Cabo Verde reduz preços de Internet para uma "aposta forte" no digital
Praia, Cabo Verde (PANA) - O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou, quinta-feira, na cidade da Praia, que o Governo vai subsidiar e baixar os preços de acesso à Internet, considerados elevados, no âmbito de um conjunto de instrumentos que quer trabalhar para dar mais espaço ao digital no país, apurou a PANA de fonte segura.
O chefe do Governo cabo-verdiano falava à imprensa no âmbito de dois eventos ligados ao digital, designadamente a celebração do primeiro aniversário do Cabo Verde Digital e o lançamento do programa de atração para o país de nómadas digitais internacionais e da primeira turma da Academia de Código.
"É uma aposta forte, essencialmente criando condições para que os nossos jovens empreendedores tenham um palco internacional,. A Web Summit é um destes palcos ao nível mundial, para garantirem condições, ecossistema de financiamento, fiscalidade favorável a start-ups (empresas emergentes), uma boa política de adesão à Internet", disse o governante.
Ulisses Correia e Silva referiu que o país já tem acesso à Internet de quarta geração (4G) e que está com uma iniciativa no sentido de subsidiar e baixar os preços de acesso à Internet, na formação e na educação.
"Um conjunto de instrumentos que vão dando espaço para falarmos de Cabo Verde Digital", salientou o primeiro-ministro.
O programa de atração para o país de nómadas digitais internacionais é uma iniciativa do Ministério do Turismo e Transportes, que pretende diversificar a oferta turística, numa altura em que o país está a retomar o setor após os feitos da pandemia de covid-19.
Conforme o ministro do Turismo, Carlos Santos, o objetivo é apostar nesta "nova largada" e aproveitar esta oportunidade de negócios dos nómadas digitais, tendo como vantagens do país a sua boa localização geográfica e ter boas infraestruturas de telecomunicações.
"Queremos aproveitar estas duas vantagens comparativas que o país tem para podermos lançar este produto que tem a sua trave mestra nas infraestruturas de telecomunicações, ou seja, economia digital, numa altura em que trabalhar fora dos escritórios começa a ser uma realidade", salientou o governante.
Segundo ele, a questão do preço da Internet será feita sempre numa lógica de economia de escala, em que, à medida que o país tiver o aumento de procura, terá igualmente a baixa dos preços deste serviço.
"E é nisso é que temos que apostar. Somos um país pequeno, com um mercado muito restrito e nós temos que apostar, alargando aquilo que é do exterior", prosseguiu o ministro, indicando que o programa será divulgado em todo o mundo.
Outro programa no país é o Cabo Verde Digital, evento que celebra o seu primeiro aniversário e que, durante este período, permitiu a criação de 35 'start-ups' e apoiou 50 jovens.
Segundo o secretário de Estado para a Inovação, Pedro Lopes, o objetivo é chegar aos 100 jovens.
Fazem parte ainda do programa Cabo Verde Digital a primeira turma da Academia de Código e a participação de jovens em cimeiras internacionais, com destaque para a Web Summit, que no ano de 2019, aconteceu presencialmente e, neste ano em curso, remotamente, devido à covid-19.
O secretário de Estado garantiu que a conetividade ao arquipélago vai ser reforçada pelo cabo submarino EllaLink, que vai ligar o país à Europa e à América Latina, e pelo Parque Tecnológico, que vai ser inaugurado no próximo ano.
"Para além de infraestruturas, o Cabo Verde Digital, acima de tudo, é um programa de apoio aos jovens que querem singrar no mundo do setor digital e nós acreditamos cada vez mais que este é um setor para a juventude apostar", disse Pedro Lopes avançando que, no primeiro ano, mais de 500 jovens, cabo-verdianos no país e na diáspora, beneficiaram desta iniciativa do Governo.
-0- PANA CS/DD 04dez2020