste ano, o que reforça a tendência de recuperação e alguma estabilização da economia que vem sendo registada desde novembro último.
Esta informação Consta do indicador de procura interna divulgado segunda-feira última pelo Banco de Cabo Verde (BCV) e a que a PANA teve acesso na cidade da Praia.
Conforme ao documento, o dinamismo deste índice é suportado pelos aumentos das importações de bens de construção e de equipamentos, movidos por investimentos dos setores público e externo.
Igualmente, o indicador de consumo manteve a tendência de recuperação que vinha sendo evidenciado desde finais de 2014, suportado pelo consumo de bens duradouros ao passo que a manutenção de um cenário de contração dos preços no consumidor favoreceu o poder de compra das famílias.
Contudo, a queda das remessas de emigrantes terá exercido um efeito atenuador na propensão a consumir dos particulares no período referenciado.
De igual modo, as condições de financiamento internas continuaram a evoluir negativamente para o setor privado nacional, enquanto, a nível externo, os indicadores dos mercados financeiros do euro continuaram a apresentar uma ligeira atenuação das restrições.
No que se refere ao indicador de procura externa, o BCV indica que se acentuou a tendência de deterioração, com o contínuo aumento das importações de mercadorias, a persistente redução das receitas do turismo e a queda das exportações de mercadorias.
No tocante aos preços no consumidor, eles se mantiveram em deflação, após terem registado em janeiro, último, pela primeira vez, desde março de 2014, valores positivos (0,1 porcento), enquanto a inflação homóloga baixou para -0,2 porcento, influenciada pelos preços dos combustíveis.
Segundo o documento, as pressões sobre os preços no consumidor ficaram a dever-se ao contributo mais negativo da componente dos produtos energéticos do Índice do Preço no Consumidor (-13,2 por cento), em consequência da recente queda dos preços internacionais do petróleo que se refletiu na redução dos valores das classes dos transportes (em cinco porcento) e de rendas de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (-3,9 porcento).
“Apesar de não terem compensado a queda dos preços dos produtos energéticos, as pressões inflacionistas nas classes não energéticas intensificaram-se, tendo-se manifestado em contributos positivos de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (0,6 porcento)”, indica a fonte.
O BCV revela que também se regista contributos das classes acessórios, equipamentos domésticos e de manutenção da habitação (4,2 porcento), do lazer, da recreação e cultura (1,8 porcento) e hotéis, restaurantes, cafés e similares (1,8 porcento).
O relatório indica ainda que as receitas do turismo captadas pelos bancos registaram uma diminuição na ordem dos 19,1 porcento, não obstante o aumento da capacidade da oferta e dos preços no setor.
“Constrangimentos de ordem estrutural, nomeadamente em termos de infraestruturas, carga fiscal e diversificação da oferta, que limitam a capacidade dos operadores nacionais para competirem com outros mercados, poderão estar a contribuir para estes resultados”, indica o documento.
Por seu turno, as exportações de mercadorias mantiveram a tendência de queda iniciada em dezembro passado, devido à redução das exportações de pescado, indica o BCV.
Precisou que a redução das exportações estará a refletir, sobretudo, o efeito de base de um aumento extraordinário de produtos do mar exportados em igual período do ano anterior, revertendo a procura externa para os níveis normalmente registados nesse período.
Por sua vez, as transferências evoluíram positivamente, impulsionadas pelos donativos ao Estado de Cabo Verde para apoio às vítimas da erupção vulcânica. As transferências oficiais aumentaram 89,9 por cento em Fevereiro, mantendo a tendência de recuperação iniciada em dezembro, lê-se no documento.
Já as remessas dos emigrantes em termos de divisas diminuíram 2,3 porcento, o que segundo o BVC, deveu-se, sobretudo, à quebra no envio de dinheiro dos emigrantes residentes em França (7,7 porcento), Estados Unidos (6,9 porcento) e Países Baixos (4,8 porcento), “não obstante as melhorias no mercado de trabalho e na atividade económica registadas nesses países e a apreciação do dólar dos Estados Unidos".
Na balança financeira, as informações provisórias disponíveis sugerem a manutenção da tendência de recuperação do investimento direto estrangeiro (IDE), iniciada em setembro de 2014, com os influxos a aumentarem cerca de 7,5 porcento, especialmente impulsionados pelos investimentos de emigrantes, uma vez que as ações e outras participações e investimentos imobiliários diminuíram no período em referência.
Por sua vez, os desembolsos líquidos da dívida pública externa diminuíram (75,8 porcento) “refletindo a evolução das balanças comercial e financeira, ao passo que o crescimento das reservas internacionais líquidas do país registou um forte abrandamento.
Assim, a 28 de fevereiro último, as reservas fixaram-se nos 48401,61 milhões de escudos (mais de 476 milhões de dólares americanos), permitindo garantir cinco meses e três dias de importação projetada para 2015”.
