Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde pede maior solidariedade aos atentados terroristas em África

Praia, Cabo Verde (PANA) - O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, pediu, segunda-feira, à comunidade internacional para manifestar a mesma solidariedade da em relação a muitos atentados terroristas e atos violentos nos países africanos, tal como acontece em relação aos atos ocorridos noutros continentes, nomeadamente na Europa, apurou a PANA de fonte segura..

O chefe do Governo cabo-verdiano falava à imprensa antes de presidir à abertura do I Congresso sobre a História de África, Ancestralidade e Africanidade, promovido pela Universidade de Santiago (Estados Unidos) em parceria com o Ministério da Educação e Desporto (MED).

"O mundo reagiu muito bem aos ataques que aconteceram em Paris (França). Houve uma grande solidariedade de todo o mundo livre, de toda a humanidade. Mas vejam a reação a um conjunto de atentados terroristas no continente africano”, sustentou José Maria Neves, sublinhando que esses atos não tiveram “a mesma solidariedade ou a mesma dimensão da solidariedade no mundo inteiro".

Deu como exemplo o rapto, em 2014, de mais de 200 jovens na Nigéria pela organização extremista e islamita Boko Haram, na Nigéria, várias bombas que explodem em marcados, hotéis, várias crianças violadas e assassinadas em países africanos.

"É preciso que todos os seres humanos da África, da Europa, das Américas, que todo o ser humano seja tratado da mesma forma, somos todos iguais e merecemos todos a mesma solidariedade", frisou José Maria Neves.

Para o chefe do Executivo cabo-verdiano "é preciso um maior conhecimento, redescobrir e contar a verdadeira história" de África para que ela possa enfrentar os desafios de hoje.

"Designadamente questões que têm a ver com o crescimento económico, a construção do Estado, a afirmação das liberdades, o reforço da cidadania. São questões que merecem a nossa atenção, mas só poderemos sair delas com sucesso se afetivamente conhecermos a história do nosso continente", prosseguiu.

Segundo ele, a história de África, que tem sido contada a partir de fenómenos negativos, como guerras, desigualdades, violências, doenças, corrupção, fomes, intolerância, deve ser “reescrita e reforçada”, para se poder conhecer melhor o percurso do continente, formular as melhores questões e equacionar as melhores respostas para os desafios.

Neste sentido, José Maria Neves afirmou que o contributo de Cabo Verde já está a ser dado com a realização do primeiro Congresso sobre a História de África, Ancestralidade e Africanidades (CHAAA), um evento, com a duração de três dias e que pretende promover uma reflexão pluridisciplinar e transacional sobre a história do continente africano.

A conferência, que envolve especialistas cabo-verdianos e estrangeiros, de países como Brasil, Portugal, Cuba, França, Suécia, São Tomé e Príncipe, México, pretende também mostrar o contributo e a importância de Cabo Verde na história do continente e no novo mundo, no ano em que o arquipélago cabo-verdiano assinala os 555 anos da sua descoberta e os 40 anos como país independente.

-0- PANA CS/DD 24nov2015