PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde recebe 15 mil toneladas de milho produzido fora do país
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde vai receber, na próxima quarta-feira, o primeiro carregamento de 15 mil toneladas de milho, produzido num terreno comprado no Paraguai, desde 1984, pelo Estado cabo-verdiano, para suprir o crónico défice alimentar no arquipélago, apurou a PANA na cidade da Praia de fonte oficial.
A chegada deste primeiro carregamento do cereal produzido fora do país dá corpo à estratégia definida pelas autoridades cabo-verdianas para garantir a segurança alimentar no arquipélago, que não possui condições naturais para produzir quantidade suficiente de alimentos necessários para a população residente, calculada em pouco mais de 500 mil habitantes.
É neste contexto que Cabo Verde comprou um terreno no Paraguai, então com uma área de cerca de 10.800 hectares, com o objetivo de fornecer ao país, através da Empresa Pública de Abastecimento (EMPA), entretanto extinta nos anos 90, bens alimentares e madeira.
Posteriormente, veio a nascer o atual projeto “Ilha Verde”, protagonizado por um grupo de empresários cabo-verdianos ligados ao setor agrícola, e que atualmente dispõe de 12.800 hectares, para a produção agrícola, fora do país.
A primeira fase do projeto, que envolvia a criação de condições para a produção agrícola mecanizada, já foi concluída no ano passado, com capacidade para fornecer suporte a 40 a 60 mil toneladas de produção.
A segunda fase do projeto, que se traduziu na construção da Unidade de Armazenagem no Porto da Praia, foi também finalizada com uma capacidade estática de 20 mil toneladas.
A produção atualmente feita no Paraguai, nomeadamente trigo, arroz, milho, soja, cana-de-açúcar, mandioca, feijões e frutas, entre outros, será posteriormente transportada para Cabo Verde, com o recurso a uma embarcação própria.
Servirá de matéria-prima para outras unidades de transformação agroindustrial, nomeadamente produção de óleo de soja, produção de farinhas para fins diversos, feijões enlatados, milho pré-cozido para cachupa, aguardente, entre outros.
O coordenador da sociedade promotora do projeto, o agrónomo Adriano Pinto, assegura que Cabo Verde vai beneficiar diretamente com o mesmo, pois daqui a três a quatro anos, serão criados cerca de quatro mil e 500 postos de trabalho, diretos e indiretos.
Serão igualmente criadas melhores condições, que contribuirão para uma maior segurança alimentar no país.
“Este projeto veio ao encontro das nossas necessidades de abastecimento alimentar, porque estamos situados na zona do Sahel que nem sempre chove, e a produção, às vezes, é praticamente zero”, frisou.
Adriano Pinto sublinhou a importância do projeto não só para Cabo Verde como também para a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que considera ser um “largo mercado internacional” a conquistar para colocar o excedente da produção que não pode ser consumido pelos arquipélago.
“Esta é a primeira leva de várias outras que vão chegar e não vamos deixar faltar produtos no mercado cabo-verdiano”, garantiu o engenheiro, indicando que, para a prossecução deste projeto, foram construídos cinco silos no porto da Praia, com a capacidade estática de 20 mil toneladas, embora a dimensão do armazenamento e distribuição seja superior.
Segundo Adriano Pinto, estão previstas 10 viagens por ano para Cabo Verde, o que gera uma capacidade dinâmica de 200 mil toneladas de produtos transportados a partir do Paraguai.
Entretanto, explicou, como Cabo Verde não tem a necessidade de consumir toda esta quantidade de cereais, a empresa “Ilha Verde” pretende fazer a transformação de parte dos produtos através de uma área industrial, e posteriormente exportá-los para outros pontos.
A ministra cabo-verdiana do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, considera que a produção do milho em países terceiros encoraja o Governo a promover parcerias com outros Estados para garantir o autossustento do país na produção de cereais.
