PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde prepara estratégias para enfrentar mudanças climáticas
Praia, Cabo Verde (PANA) – Um relatório sobre a vulnerabilidade e a adaptação de Cabo Verde às mudanças climáticas foi apresentado quinta-feira na Praia para apreciação antes da sua discussão na Conferência das Partes sobre as Mudanças Climáticas, previsto para finais de novembro e princípios de dezembro na África do Sul, soube-se na capital cabo-verdiana de fonte oficial.
Segundo estudos apresentados recentemente pelo Governo, Cabo Verde, devido à localização subsariana e às caraterísticas morfológicas e geológicas das suas nove ilhas habitadas, é considerado como o sétimo país do mundo mais vulnerável aos efeitos das alterações climáticas.
O relatório perliminar, agora apresentado num ateliê, aponta o arquipélago como um país extremamente vulnerável, sobretudo o seu setor da agricultura.
O director-geral do Ambiente, Moisés Borges, revelou que a variabilidade do clima, assim como as condições limitativas quanto ao uso dos recursos naturais do arquipélago, nomeadamente a água e os solos, constituem os principais eixos da vulnerabilidade em Cabo Verde, um país onde para além das caraterísticas físicas, se acresce uma série de dinâmicas sociais que expõem ainda mais o seu território aos futuros eventos climáticos.
Moisés Borges defende que a legislação tem um papel fundamental porque através dela poder-se-á pôr cobro a um conjunto de más práticas que, neste momento, acabam por reforçar o impacto das mudanças climáticas, nomeadamente a questão da apanha de areia nas praias para a construção civil.
Durante o II Fórum Nacional das Cidades, que decorreu semana passada na Praia sob o lema "Alterações Climáticas, Riscos Naturais e Ocupação de Solo", o Governo apresentou alguns cenários futuros que apontam para a subida do nível do mar no arquipélago.
"Cabo Verde não poderá continuar ao lado do debate mundial sobre a questão das alterações climáticas, sendo que o país, globalmente, e as nossas cidades, em particular, maioritariamente ribeirinhas com assentos em encostas e ribeiras devem preparar-se para enfrentar os efeitos nefastos das mudanças climáticas", alertou na altura a ministra do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Lopes.
Os cenários climáticos para Cabo Verde, entre 2071 e 2010, apontam que seja previsível uma subida do nível do mar entre 20 e 60 centímetros, uma diminuição de cerca de 40 porcento de precipitação, sobretudo nos meses de setembro, outubro e novembro, um aumento dos meses secos em cerca de um porcento e uma tendência para eventos climáticos extremos.
Cerca de 62 porcento da população cabo-verdiana estimada em 500 mil habitantes enfrenta, por isso, vulnerabilidades excessivas face aos fenómenos climáticos extremos, agravadas por ações humanas que dificultam as capacidades de reação e de resposta.
Aliado a estes dados, há ainda o facto de 80 por cento da população estar concentrada na orla costeira, em muitos casos com localização urbana comprometedora para a segurança das pessoas.
Daí a necessidade de se apostar em informar e sensibilizar a população sobre os riscos de ocupação em áreas inadequadas, desenvolver linhas de investigação sobre alterações climáticas e riscos urbanos, bem como o alinhamento de todas as estruturas da administração central com as preocupações ambientais.
-0- PANA CS/TON 04nov2011
Segundo estudos apresentados recentemente pelo Governo, Cabo Verde, devido à localização subsariana e às caraterísticas morfológicas e geológicas das suas nove ilhas habitadas, é considerado como o sétimo país do mundo mais vulnerável aos efeitos das alterações climáticas.
O relatório perliminar, agora apresentado num ateliê, aponta o arquipélago como um país extremamente vulnerável, sobretudo o seu setor da agricultura.
O director-geral do Ambiente, Moisés Borges, revelou que a variabilidade do clima, assim como as condições limitativas quanto ao uso dos recursos naturais do arquipélago, nomeadamente a água e os solos, constituem os principais eixos da vulnerabilidade em Cabo Verde, um país onde para além das caraterísticas físicas, se acresce uma série de dinâmicas sociais que expõem ainda mais o seu território aos futuros eventos climáticos.
Moisés Borges defende que a legislação tem um papel fundamental porque através dela poder-se-á pôr cobro a um conjunto de más práticas que, neste momento, acabam por reforçar o impacto das mudanças climáticas, nomeadamente a questão da apanha de areia nas praias para a construção civil.
Durante o II Fórum Nacional das Cidades, que decorreu semana passada na Praia sob o lema "Alterações Climáticas, Riscos Naturais e Ocupação de Solo", o Governo apresentou alguns cenários futuros que apontam para a subida do nível do mar no arquipélago.
"Cabo Verde não poderá continuar ao lado do debate mundial sobre a questão das alterações climáticas, sendo que o país, globalmente, e as nossas cidades, em particular, maioritariamente ribeirinhas com assentos em encostas e ribeiras devem preparar-se para enfrentar os efeitos nefastos das mudanças climáticas", alertou na altura a ministra do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território, Sara Lopes.
Os cenários climáticos para Cabo Verde, entre 2071 e 2010, apontam que seja previsível uma subida do nível do mar entre 20 e 60 centímetros, uma diminuição de cerca de 40 porcento de precipitação, sobretudo nos meses de setembro, outubro e novembro, um aumento dos meses secos em cerca de um porcento e uma tendência para eventos climáticos extremos.
Cerca de 62 porcento da população cabo-verdiana estimada em 500 mil habitantes enfrenta, por isso, vulnerabilidades excessivas face aos fenómenos climáticos extremos, agravadas por ações humanas que dificultam as capacidades de reação e de resposta.
Aliado a estes dados, há ainda o facto de 80 por cento da população estar concentrada na orla costeira, em muitos casos com localização urbana comprometedora para a segurança das pessoas.
Daí a necessidade de se apostar em informar e sensibilizar a população sobre os riscos de ocupação em áreas inadequadas, desenvolver linhas de investigação sobre alterações climáticas e riscos urbanos, bem como o alinhamento de todas as estruturas da administração central com as preocupações ambientais.
-0- PANA CS/TON 04nov2011