PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde pretende reaver 6.500 armas de fogo
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Ministério da Administração Interna de Cabo Verde lançou uma campanha nacional de entrega voluntária de armas de fogo em situação ilegal no arquipélago, estimadas pelas autoridades policiais em cerca de 6.500, soube a PANA, na cidade da Praia, de fonte oficial.
No âmbito desta iniciativa, lançada a 23 de janeiro corrente e que vai prolongar-se até 16 de julho próximo, quem entregar as armas até ao final do prazo não sofrerá qualquer acusação formal, mas o mesmo quem for detetado na posse de armas de fogo em situação irregular depois data será sancionado.
Na cerimónia de lançamento da campanha, a ministra cabo-verdiana da Administração Interna, Marisa Morais, revelou que, nos últimos dois anos, e fruto das múltiplas operações da Polícia, foram apreendidas 538 armas de fogo, a que se juntam outras 414 denominadas "boka bedju", revólveres de fabrico artesanal, sem contar as armas brancas.
Marisa Morais revelou também que, entre 2012 e 2013, as armas de fogo e as "boka bedju" foram responsáveis por 44 homicídios, 323 ofensas corporais e 632 assaltos.
"Uma percentagem significativa dos homicídios dolosos não ocorre por causa de outros crimes, mas sim como consequência de desentendimentos entre pessoas que se conhecem, como familiares, amigos ou vizinhos, conflitos muitas vezes exponenciados pelo álcool e que terminam mal apenas porque uma arma estava a jeito", precisou.
Para dar combate a este flagelo e minimizar as suas consequências na sociedade cabo-verdiana, o Parlamento aprovou em novembro de 2012 o novo regime jurídico contido na Lei das Armas e Munições, que instituiu o Sistema Integrado de Gestão de Informação, Armas, Munições e Proprietários e que visa "reforçar" a segurança e "disciplinar" o comércio, posse, uso e porte de armas de fogo.
Marisa Morais recordou ainda que, paralelamente, o MAI criou também a Comissão Nacional de Luta contra a Proliferação de Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre (COMNAC).
Ela anunciou também a existência de uma "linha verde" (800 1313), que garante o anonimato, para denúncia de porte ilegal de armas, ao mesmo tempo que dois "spots" publicitários, que refletem situações reais de crianças mortas com armas de fogo, serão difundidos regularmente na televisão e nas rádios com o intuito de chamar a atenção para a questão.
Em outubro do ano passado, o MAI lançou um manual com procedimentos relativos às armas, suas munições e a sua regulamentação com vista a uniformizar a gestão desses equipamentos em todas as esquadras policiais do país.
Embora já ocorra grande apreensão de armas de fogo, graça à pressão das autoridades policiais, a ministra lembra que Cabo Verde sofre ameaça da proliferação, transferência e utilização ilícita de armas ligeiras e de pequeno calibre por fazer parte de uma sub-região oeste-africana com vários conflitos.
Números divulgados, em 2012, pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e Crime (ONUDC) colocavam Cabo Verde no 96º lugar, entre 178 países, em termos de posse de armas de fogo por civis.
-0- PANA CS/TON 24jan2014
No âmbito desta iniciativa, lançada a 23 de janeiro corrente e que vai prolongar-se até 16 de julho próximo, quem entregar as armas até ao final do prazo não sofrerá qualquer acusação formal, mas o mesmo quem for detetado na posse de armas de fogo em situação irregular depois data será sancionado.
Na cerimónia de lançamento da campanha, a ministra cabo-verdiana da Administração Interna, Marisa Morais, revelou que, nos últimos dois anos, e fruto das múltiplas operações da Polícia, foram apreendidas 538 armas de fogo, a que se juntam outras 414 denominadas "boka bedju", revólveres de fabrico artesanal, sem contar as armas brancas.
Marisa Morais revelou também que, entre 2012 e 2013, as armas de fogo e as "boka bedju" foram responsáveis por 44 homicídios, 323 ofensas corporais e 632 assaltos.
"Uma percentagem significativa dos homicídios dolosos não ocorre por causa de outros crimes, mas sim como consequência de desentendimentos entre pessoas que se conhecem, como familiares, amigos ou vizinhos, conflitos muitas vezes exponenciados pelo álcool e que terminam mal apenas porque uma arma estava a jeito", precisou.
Para dar combate a este flagelo e minimizar as suas consequências na sociedade cabo-verdiana, o Parlamento aprovou em novembro de 2012 o novo regime jurídico contido na Lei das Armas e Munições, que instituiu o Sistema Integrado de Gestão de Informação, Armas, Munições e Proprietários e que visa "reforçar" a segurança e "disciplinar" o comércio, posse, uso e porte de armas de fogo.
Marisa Morais recordou ainda que, paralelamente, o MAI criou também a Comissão Nacional de Luta contra a Proliferação de Armas Ligeiras e de Pequeno Calibre (COMNAC).
Ela anunciou também a existência de uma "linha verde" (800 1313), que garante o anonimato, para denúncia de porte ilegal de armas, ao mesmo tempo que dois "spots" publicitários, que refletem situações reais de crianças mortas com armas de fogo, serão difundidos regularmente na televisão e nas rádios com o intuito de chamar a atenção para a questão.
Em outubro do ano passado, o MAI lançou um manual com procedimentos relativos às armas, suas munições e a sua regulamentação com vista a uniformizar a gestão desses equipamentos em todas as esquadras policiais do país.
Embora já ocorra grande apreensão de armas de fogo, graça à pressão das autoridades policiais, a ministra lembra que Cabo Verde sofre ameaça da proliferação, transferência e utilização ilícita de armas ligeiras e de pequeno calibre por fazer parte de uma sub-região oeste-africana com vários conflitos.
Números divulgados, em 2012, pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e Crime (ONUDC) colocavam Cabo Verde no 96º lugar, entre 178 países, em termos de posse de armas de fogo por civis.
-0- PANA CS/TON 24jan2014