Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde precisa de 80.000.000 de euros para mitigar efeitos de guerra na Ucrânia, diz Governo

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo precisa de investimentos de 80.000.000 euros para mitigar efeitos da guerra na Ucrânia suscetíveis de ter consequências "muito mais gravosas" no país do que a pandemia da covid-19, anunciou o vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia.

Em conferência de imprensa, quarta-feira na cidade da Praia, após mais uma missão do Grupo de Apoio Orçamental (GAO) a Cabo Verde, Olavo Correia, também ministro das Finanças, assinalou que se trata de um montante elevado que não consta do Orçamento do Estado, pelo que, frisou, o Governo tem mobilizado recursos externos para poder intervir, procurando ser efetivo.

O governante disse que um dos financiamentos vai chegar do GAO, composto pela União Europeia que lidera, por Portugal, Luxemburgo, Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Banco Mundial e Espanha, com 40.000.000 euros, em empréstimos concessionais e empréstimos não reembolsáveis.

Prevê-se mobilizar iguais valores para fazer face às necessidades das famílias mais afetadas, acrescentou.

Por causa dos impactos da guerra na Ucrânia no país, Olavo Correia disse que os países têm de procurar "intervir para proteger" famílias, empresas, a coesão social, promover o crescimento económico e acelerar a transição energética.

"É isso que estamos a fazer e é o que vamos continuar a fazer de forma mais célere, mais eficiente, mais pronta, para que o Estado possa cumprir com a sua obrigação", prosseguiu o governante.

A seu ver, a crise da guerra na Ucrânia, a que se junta a da pandemia e da seca, representam oportunidades para os efeitos destas causas aconteçam em Cabo Verde.

"Apostar cada vez mais na diversificação da nossa economia, numa economia mais azul, mais verde, mais digital, mais inteligente, mais conetada com o mundo e com a sua própria diáspora", defendeu o vice-primeiro-ministro cabo-verdiano.

Salientou ainda que é uma oportunidade para o país acelerar reformas, sublinhando a "abertura" dos parceiros internacionais para discutir com o Governo as melhores soluções para viabilizarem financiamentos que possam permitir ao Estado intervir a curto prazo e numa estratégia de médio e longo prazo.

-0- PANA CS/DD 16junho2022