Cabo Verde preparado para atingir 50 por cento de energias renováveis em 2030, diz Luxemburgo
Praia, Cabo Verde (PANA) - O encarregado de negócios da embaixada do Luxemburgo em Cabo Verde, Thomas Barbencey, reconheceu, segunda-feira, na cidade da Praia, que o arquipélago "está agora mais preparado do que nunca" para atingir a meta de 50 por cento de penetração de energias renováveis em 2030, apurou a PANA de fonte segura.
O PASER, que arrancou em 2015, teve como objetivo contribuir para o acesso universal à energia limpa, fiável, moderna e a preço acessível, e reforçar a governação, regulação e as condições de negócios do setor das energias renováveis em Cabo Verde.
O diplomata luxemburguês falava numa reunião do comité de pilotagem de encerramento do Programa de Apoio ao Setor das Energias Renováveis (PASER), iniciado em 2015 e financiado pelo Governo de Luxemburgo, com um montante de 5.500.000 euros.
O programa tinha como objetivo contribuir para o acesso universal à energia limpa, fiável, moderna e a preço acessível, e reforçar a governação, regulação e as condições de negócios do setor das energias renováveis em Cabo Verde.
Para o efeito, o PASER enumerou alguns desafios, nomeadamente o fraco desempenho comercial das concessionárias, recursos humanos que precisam de ser alargados e atrasos nas inspeções do sistema de microprodução entre 2019 e 2021.
Outro desafio constatado foi a relutância das concessionárias na assinatura dos contratos de compra e venda com microprodutores que cumprem com os requisitos estipulados por lei.
Como perspetivas, o programa apontou o fortalecimento institucional, a planificação estratégica, a criação de um mercado da eficiência energética e continuar as atividades atuais, que deverão acontecer no âmbito do quinto Programa Indicativo da Cooperação (PIC) entre Cabo Verde e Luxemburgo, que arrancou este ano e vai até 2025.
No decorrer desta reunião de balanco do PASER, o ministro cabo-verdiana da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, reconheceu que o plano energético ficou "fortemente condicionado" devido à pandemia de covid-19, mas garantiu que o país continua apostado em "acelerar" a transição energética.
Segundo o governante, a execução do Programa Nacional de Sustentabilidade Energética (PNSE) estava "num bom ritmo", mas a pandemia de covid-19 condicionou-o fortemente, embora ainda tenham sido realizadas algumas atividades em "projetos essenciais" para o país alcançar a sua meta de produção de mais de 50 por cento de energias renováveis em 2030.
Para o ministro, o Luxemburgo está a consolidar-se cada vez mais como "um parceiro de grande relevância" para Cabo Verde, rumo ao desenvolvimento sustentável, tendo colocado o setor das energias renováveis "em outro patamar" e "mais preparado" rumo à transição energética.
"O PASER contribuiu significativamente para o enraizamento da cultura das energias renováveis e eficiência energética na sociedade cabo-verdiana e deixa um bom alicerce para a construção de um novo setor energético", salientou Alexandre Monteiro.
Nessa ocasião, o ministro disse que a estratégia de Cabo Verde passa por aumentar a sua resiliência face aos choques externos, mediante a redução da dependência energética na importação de combustíveis fósseis, aproveitando o potencial de energias renováveis no país e a introdução de estímulos para a eficiência energética, para o setor público e para o privado.
"A nossa aposta agora é acelerar a transição energética em linha com a meta de 30 por cento da produção da energia elétrica a partir de fontes renováveis até 2025, ultrapassar os 50 por cento em 2030 e alcançar 100 por cento em 2040", traçou.
-0- PANA CS/DD 06dez2021