PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde realiza fórum para ser país desenvolvido até 2030
Praia, Cabo Verde (PANA) – A capital cabo-verdiana vai ser sede, a partir desta quarta-feira, do II Fórum de Transformação de Cabo Verde que visa estabelecer uma agenda para transformar o arquipélago num país próspero e de desenvolvimento avançado no horizonte de 2030, apurou a PANA, na cidade da Praia, de fonte oficial.
Segundo o primeiro-ministro José Maria Neves, a ideia é discutir com a sociedade a visão de governação para os próximos tempos e alcançar um amplo consenso nacional sobre como atingir este desígnio.
O chefe do Governo cabo-verdiano disse que o que se pretende é perspetivar, para 2030, “um país desenvolvido e próspero, preparado para competir na economia global, com altos índices de desenvolvimento humano, com uma sociedade civil empoderada, com um setor privado forte e internacionalizado”.
Para isso, defende José Maria Neves, “a Nação precisa de uma visão de futuro para que não navegue à vista”.
É neste sentido que o II Fórum irá questionar “o que queremos ser daqui a 16 anos? O que devemos fazer para lá chegar? Quais os recursos humanos, materiais e institucionais que precisaremos? Como acelerar o ritmo de transformação? Que parcerias devem ser estabelecidas?”, disse.
Tudo isso, acrescentou, levando em conta os novos cenários interno e externo que se colocam a Cabo Verde, na senda da sua graduação a País de Rendimento Médio (PRM) e mediante a aguda crise internacional que atinge, inclusive, os seus principais parceiros internacionais.
“Daí que, entre os vários desafios, é pensar novas formas e fontes de financiamento do processo transformacional de Cabo Verde, sendo certo que este não pode parar”, precisou.
Quando questionado da oportunidade de pensar o desenvolvimento do país para além do mandato do atual Governo, que termina em 2016, José Maria Neves responde que isso não é algo novo e que “faz parte da incumbência de um Executivo responsável pensar estrategicamente o país, de pés assentes no presente, mas sem perder de vista o futuro”.
Neves cita vários exemplos de vários países que ultimamente têm apresentado as suas visões de desenvolvimento para além do horizonte de 2050. "Aliás, mesmo em Cabo Verde, este Governo já o fizera em 2003 quando da realização do I Fórum Nacional para a Transformação de Cabo Verde", anotou.
“E foi esta visão alargada da governação e este sentido estratégico que na altura permitiu criar amplos consensos sobre o caminho a seguir por Cabo Verde e que permitiu criar um cenário propício à implementação da agenda transformacional que permitiu dar este grande salto no processo de desenvolvimento do país", afirmou.
De acordo com Neves, este salto foi dado tanto ao nível do combate à pobreza e melhoria da qualidade de vida das pessoas e como da qualidade dos serviços e sobretudo das infraestruturas nas mais diversas áreas.
A nota conceptual do fórum sublinha que o sucesso de Cabo Verde posiciona este arquipélago diante de importantes desafios que se colocam ao seu futuro.
“Isso num panorama de anémica recuperação económica global, incluindo a crise contínua por que passa a Zona Euro, factos que criaram novos e emergentes desafios ao país”, refere a nota.
Esses desafios, segundo o documento, resultam das grandes pressões no que respeita à ajuda externa, aos investimentos diretos estrangeiros e, ainda, às preocupações relativas à armadilha do rendimento médio.
Tudo isto está “atado às consequências do baixo nível de investimento, do lento crescimento, de uma reduzida diversificação da base produtiva e das limitadas condições do mercado de trabalho”, o que naturalmente reduz o espaço de manobra a Cabo Verde, país profundamente dependente do exterior, explica o documento.
Antevendo de resto o facto de Cabo Verde já não ser elegível para empréstimos concessionais das principais instituições internacionais, o Governo promove este fórum, que conta com o concurso de instituições financeiras internacionais e parceiros de desenvolvimento do arquipélago, como forma de procurar caminhos para manter a sua agenda de transformação do país.
“Isso num período em que existe uma necessidade de investimento volumoso para continuar a melhoria das infraestruturas, qualificar os recursos humanos e aprofundar e alargar reformas”, enquanto pré-requisitos para que a economia de Cabo Verde seja competitiva”.
Entretanto, o Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição cabo-verdiana, já anunciou que não vai participar no II Fórum de Transformação, "por ser um partido com visão e opções diferentes das do Governo”.
