PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde preocupado com complexidade de conjuntura internacional
Praia, Cabo Verde (PANA) - A complexidade da atual conjuntura internacional e os seu reflexos inevitáveis na economia de Cabo Verde dominaram os discursos pronunciados segunda-feira pelo Presidente Pedro Pires e pelo primeiro-ministro José Maria Neves na cerimónia de emposse do novo Governo formado após as eleições legislativas de 6 de fevereiro passado, soube-se de fonte oficial.
Discursando na cerimónia de emposse do novo Governo formado na sequência da reeleição do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) nas legislativas de fevereiro passado, o Presidente Pedro Pires salientou que, apesar da crise internacional, está “otimista” em relação ao futuro.
“Estou convicto de que as crises internacionais, mesmo as mais graves, são sempre portadoras de janelas de oportunidades, que são incentivadoras da criatividade dos atores políticos e dos agentes económicos e sociais”, disse Pedro Pires que termina este ano o seu segundo e último mandato presidencial de cinco anos.
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, as oportunidades “reclamam sempre por mais arte e engenho” na gestão da economia do país, defendendo ser necessário “agir com inteligência e agilidade”.
“Mas, julgo que não é prudente subestimar o impacto dos choques externos na nossa caminhada”, avisou, lembrando que o ano em curso se transformou, “bruscamente”, num tempo “conturbado de surpresas inesperadas” e com reflexos importantes, “ainda por avaliar” no equilíbrio estratégico mundial.
Por seu turno, o reconduzido primeiro-ministro José Maria Neves salientou que Cabo Verde tem de estar preparado para uma nova era na esfera internacional, que trará “choques económicos” para o arquipélago, razão pela qual todos devem empenhar-se para os combater.
“O mundo vive atualmente uma situação de extraordinária complexidade. São tempos de grandes incertezas e de grandes riscos. A economia global continua mergulhada numa crise profunda que, ao que tudo indica, vai perdurar. A subida dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares vem agravar este quadro, já de si difícil”, sustentou o chefe do Executivo cabo-verdiano.
José Maria Neves disse que a crise internacional é também política, com origem em “profundas convulsões” no mundo árabe do Magrebe e do Médio Oriente, “com contornos e consequências ainda pouco tangíveis”.
“As mudanças estão a acontecer a um ritmo estonteante que ninguém consegue prever ou acompanhar ou muito menos avaliar todas as suas consequências, mas que, segundo os analistas, vão ter grande impacto na geopolítica internacional”, acrescentou.
O primeiro-ministro cabo-verdiano destacou o facto de estarem a surgir novas lideranças, que levam a uma “grande precarização dos centros de decisão nacionais, que estão também a estender-se à África Ocidental”.
“Temos de construir novas âncoras, pois as tradicionais estão em processo de esgotamento num contexto que apela a novos paradigmas e a novos pressupostos nas relações internacionais e, sobretudo, económicas”, disse, lembrando as metas de transformação do ritmo de crescimento económico, aumento da oferta de emprego e o combate à pobreza.
Lembrando que, em 2013, Cabo Verde termina o período de transição de País Menos Avançado para País de Rendimento Médio, José Maria Neves advertiu que, até lá, está também em curso a “falência” das fontes tradicionais de financiamento do desenvolvimento.
“Deixaremos, progressivamente, de ter acesso a meios de financiamento concessionais e a mercados preferenciais. As remessas dos imigrantes têm evoluído positivamente, mas o persistir da crise nos países de acolhimento, que afeta sobremaneira os rendimentos dos cabo-verdianos no exterior, levanta alguma inquietação quanto ao futuro”, advertiu.
“Temos de ser inteligentes e inovadores para irmos além do óbvio e do evidente. Não podemos fazer apenas a gestão da manutenção. Temos de fazer roturas, criar novos paradigmas, mudar hábitos e crenças, aumentar a eficiência da execução e a eficácia dos resultados”, frisou José Maria Neves, que apelou ainda à estabilidade política, social e económica.
