Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde preocupado com situação político-militar em Moçambique

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde anunciou esta terça-feira, na cidade da Praia, estar a acompanhar com “muita preocupação” a evolução da crise político-militar em Moçambique, soube a PANA na capital cabo-verdiana de fonte oficial.

Instado a comentar os últimos acontecimentos naquele país lusófono, considerados a pior crise política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) em 1992, entre a Frelimo (no poder) e os ex-rebeldes da Renamo, o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, frisou que esforços devem continuar a ser feitos pelas duas partes visando a manutenção da paz e da estabilidade.

José Maria Neves salienta que Moçambique, um país com o qual Cabo Verde tem uma intensa relação de cooperação, tem tido ganhos importantes de estabilidade, de crescimento económico e de consolidação do Estado de direito democrático e de desenvolvimento.

“É necessário continuar os esforços no sentido da manutenção da paz e da estabilidade”, disse, adiantando que em função da situação o Governo cabo-verdiano vai atualizando o seu posicionamento relativamente a esta matéria.

A situação político-militar em Moçambique ganhou uma nova dimensão após o Exército moçambicano ter desalojado na segunda-feira o líder da Renamo, principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, da base onde se encontrava aquartelado há mais de um ano, no centro do país.

Afonso Dhlakama e o secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, fugiram para local incerto, enquanto as forças de defesa e segurança moçambicanas mantêm a ocupação da residência do líder do movimento, em Sandjunjira, na província de Sofala.

Entretanto, o ex -grupo rebelde moçambicano compromete-se esta terça-feira a não ripostar ao ataque das tropas governamentais, mas pede que o chefe de Estado (moçambicano), Armando Guebuza, retire as suas tropas da zona, para que Afonso Dhlakama possa continuar a dirigir as suas forças.

Por sua vez, o Presidente moçambicano defendeu também a necessidade de se manter o diálogo com a Renamo.

"Este não é o tempo para perguntar o que está certo e está errado. Se alguém pensa que está certo, então que traga a sua posição para a mesa do diálogo", disse o chefe de Estado moçambicano, que falava em Mucheve, no segundo dia da sua presidência aberta em Sofala.

No entanto, o Presidente Armando Guebuza acusou a Renamo pelos recentes confrontos armados na Serra da Gorongosa, também naquela província do centro do país.

-0- PANA CS/TON 22out2013