“O MpD não vai integrar o processo de construção de consenso que tem um desígnio governamental", declarou o líder do partido, Ulisses Correia e Silva, no final de uma audiência com o primeiro-ministro, que recebeu todos os partidos políticos com assento parlamentar para lhes apresentar as linhas orientadoras do fórum.
-0- PANA CS/IZ 13maio2014
Segundo o primeiro-ministro José Maria Neves, a ideia é discutir com a sociedade a visão de governação para os próximos tempos e alcançar um amplo consenso nacional sobre como atingir este desígnio.
O chefe do Governo cabo-verdiano disse que o que se pretende é perspetivar, para 2030, “um país desenvolvido e próspero, preparado para competir na economia global, com altos índices de desenvolvimento humano, com uma sociedade civil empoderada, com um setor privado forte e internacionalizado”.
Para isso, defende José Maria Neves, “a Nação precisa de uma visão de futuro para que não navegue à vista”.
É neste sentido que o II Fórum irá questionar “o que queremos ser daqui a 16 anos? O que devemos fazer para lá chegar? Quais os recursos humanos, materiais e institucionais que precisaremos? Como acelerar o ritmo de transformação? Que parcerias devem ser estabelecidas?”, disse.
Tudo isso, acrescentou, levando em conta os novos cenários interno e externo que se colocam a Cabo Verde, na senda da sua graduação a País de Rendimento Médio (PRM) e mediante a aguda crise internacional que atinge, inclusive, os seus principais parceiros internacionais.
“Daí que, entre os vários desafios, é pensar novas formas e fontes de financiamento do processo transformacional de Cabo Verde, sendo certo que este não pode parar”, precisou.
Quando questionado da oportunidade de pensar o desenvolvimento do país para além do mandato do atual Governo, que termina em 2016, José Maria Neves responde que isso não é algo novo e que “faz parte da incumbência de um Executivo responsável pensar estrategicamente o país, de pés assentes no presente, mas sem perder de vista o futuro”.
Neves cita vários exemplos de vários países que ultimamente têm apresentado as suas visões de desenvolvimento para além do horizonte de 2050. "Aliás, mesmo em Cabo Verde, este Governo já o fizera em 2003 quando da realização do I Fórum Nacional para a Transformação de Cabo Verde", anotou.
“E foi esta visão alargada da governação e este sentido estratégico que na altura permitiu criar amplos consensos sobre o caminho a seguir por Cabo Verde e que permitiu criar um cenário propício à implementação da agenda transformacional que permitiu dar este grande salto no processo de desenvolvimento do país", afirmou.
De acordo com Neves, este salto foi dado tanto ao nível do combate à pobreza e melhoria da qualidade de vida das pessoas e como da qualidade dos serviços e sobretudo das infraestruturas nas mais diversas áreas.
A nota conceptual do fórum sublinha que o sucesso de Cabo Verde posiciona este arquipélago diante de importantes desafios que se colocam ao seu futuro.
“Isso num panorama de anémica recuperação económica global, incluindo a crise contínua por que passa a Zona Euro, factos que criaram novos e emergentes desafios ao país”, refere a nota.
Esses desafios, segundo o documento, resultam das grandes pressões no que respeita à ajuda externa, aos investimentos diretos estrangeiros e, ainda, às preocupações relativas à armadilha do rendimento médio.
Tudo isto está “atado às consequências do baixo nível de investimento, do lento crescimento, de uma reduzida diversificação da base produtiva e das limitadas condições do mercado de trabalho”, o que naturalmente reduz o espaço de manobra a Cabo Verde, país profundamente dependente do exterior, explica o documento.
Antevendo de resto o facto de Cabo Verde já não ser elegível para empréstimos concessionais das principais instituições internacionais, o Governo promove este fórum, que conta com o concurso de instituições financeiras internacionais e parceiros de desenvolvimento do arquipélago, como forma de procurar caminhos para manter a sua agenda de transformação do país.
“Isso num período em que existe uma necessidade de investimento volumoso para continuar a melhoria das infraestruturas, qualificar os recursos humanos e aprofundar e alargar reformas”, enquanto pré-requisitos para que a economia de Cabo Verde seja competitiva”.
Entretanto, o Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição cabo-verdiana, já anunciou que não vai participar no II Fórum de Transformação, "por ser um partido com visão e opções diferentes das do Governo”.
“O MpD não vai integrar o processo de construção de consenso que tem um desígnio governamental", declarou o líder do partido, Ulisses Correia e Silva, no final de uma audiência com o primeiro-ministro, que recebeu todos os partidos políticos com assento parlamentar para lhes apresentar as linhas orientadoras do fórum.
-0- PANA CS/IZ 13maio2014