Cabo Verde prevê regresso de turista em dezembro
Praia, Cabo Verde (PANA)- O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou, quarta-feira, o Governo prevê o regresso, a partir de 15 de dezembro próximo, de turistas às ilhas do Sal e da Boa Vista, ambos principais centros turísticos do país.
Durante o debate parlamentar sobre As respostas sanitárias, económicas e sociais ao novo contexto da pandemia da covid-19, Ulisses Correia e Silva precisou que, se tudo correr bem, todos os dados apontam que nesta data, Cabo Verde vai registar o começo da chegada de turistas, de que tanto estas ilhas precisam, "para podermos começar novamente a reativar o emprego e a atividade económica.”
Reafirmou que as medidas sanitárias para um regresso seguro dos turistas foram tomadas, nomeadamente o aumento da capacidade de testagem à covid-19, tendo em conta que a entrada e saída vão ser mediante um teste PCR.
Falou na possibilidade da instalação de serviços de apoio ao teste nos próprios hotéis, assim como no acesso aos resultados através de uma plataforma informática, para que as pessoas deixem de ir às estruturas de saúde receber respostas a testes do novo coronavírus.
O primeiro-ministro assegurou que os centros de despistagem da covid-19 no Sal e na Boa Vista já estão certificados internacionalmente, e que a unidade de cuidados intensivos no Hospital Ramiro Figueira no Sana, na primeira ilha, já está funcional e que a da segunda em preparação.
Confirmou também que cerca de 500 estabelecimentos hoteleiros foram capacitados em termos de normas sanitárias, assim como taxistas, aeroportos, transfers, transportes turísticos, agências de viagens, excursões, empresas de alugueres, casinos, lojas, entre outros serviços que operam no setor do turismo.
“Isto quer dizer que as condições sanitárias de proteção e garantia de um turismo seguro estão criadas nestas duas ilhas. Estamos a espera agora da resposta, em termos de demanda”, concluiu.
A previsão do regresso dos turistas já em dezembro surge após a reabertura, a 12 de outubro corrente, de voos comerciais internacionais, com visitantes e turistas obrigados a apresentar resultados negativos do teste PCR à covid-19, antes do embarque para o arquipélago cabo-verdiano, segundo o primeiro-ministro.
Recordou que, no Sal e na Boa Vista, a vida é fortemente dependente do turismo, setor que, a seu ver, garante 25 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Por isso, ele considera "fundamental" que a retoma aconteça em breve.
De acordo com um relatório da agência financeira Standard & Poor´s, Cabo Verde está entre os países mais afetados pela queda das atividades no turismo, por causa da pandemia do coronavírus.
Em julho, com a previsão de reabertura do arquipélago aos voos internacionais comerciais no mês seguinte, que não se concretizou, o Governo avançado apenas com um corredor aéreo para voos essenciais a partir de Lisboa (Portugal).
O Governo estimava que a procura turística iria recuar este ano a níveis do ano de 2009, com uma perda de 536 mil turistas.
Tratava-se, conforme previsto no Orçamento do Estado Retificativo para este ano, então aprovado, de uma quebra de 58,8 por cento na procura turística, face aos 819 mil turistas acolhido no país em 2019.
As receitas do turismo em 2019 estimaram-se num máximo histórico de 43 mil 103 milhões de escudos (389 milhões de euros).
Porém, segundo a previsão do Governo feita em julho último, elas deverão cair este ano para 15 mil 86 milhões de escudos (136 milhões de euros), número que também é revisto, agora, em baixa, refere-se.
-0- PANA CS/DD 28out2020