Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde reconhece atraso no pagamento de quotas às Nações Unidas

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde tem o direito de voto na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) onde está suspenso devido a um atraso no pagamento das suas quotas, anunciou o Governo quinta-feira na cidade da Praia.

Cabo Verde é um dos 14 países que viu, recentemente, suspenso o seu direito a voto na ONU por um atraso de dois anos no pagamento de quotas.

Segundo uma carta endereçada à Assembleia Geral pelo Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a 25 de janeiro último, para retomar o seu direito a voto, Cabo Verde terá que efetuar um pagamento mínimo de 11 mil 500 dólares americanos.

Em declarações à imprensa, o ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, confirmou a existência de pagamentos em atraso às Nações Unidas e a várias organizações internacionais, tendo no entanto anunciado, para os próximos dias, o pagamento parcial das dívidas.

O chefe da diplomacia cabo-verdiana atribui, entretanto, a responsabilidade por esta situação ao anterior Governo do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) derrotado nas eleições legislativas de abril de 2016 pelo Movimento para a Democracia (MpD, partido atualmente no poder em Cabo Verde.

Luís Filipe Vieira adiantou que o atual Governo do MpD, que herdou do anterior muitas dívidas relativas a este incumprimento relativamente a várias organizações internacionais, onde o país está presente, nomeadamente as Nações Unidas, está "a negociar e pagar progressivamente, de acordo com as suas possibilidades, todas essas dívidas".

"Nos próximos dias, procederemos ao pagamento, através do Ministério das Finanças, de aproximadamente 62 mil milhões de escudos (cerca de 560 mil euros) em atraso a várias organizações internacionais, incluindo obviamente as Nações Unidas", precisou.

-0- PANA CS/DD 03mar2017