Cabo Verde quase insento de caução para novo programa de vistos dos Estados Unidos
Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde está quase isento à caução exigida no quadro do programa piloto Visa Bond, para vistos de entrada nos Estados Unidos, segundo o encarregado das Relações Públicas da embaixada norte-americana no país, LaSean Knox-Brown.
Em declarações ao jornal “Expresso das Ilhas”, quarta-feira última, o diplomata assegurou que cerca de 99 por cento dos Cabo-verdianos não serão abrangidos.
O programa piloto Visa Bond, que impõe o pagamento de uma caução, de cinco a 15 mil dólares americanos, a pessoas que solicitarem um visto de entrada nos Estados Unidos, praticamente não se aplica a ninguém (menos de um por cento) em Cabo Verde, acrescentou.
Em primeiro lugar, menos de um por cento dos Cabo-verdianos será afetado por este novo critério, precisou o diplomata.
"Porque quando falamos deste novo critério, falamos de pessoas com registo criminal e que já receberam uma isenção de inelegibilidade do Departamento de Emigração. Isso é muito importante, porque quase ninguém aqui em Cabo Verde está nesta categoria", esclareceu LaSean Knox-Brown.
Segundo uma nota de imprensa da embaixada dos Estados Unidos explica que Cabo Verde foi incluído no programa Piloto Visa Bond devido à alta taxa de Cabo-verdianos cuja estadia naquele país ultrapassa o limite dos seus vistos de entrada.
Apenas requerentes que se candidatarem a vistos considerados inelegíveis, por exemplo, aqueles condenados por crimes e que posteriormente recebam uma isenção de inelegibilidade do Departamento de Segurança Interna, deverão pagar uma caução de visto, e, em Cabo Verde, praticamente ninguém se enquadra nesta categoria, lê-se no documento.
Desde o lançamento do memorando assinado pelo Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald J. Trump, em 2019, a Embaixada deste país e o Governo de Cabo Verde têm trabalhado em conjunto para identificarem formas de reduzir tais números.
“É objetivo mútuo dos governos norte-americano e de Cabo Verde, destacado como um destino turístico de classe mundial, um centro de cultura e um "hub " (plataforma) para viagens e deslocações legais e transporte seguro”, indicou.
Por outro lado, a Embaixada dos Estados Unidos aplaude os esforços incansáveis do Governo cabo-verdiano para reduzir a taxa de permanência dos seus cidadãos que ultrapasse o limite do visto americano.
O trabalho conjunto, realça o comunicado, é prova do respeito e admiração mútuos que os dois países nutrem um pelo outro.
A nota recorda que, abril de 2019, o Presidente Trump assinou um memorando presidencial sobre o combate às altas taxas de permanência de não imigrantes, que exige do Departamento de Estado e do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos para reduzirem as taxas de permanência superiores ao limite de estadia autorizado.
Neste sentido, os Estados Unidos vão passar a exigir cauções de até 15 mil dólares aos viajantes de 23 países africanos e asiáticos, para os dissuadirem de permanecerem para além da duração dos vistos de entrada no território americanos, segundo a mesma fonte.
A medida entrará em vigor, a título experimental, a 24 de dezembro próximo, por um período de seis meses.
Porém, o novo Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que tomará posse a 20 de janeiro próximo, já prometeu uma política mais acolhedora para imigrantes.
Assim sendo, ele poderá revogar o programa piloto Visa Bond.
-0- PANA CS/DD 26nov2020