Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde participa na Cimeira Extraordinária da CEDEAO sobre crise no Mali

Praia, Cabo Verde (PANA) - O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, vai participar na Cimeira Extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a crise política e militar no Mali prevista para terça-feira em Abidjan, na Côte d'Ivoire, soube a PANA segunda-feira na Praia de fonte oficial.

Segundo o ministro cabo-verdiano das Relações Exteriores, Jorge Borges, que integra a delegação que vai participar na cimeira, Cabo Verde espera que a CEDEAO tome uma posição firma para restabelecer um regime democrático no Mali na sequência da destituição do Presidente Amadou Toumani Touré por uma junta militar.

Jorge Borges, em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), recordou que o Governo cabo-verdiano associou-se, desde a primeira hora, à comunidade internacional, em geral, à União Africana (UA) e à CEDEAO, em particular, para condenar, com firmeza, o golpe de Estado registado quinta-feira passada no Mali e exigir a reposição imediata da ordem institucional naquele país.

Para as autoridades cabo-verdianas, "este golpe de Estado é tanto mais condenável porque vem interromper o processo eleitoral em curso no país, nomeadamente com a realização das eleições presidenciais, que estavam previstas para o dia 29 de abril próximo".

O chefe do Estado ivoiriense e Presidente em exercício da CEDEAO, Alassane Dramane Ouattara, decidiu convocar esta cimeira extraordinária da organização sub-regional para debater a crise instalada no Mali na sequência do golpe de Estado perpetrado por uma junta de oficiais subalternos que constituíram o Comité Nacional para a Retificação da Democracia e Restauro do Estado (CNRDRE), dirigido pelo capitão Amadou Aya Sanogo.

"Esta ação da junta é contrária às disposições do Protocolo Adicional sobre a Democracia e a Boa Governação da CEDEAO e compromete seriamente as bases da região lançadas nestas últimas duas décadas para a instauração de uma cultura democrática e do respeito pelo Estado de Direito”, sublinha um comunicado da CEDEAO.

Segundo o comunicado, por causa deste ato inconstitucional a junta excluiu-se automaticamente da CEDEAO que, no entanto, “lhe instou a devolver imediatamente o poder ao Governo eleito com vista ao regresso à normalidade constitucional".

-0- PANA CS/TON 26março2012