Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde recomenda aviões a evitar nuvens e gases vulcânicos da ilha do Fogo

Praia, Cabo Verde (PANA) - As autoridades aeronáuticas de Cabo Verde aconselharam as aeronaves que atravessam o espaço aéreo nacional a desviarem da rota a fim de evitar nuvens de poeira vulcânica e gases expelidos pelo vulcão em erupção na ilha do Fogo, apurou a PANA de fonte segura.

O presidente do Conselho de Administração dos Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), organismo encarregue do controlo do tráfego aéreo em Cabo Verde, disse que, devido à erupção vulcânica, foi lançado um alerta a aeronaves que voam no espaço aéreo sob a responsabilidade da FIR (Região Internacional de Voo) Oceânica do Sal.

“Como as coisas evoluíram rapidamente, com emissões de gases e poeira à alta altitude, tivemos de emitir uma circular de informação aeronáutica a toda a aviação sobre essa ocorrência de erupção de um vulcão com a emissão de gases e nuvens”, afirmou Mário Paixão.

Sublinhou que, desde domingo, a ASA está a adotar procedimentos especiais para aviões que entram nesse espaço, desviando-os para outras rotas, precisamente para o sentido oeste ou leste, em função da sua posição, de modo a evitar as nuvens de poeira vulcânica e de gases.

“Está tudo sob controlo”, assegurou Mário Paixão, referindo que, neste momento, há uma mudança constante de regime de ventos.

Também foram detetados gases em direção ao norte, ou seja para as ilhas de São Nicolau e São Vicente, e a uma alta altitude de cerca de 27/30 mil pés, ou seja dez quilómetros, o que, segundo ele, põe em causa a navegação aérea.

Entretanto, as autoridades aeronáuticas suspenderam indefinidamente os voos internos de e para a ilha do Fogo devido à elevada quantidade de cinzas e poeiras da erupção vulcânica.

A ligação à ilha do Fogo, que dispõe apenas de um aeródromo onde aterram aviões de pequeno porte, fica agora confinada ao acesso por via marítima, a partir da cidade da Praia, assegurada neste momento por um barco de uma companhia privada que opera às segundas, quartas e sextas-feiras.

Enquanto isso, a situação no local piorou a partir do meio-dia de segunda-feira com o aumento da intensidade da erupção.

Segundo o chefe do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), Arlindo Lima, que esteve no local com a ministra da Administração Interna, Marisa Morais, as informações de que dispunha indicavam que, nas horas seguintes, as lavas iam atingir o edifício sede do Parque Natural do Fogo.

Arlindo Lima confessou que, inicialmente, não tinha uma previsão de que a erupção viesse a ter a dimensão que está a ter e que os dados disponibilizados apontam que a mesma poderá durar mais de um mês.

No entanto, ele assegurou que a parte prioritária para a SNPCB, que é o salvamento de vidas humanas, já foi conseguida com a evacuação dos habitantes das localidades situadas nas imediações do vulcão para locais seguros.

-0- PANA CS/DD 25nov2014