Cabo Verde prolonga validade de documentos de imigrantes africanos
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde vai prolongar a validade dos documentos para imigrantes africanos em situação irregular, no país, pelo menos até dezembro próximo, apurou a PANA sexta-feira de fonte oficial, na cidade da Praia.
A decisão é justificada pelo facto de que, devido aos efeitos do confinamento para conter a propagação da covid-19, muitos não tiveram possibilidade de renovar os seus documentos, nos prazos legais.
Em declarações à imprensa, o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, explicou que o prolongamento do prazo é também para garantir que cada um possa procurar um novo emprego e atualizar a sua documentação.
“Nós colocamos essa questão da imigração como objetivo estratégico de o país integrar da melhor forma possível a comunidade emigrada que escolheu o nosso país para viver e trabalhar”, anotou.
O governante falava à margem da entrega oficial da nova sede da Plataforma das Comunidades Africanas residentes em Cabo Verde, no edifício Casa para Todos, em São Pedro Latada, cedido pelo Governo.
Segundo ele, a cedência das novas instalações da Plataforma enquadra-se no processo de integração da comunidade africana imigrante.
Essa integração passa por criar um espaço onde os imigrantes possam sentir-se integrados e onde possam ter todas as informações sobre os seus direitos no país, sobre a forma de fazerem o relacionamento e promover também a própria cultura e tradições, disse.
Através deste espaço, acrescentou, os imigrantes podem ter acesso à formação profissional, à saúde e a tudo aquilo a que um cidadão cabo-verdiano tem direito.
Além de garantir o acesso e a utilização desse espaço entre as diferentes associações filiadas na plataforma, a nova sede facilitará aos imigrantes acesso à informação sobre a realidade cabo-verdiana, às instituições, aos procedimentos e à legislação aplicável a estrangeiros e imigrantes.
O presidente da Plataforma das Comunidades Africanas residentes, em Cabo Verde, José Viana, disse esperar que haja maior proximidade de todos os elementos que fazem parte da comunidade.
Disse esperar igualmente que, através dessa proximidade, se possa delinear um conjunto de planificações capazes de contribuir para a promoção das suas vidas e do seu bem-estar no arquipélago.
José Viana frisou que a relação da comunidade a nível dos poderes centrais e locais é saudável, apesar de existirem ainda algumas fragilidades.
A Plataforma das Comunidades Africanas Residentes em Cabo Verde integra associações representativas de cidadãos da Guiné-Bissau, da Guiné-Conakry, da Nigéria, do Gana, da Serra Leoa, da Gâmbia, do Senegal, dos Camarões, de São Tomé e Príncipe, do Mali, da Mauritânia, do Togo, do Benim, do Burkina Faso e da Libéria, num universo de 15 mil imigrantes que vivem e trabalham no arquipélago.
-0- PANA CS/IZ 22ago2020