A cerimónia de tomada de emposse do primeiro Governo da VIII Legislatura, formado por 18 ministros e por três secretários de Estado, decorreu nos Jardins do Palácio Presidencial, na Praia, e contou com dezenas de convidados, entre autoridades políticas, judiciais e do corpo diplomático.
-0- PANA CS/TON 21mar2011
Discursando na cerimónia de emposse do novo Governo formado na sequência da reeleição do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) nas legislativas de fevereiro passado, o Presidente Pedro Pires salientou que, apesar da crise internacional, está “otimista” em relação ao futuro.
“Estou convicto de que as crises internacionais, mesmo as mais graves, são sempre portadoras de janelas de oportunidades, que são incentivadoras da criatividade dos atores políticos e dos agentes económicos e sociais”, disse Pedro Pires que termina este ano o seu segundo e último mandato presidencial de cinco anos.
Para o chefe de Estado cabo-verdiano, as oportunidades “reclamam sempre por mais arte e engenho” na gestão da economia do país, defendendo ser necessário “agir com inteligência e agilidade”.
“Mas, julgo que não é prudente subestimar o impacto dos choques externos na nossa caminhada”, avisou, lembrando que o ano em curso se transformou, “bruscamente”, num tempo “conturbado de surpresas inesperadas” e com reflexos importantes, “ainda por avaliar” no equilíbrio estratégico mundial.
Por seu turno, o reconduzido primeiro-ministro José Maria Neves salientou que Cabo Verde tem de estar preparado para uma nova era na esfera internacional, que trará “choques económicos” para o arquipélago, razão pela qual todos devem empenhar-se para os combater.
“O mundo vive atualmente uma situação de extraordinária complexidade. São tempos de grandes incertezas e de grandes riscos. A economia global continua mergulhada numa crise profunda que, ao que tudo indica, vai perdurar. A subida dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares vem agravar este quadro, já de si difícil”, sustentou o chefe do Executivo cabo-verdiano.
José Maria Neves disse que a crise internacional é também política, com origem em “profundas convulsões” no mundo árabe do Magrebe e do Médio Oriente, “com contornos e consequências ainda pouco tangíveis”.
“As mudanças estão a acontecer a um ritmo estonteante que ninguém consegue prever ou acompanhar ou muito menos avaliar todas as suas consequências, mas que, segundo os analistas, vão ter grande impacto na geopolítica internacional”, acrescentou.
O primeiro-ministro cabo-verdiano destacou o facto de estarem a surgir novas lideranças, que levam a uma “grande precarização dos centros de decisão nacionais, que estão também a estender-se à África Ocidental”.
“Temos de construir novas âncoras, pois as tradicionais estão em processo de esgotamento num contexto que apela a novos paradigmas e a novos pressupostos nas relações internacionais e, sobretudo, económicas”, disse, lembrando as metas de transformação do ritmo de crescimento económico, aumento da oferta de emprego e o combate à pobreza.
Lembrando que, em 2013, Cabo Verde termina o período de transição de País Menos Avançado para País de Rendimento Médio, José Maria Neves advertiu que, até lá, está também em curso a “falência” das fontes tradicionais de financiamento do desenvolvimento.
“Deixaremos, progressivamente, de ter acesso a meios de financiamento concessionais e a mercados preferenciais. As remessas dos imigrantes têm evoluído positivamente, mas o persistir da crise nos países de acolhimento, que afeta sobremaneira os rendimentos dos cabo-verdianos no exterior, levanta alguma inquietação quanto ao futuro”, advertiu.
“Temos de ser inteligentes e inovadores para irmos além do óbvio e do evidente. Não podemos fazer apenas a gestão da manutenção. Temos de fazer roturas, criar novos paradigmas, mudar hábitos e crenças, aumentar a eficiência da execução e a eficácia dos resultados”, frisou José Maria Neves, que apelou ainda à estabilidade política, social e económica.
A cerimónia de tomada de emposse do primeiro Governo da VIII Legislatura, formado por 18 ministros e por três secretários de Estado, decorreu nos Jardins do Palácio Presidencial, na Praia, e contou com dezenas de convidados, entre autoridades políticas, judiciais e do corpo diplomático.
-0- PANA CS/TON 21mar2011