Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde regista 857 cidadãos deportados

Praia, Cabo Verde (PANA) – Um total de 857 imigrantes cabo-verdianos, dos quais 759 homens e 98 mulheres, foram deportados dos países de acolhimento entre 2002 e 2011, segundo um estudo da Organização Internacional das Migrações (OIM) divulgado na cidade da Praia.

O estudo "Análise Crítica do Projeto de Integração dos Repatriados em Cabo Verde", da autoria da consultora cabo-verdiana Suely Ramos Neves, aponta a falta de documentos como a principal razão da deportação (262 casos), seguida pelo tráfico de droga (156), agressões (114), roubos (69) e abuso sexual (46).

Iniciada em 2011, a investigação, promovida em colaboração com o Ministério das Comunidades de Cabo Verde, apurou que os Estados Unidos da América foi o país que procedeu a mais deportações para o arquipélago, com 388, seguido por Portugal (250), França (66), Espanha (46), Luxemburgo (30), Brasil (28), Holanda (27) e Alemanha (13).

Entretanto, dados oficias do Governo dão conta que desde 2011, último ano abrangido pelo estudo da OIM, chegaram ao território cabo-verdiano mais 433 deportados de vários países, perfazendo um total de 1.290.

Entre as sugestões feitas pelo estudo, figura a transferência da problemática da deportação para o Fundo Cabo-Verdiano de Solidariedade (FCS) e sua inclusão como despesa no Orçamento do Estado (OE).

Os resultados e as sugestões do estudo foram considerados pertinentes pela ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, sublinhando que o Governo tem consciência de que se trata de um dossiê complexo e que é preciso conhecer bem o fenómeno para melhor agir.

“Achamos que o estudo pode ajudar e contribuir para melhores políticas para a reinserção dos repatriados", disse a ministra que tutela o setor da imigração.

-0- PANA CS/TON 21fev2013