Cabo Verde realiza quinto Recenseamento Geral da População e Habitação
Praia, Cabo Verde (PANA) – O quinto Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH-2021), considerado a maior operação estatística em Cabo Verde, arranca nesta quarta-feira, com cerca de 2.000 profissionais, entre supervisores, controladores, recenseadores, técnicos de informática e comunicação, administrativos e pessoal de apoio, apurou a PANA de fonte segura.
O RGPH-2021, que terá lugar de 16 a 30 de junho, tem como proposito recensear toda a população que, no momento da recolha de dados, se encontre no território cabo-verdiano, além de alojamentos familiares, também coletivos, hotéis, estabelecimentos turísticos, hospitais, estabelecimentos prisionais e quartéis, incluindo ainda pessoas sem-abrigo.
Este inquérito, a cargo do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), deveria ter ocorrido em 2020, mas foi adiado para este ano, face à pandemia de covid-19.
"Devido à alteração do período da recolha, em virtude da pandemia da covid-19, o Governo estabeleceu as normas a que deve obedecer a realização do RGPH-2021, visando melhorar o conhecimento das características da população e do parque habitacional e, assim, contribuir para a consolidação das intervenções públicas e privadas, no contexto das políticas de desenvolvimento do país", explicou o presidente do INE, Osvaldo Borges.
Para realizar esta operação, o INE lançou um concurso para recrutar 1.625 agentes recenseadores no arquipélago, com idades obrigatórias compreendidas entre os 18 e 45 anos, a grande maioria para trabalhar nos concelhos da Praia (408), de São Vicente (258) e Sal (123).
"Os resultados preliminares serão apresentados um mês após a conclusão dos trabalhos de terreno e os definitivos até março de 2022. Pretende-se divulgar 40 publicações, sendo 24 volumes estatísticos, dados brutos, e 16 volumes de análise sobre temas variados, estudos temáticos", acrescentou o presidente do INE.
A realização da operação estima-se em cerca de 700 milhões de escudos (6,3 milhões de euros), financiados, além do Governo de Cabo Verde, pela Cooperação Luxemburguesa, pela União Europeia, pelo Escritório Conjunto das Nações Unidas e pela Cooperação Espanhola.
"Devido ao contexto pandémico, o RGPH-2021 será realizado em concertação com o Ministério da Saúde, e serão respeitadas todas as medidas sanitárias. Para o efeito, o INE de Cabo Verde dispõe de um plano de contingência da covid-19 para o RGPH-2021 e de um kit-covid-19 especificamente para a recolha de dados", apontou ainda o responsável.
Cabo Verde fica a conhecer, até final de setembro próximo, os primeiros resultados deste recenseamento, em que as respostas da população terão um carácter obrigatório, conforme a determinação legal, salvo o fornecimento de dados pessoais sensíveis, nomeadamente os referentes à vida privada, filiação sindical e religião, cujas respostas são de carácter facultativo, nos termos da lei", lê-se.
Conforme a legislação em vigor, a não resposta ao inquérito do Censo prevê a aplicação de uma sanção de 20.000 a 200.000 escudos (179 a 1.790 euros).
Entretanto, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, pediu, segunda-feira, aos Cabo-verdianos para colaborarem com os inquiridores do INE, lembrando que o RGHP é uma tarefa “fundamental” para Cabo Verde definir as suas políticas públicas, nomeadamente da família, habitação e economia.
Para o mais alto magistrado da nação cabo-verdiana, os condicionalismos impostos pela pandemia da covid-19 “não são impeditivos” para que esta operação não se realize, desde que sejam cumpridas todas a recomendações sanitárias por parte dos inquiridores e da população."
Cabo Verde já realizou quatro recenseamentos após a independência, precisamente em 1980, 1990, 2000 e 2010.
No último realizado em 2010, a população residente no arquipélago então contabilizada foi de 491.875 pessoas, além de 114.469 edifícios e 141.761 alojamentos também contabilizados.
Atualmente, as estimativas apontam para cerca de 550.000 habitantes em Cabo Verde.
-0– PANA CS/DD 15junho2021