-0- PANA CS/DD 08abr2015
Esta informação Consta do indicador de procura interna divulgado segunda-feira última pelo Banco de Cabo Verde (BCV) e a que a PANA teve acesso na cidade da Praia.
Conforme ao documento, o dinamismo deste índice é suportado pelos aumentos das importações de bens de construção e de equipamentos, movidos por investimentos dos setores público e externo.
Igualmente, o indicador de consumo manteve a tendência de recuperação que vinha sendo evidenciado desde finais de 2014, suportado pelo consumo de bens duradouros ao passo que a manutenção de um cenário de contração dos preços no consumidor favoreceu o poder de compra das famílias.
Contudo, a queda das remessas de emigrantes terá exercido um efeito atenuador na propensão a consumir dos particulares no período referenciado.
De igual modo, as condições de financiamento internas continuaram a evoluir negativamente para o setor privado nacional, enquanto, a nível externo, os indicadores dos mercados financeiros do euro continuaram a apresentar uma ligeira atenuação das restrições.
No que se refere ao indicador de procura externa, o BCV indica que se acentuou a tendência de deterioração, com o contínuo aumento das importações de mercadorias, a persistente redução das receitas do turismo e a queda das exportações de mercadorias.
No tocante aos preços no consumidor, eles se mantiveram em deflação, após terem registado em janeiro, último, pela primeira vez, desde março de 2014, valores positivos (0,1 porcento), enquanto a inflação homóloga baixou para -0,2 porcento, influenciada pelos preços dos combustíveis.
Segundo o documento, as pressões sobre os preços no consumidor ficaram a dever-se ao contributo mais negativo da componente dos produtos energéticos do Índice do Preço no Consumidor (-13,2 por cento), em consequência da recente queda dos preços internacionais do petróleo que se refletiu na redução dos valores das classes dos transportes (em cinco porcento) e de rendas de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (-3,9 porcento).
“Apesar de não terem compensado a queda dos preços dos produtos energéticos, as pressões inflacionistas nas classes não energéticas intensificaram-se, tendo-se manifestado em contributos positivos de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (0,6 porcento)”, indica a fonte.
O BCV revela que também se regista contributos das classes acessórios, equipamentos domésticos e de manutenção da habitação (4,2 porcento), do lazer, da recreação e cultura (1,8 porcento) e hotéis, restaurantes, cafés e similares (1,8 porcento).
O relatório indica ainda que as receitas do turismo captadas pelos bancos registaram uma diminuição na ordem dos 19,1 porcento, não obstante o aumento da capacidade da oferta e dos preços no setor.
“Constrangimentos de ordem estrutural, nomeadamente em termos de infraestruturas, carga fiscal e diversificação da oferta, que limitam a capacidade dos operadores nacionais para competirem com outros mercados, poderão estar a contribuir para estes resultados”, indica o documento.
Por seu turno, as exportações de mercadorias mantiveram a tendência de queda iniciada em dezembro passado, devido à redução das exportações de pescado, indica o BCV.
Precisou que a redução das exportações estará a refletir, sobretudo, o efeito de base de um aumento extraordinário de produtos do mar exportados em igual período do ano anterior, revertendo a procura externa para os níveis normalmente registados nesse período.
Por sua vez, as transferências evoluíram positivamente, impulsionadas pelos donativos ao Estado de Cabo Verde para apoio às vítimas da erupção vulcânica. As transferências oficiais aumentaram 89,9 por cento em Fevereiro, mantendo a tendência de recuperação iniciada em dezembro, lê-se no documento.
Já as remessas dos emigrantes em termos de divisas diminuíram 2,3 porcento, o que segundo o BVC, deveu-se, sobretudo, à quebra no envio de dinheiro dos emigrantes residentes em França (7,7 porcento), Estados Unidos (6,9 porcento) e Países Baixos (4,8 porcento), “não obstante as melhorias no mercado de trabalho e na atividade económica registadas nesses países e a apreciação do dólar dos Estados Unidos".
Na balança financeira, as informações provisórias disponíveis sugerem a manutenção da tendência de recuperação do investimento direto estrangeiro (IDE), iniciada em setembro de 2014, com os influxos a aumentarem cerca de 7,5 porcento, especialmente impulsionados pelos investimentos de emigrantes, uma vez que as ações e outras participações e investimentos imobiliários diminuíram no período em referência.
Por sua vez, os desembolsos líquidos da dívida pública externa diminuíram (75,8 porcento) “refletindo a evolução das balanças comercial e financeira, ao passo que o crescimento das reservas internacionais líquidas do país registou um forte abrandamento.
Assim, a 28 de fevereiro último, as reservas fixaram-se nos 48401,61 milhões de escudos (mais de 476 milhões de dólares americanos), permitindo garantir cinco meses e três dias de importação projetada para 2015”.
-0- PANA CS/DD 08abr2015