Nesse âmbito, perspetiva-se o estabelecimento de idênticas parcerias com Moçambique e com a Guiné-Conakry, tal como a que já existe com Angola, onde Cabo Verde dispõe de sete mil e 500 hectares para produção agropecuária.
-0- PANA CS/IZ 13nov2013
A chegada deste primeiro carregamento do cereal produzido fora do país dá corpo à estratégia definida pelas autoridades cabo-verdianas para garantir a segurança alimentar no arquipélago, que não possui condições naturais para produzir quantidade suficiente de alimentos necessários para a população residente, calculada em pouco mais de 500 mil habitantes.
É neste contexto que Cabo Verde comprou um terreno no Paraguai, então com uma área de cerca de 10.800 hectares, com o objetivo de fornecer ao país, através da Empresa Pública de Abastecimento (EMPA), entretanto extinta nos anos 90, bens alimentares e madeira.
Posteriormente, veio a nascer o atual projeto “Ilha Verde”, protagonizado por um grupo de empresários cabo-verdianos ligados ao setor agrícola, e que atualmente dispõe de 12.800 hectares, para a produção agrícola, fora do país.
A primeira fase do projeto, que envolvia a criação de condições para a produção agrícola mecanizada, já foi concluída no ano passado, com capacidade para fornecer suporte a 40 a 60 mil toneladas de produção.
A segunda fase do projeto, que se traduziu na construção da Unidade de Armazenagem no Porto da Praia, foi também finalizada com uma capacidade estática de 20 mil toneladas.
A produção atualmente feita no Paraguai, nomeadamente trigo, arroz, milho, soja, cana-de-açúcar, mandioca, feijões e frutas, entre outros, será posteriormente transportada para Cabo Verde, com o recurso a uma embarcação própria.
Servirá de matéria-prima para outras unidades de transformação agroindustrial, nomeadamente produção de óleo de soja, produção de farinhas para fins diversos, feijões enlatados, milho pré-cozido para cachupa, aguardente, entre outros.
O coordenador da sociedade promotora do projeto, o agrónomo Adriano Pinto, assegura que Cabo Verde vai beneficiar diretamente com o mesmo, pois daqui a três a quatro anos, serão criados cerca de quatro mil e 500 postos de trabalho, diretos e indiretos.
Serão igualmente criadas melhores condições, que contribuirão para uma maior segurança alimentar no país.
“Este projeto veio ao encontro das nossas necessidades de abastecimento alimentar, porque estamos situados na zona do Sahel que nem sempre chove, e a produção, às vezes, é praticamente zero”, frisou.
Adriano Pinto sublinhou a importância do projeto não só para Cabo Verde como também para a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que considera ser um “largo mercado internacional” a conquistar para colocar o excedente da produção que não pode ser consumido pelos arquipélago.
“Esta é a primeira leva de várias outras que vão chegar e não vamos deixar faltar produtos no mercado cabo-verdiano”, garantiu o engenheiro, indicando que, para a prossecução deste projeto, foram construídos cinco silos no porto da Praia, com a capacidade estática de 20 mil toneladas, embora a dimensão do armazenamento e distribuição seja superior.
Segundo Adriano Pinto, estão previstas 10 viagens por ano para Cabo Verde, o que gera uma capacidade dinâmica de 200 mil toneladas de produtos transportados a partir do Paraguai.
Entretanto, explicou, como Cabo Verde não tem a necessidade de consumir toda esta quantidade de cereais, a empresa “Ilha Verde” pretende fazer a transformação de parte dos produtos através de uma área industrial, e posteriormente exportá-los para outros pontos.
A ministra cabo-verdiana do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, considera que a produção do milho em países terceiros encoraja o Governo a promover parcerias com outros Estados para garantir o autossustento do país na produção de cereais.
Nesse âmbito, perspetiva-se o estabelecimento de idênticas parcerias com Moçambique e com a Guiné-Conakry, tal como a que já existe com Angola, onde Cabo Verde dispõe de sete mil e 500 hectares para produção agropecuária.
-0- PANA CS/IZ 13nov2013